quarta-feira, 4 de julho de 2018

Que tal o Brasil virar uma Cuba onde, segundo a Globo, só 3 coisas funcionam: “Segurança, educação e saúde”?


por Emanuel Cancella

Veja o vídeo desta matéria em: https://www.youtube.com/watch?v=Ie7Sp2-QgjY

Resultado de imagem para petroleiros na porta da Globo no jardim botanico? 

Eu era menino de 13 anos, no golpe militar de 1964. Depois fiz, em 1974, concurso e entrei para a Petrobrás. Sou testemunha da presença maciça na Petrobrás dos militares, principalmente do exército e marinha, com o claro intuito de ocupá-la contra um inimigo não revelado.

Os militares Interviram nos sindicatos e aí se percebe que, para os golpistas, os inimigos eram os trabalhadores principalmente os petroleiros comunistas e socialistas.

Trabalhei por mais de 30 anos na sede da Petrobrás no Rio. E conheci de perto muitos desses militares, pois convivi com vários deles. Não posso me queixar, pessoalmente, e olha que, já na oposição sindical do Sindipetro-RJ, a partir de 1976, quando nos identificávamos como “Surgente”,  já dávamos trabalho à direção da Empresa. Surgente é o poço de petróleo que produz sem nenhum artifício.

Recebemos, em 1979, com muito orgulho, os “anistiados petroleiros”, além de Brizola, Miguel Arraes e tantos outros brasileiros ilustres que retornavam ao Brasil de onde foram expulsos pelos militares.

Só para mostrar a força do movimento “Surgente”, em 5 de maio de 1988, no governo Sarney, fizemos uma greve nacional e na sede da Petrobrás, que segundo editorial do JB, a paralisação atingiu mais de 80% dos trabalhadores (1,2).

Em 1982, os petroleiros já haviam feito uma greve em Paulínia e Mataripe para barrar um pacote de maldade do Delfin Neto, quando cerca de 400 petroleiros foram demitidos.

Em 1988, pela manhã, do início da greve na sede da Petrobrás, o chefe da então Divin (Divisão de investigação da Petrobrás), Coronel Dante, me deu ordem de prisão. Eu e outro companheiro fomos jogados por algumas horas dentro de um camburão da PM, onde um oficial da PM, de forma muito gentil, se justificava dizendo que estava cumprindo ordens.

42 petroleiros foram demitidos na greve, 7 do Rio, eu era um deles. Seis meses depois, outra greve nacional da categoria nos trouxe de volta à Companhia.

No golpe de 1964, com todas as críticas que fazemos aos militares, reafirmando que somos contra qualquer golpe, mas verdade seja dita, os militares pelo menos eram nacionalistas.

Os milicos se submeteram ao governo de Washington, perseguiram, prenderam, torturaram e até mataram, brasileiros civis e  inclusive milhares de militares. Mas com certeza que os militares impuseram limites aos ianques.   Estatais como Petrobrás, Eletrobrás, banco do Brasil, Embratel Caixa, etc, se fortaleceram com os militares.

Eles chegavam até a mentir, como todos os governos fazem, falando do “Milagre Econômico”, mas o Brasil crescia. Eram ditadores até nos slogan “ Brasil ame-o ou deixe-o”, mas eles defendiam a soberania nacional a seu modo.

Hoje, os golpistas de 2016 chegaram até a usar o jargão: “Vai para Cuba”, e Cuba nunca recebeu tantos turistas, principalmente de brasileiros. Brasileiros, sem ninguém mandar estão mudando para Portugal, Miami, muitos de classe média, e alguns que bateram panela pela saída de Dilma e deixam para os que ficam um rabo de foguete.   

Como todo brasileiro de bem, fico procurando entender o golpe e buscando saídas: já está claro que o golpe é jurídico, político e midiático e importado pelo golpista de sempre, os EUA.

Mas não entendo o caráter de terra arrasada aplicado pelos golpistas de 2016. E busco concluir com outros irmãos, independente de partido ou  religião, a motivação pelo qual  os golpistas estão entregando e destruindo o país, terra de seus filhos, netos, etc.

E os principais entreguistas são  MiShell Temer, STF, PGR, Congresso Nacional e a Lava Jato, aliados aos que controlam a mídia no país: as famílias Marinho da Globo; a família Saad da Band; Edir Macedo, da Record; a família Sirotsky, da RBS; família Frias da Folha; Mesquita do Estadão;

O estrago que esses canalhas estão impondo ao país inclui a reforma trabalhista, que acabou com o direito dos trabalhadores contidos na CLT, e jogaram quase 14 milhões de brasileiros no desemprego. Estão preparando a reforma previdenciária, para acabar com a aposentadoria dos trabalhadores.  
Além disso, estão entregando 70% do pré-sal, através do projeto entreguista do deputado, José Carlos de Aleluia Dem/Ba (7). Desfazem-se também a Embraer e estão preparando a entrega da Eletrobrás. Sem contar que a Lava Jato acabou com a engenharia nacional e a indústria naval (5,6).  

E os milicos, ao que parece, estão do lado dos golpistas. Estão colaborando com o golpista mor, Mishell Temer, na ocupação militar do Rio de Janeiro. Nem uma palavra dos militares na entrega criminosa do pré-sal, Embraer e do anúncio da doação da Eletrobrás. Diz o ditado que quem cala consente! Lembrando que muitos generais participaram da Campanha “O Petróleo é Nosso!”

E a mídia golpista tem a cara de pau de dizer que o Brasil está se recuperando, que o pior já passou.
A Globo, além de ser a principal golpista, coloca em sua programação diária a falência do SUS, como se ela não fosse a principal culpada.

Realmente os golpistas são muitos poderosos e cruéis. Mas vem na lembrança o povo vietnamita que, apesar de quase destruído pelos ianques, resistiram com guerra psicológica e armas artesanais, como bambu infectado com fezes, etc. Botaram os ianques, na época com armas de ultima geração, para correr, e hoje o Vietnam é um dos países com maior PIB, 6,2%, e um dos maiores, 11º lugar nas economias de mais rápido crescimento (3).

Que tal seguirmos os conselhos dos golpistas que em vários momentos diziam:  “Vai para Cuba”. Não indo mas nos transformando numa Cuba que, segundo a Globo: “Em Cuba, só 3 coisas funcionam: “segurança, educação e saúde”, diz jornalista do Manhattan Conection” (4).
   

2 - http://memoria.bn.br/pdf/030015/per030015_1988_00228.pdf  

Rio de Janeiro, 04 de julho de 2018.

 Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente do Sindipetro-RJ, fundador e ex- diretor do Comando Nacional dos Petroleiros, da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese, sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro” que pode ser adquirido em: http://emanuelcancella.blogspot.com.br/2017/07/a-outra-face-de-sergio-moro-pontos-de.html.

OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

(Esse relato pode ser reproduzido livremente)

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