sábado, 25 de novembro de 2017

Estão trazendo para o Brasil o que fizeram na Líbia: a volta da escravidão!

por Emanuel Cancella


Veja o vídeo desta matéria em: https://www.youtube.com/watch?v=wZzQuqH1l68

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A, Líbia, governada pelo Coronel Muammar al-Gaddafi, até seis anos atrás era o paraíso africano: Gathafi, que assumiu o país em 1969, elevou a taxa de alfabetização do país a 90%; a expectativa de vida dos cidadãos da Líbia aumentou em 20 anos, enquanto a mortalidade infantil diminuiu drasticamente.  A qualidade de vida na Líbia avançou cerca de 100 vezes maior do que existia sob o domínio do rei Idris I.

A Líbia era considerada um oásis dentro da África e todos queriam trabalhar lá. Gaddafi aplicava as riquezas do petróleo para melhoria a vida do seu povo. A Líbia é o quarto produtor de petróleo da África, fazendo parte da OPEP e possuindo reservas de 42 Bilhões de barris de petróleo (5,6).

Mas antes de Gaddafi, o petróleo era explorado pelos americanos:

“Na chegada ao poder do coronel Kadhafi, em 1969, as companhias petroleiras, majoritariamente americanas, extraíam do solo líbio mais de 2 milhões de barris diários”.
“Muito rapidamente, o líder líbio nacionalizou o petróleo, limitou a produção e criou a Companhia Nacional de Petróleo (NOC), que iniciou empreendimentos conjuntos com a participação minoritária de empresas estrangeiras. (1)”.
Então foi iniciado o movimento que derrubou Gadhafi que foi a “Primavera Árabe”. Esse movimento que tirou Gaddafi i do poder, na Líbia, tentou depois derrubar o presidente Sirio, Bashar al-Assad.

Tudo em nome do petróleo: “Por trás da guerra na Síria, a disputa do petróleo e do gás (2)”
 O movimento se estendeu por vários países árabes. A Primavera árabe era na verdade a invasão americana atrás de petróleo, entretanto faziam parecer um movimento espontâneo das populações revoltadas com seus governantes.
A Primavera Árabe tirou a máscara na Líbia, quando atacou-a :

“Em meio à guerra civil, uma coalizão liderada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar entre Estados Unidos e Europa, atacou as tropas de Kadafi”.

Diferente da Síria, que se aliou à Rússia para enfrentar as forças da Otan, e resiste até hoje, Gaddafi se isolou e se tornou presa fácil para o Império.
O mesmo aconteceu com Saddam Hussein, no Iraque, em 2003, atacado pelas forças da Otan, capitaneadas pelos EUA de George W. Bush. Mesmo  contra resolução da ONU, “alegando que Saddan possuía armas de destruição em massa”, os EUA invadiram o Iraque. Depois o mundo descobriu que o Iraque não possuía as tais armas. Nem Saddan nem Gathafi se renderam aos EUA. Morreram lutando defendendo o petróleo estatal!  

Em nosso continente a versão da “Primavera Árabe” acarretou em varias tentativas golpistas na Venezuela. Em uma delas em 2002, afastaram o presidente, Hugo Chávez por 47 horas.  E agora tentam sem sucesso derrubar o sucessor de Chavéz, Nicolas Maduro, que tem apoio da Rússia, o que torna mais difícil as tentativas golpistas.  A Venezuela para quem não sabe possui a maior reserva de petróleo do planeta (12).

 No Brasil, em 2013, de olho no petróleo do pré-sal iniciaram o movimento “Ventos de Junho” uma onda de manifestações em todo o país, cujo o centro do protesto era um aumento irrisório de R$ 0,20 (Vinte centavos) na passagem de ônibus, culminando com uma passeata com hum milhão de pessoas no centro do Rio de Janeiro (7).

Depois várias manifestações foram realizadas em todo o país pedindo a saída de Dilma, do PT. Tiraram a Dilma e até hoje nada foi provado contra a presidenta e nosso petróleo está sendo entregue a preço de banana.

Aqui a desculpa para tirar a presidenta foi que ela Dilma teria praticado “Pedaladas Fiscais”. Nem isso conseguiram provar! E, no mesmo período, 16 governadores tinham realizado “Pedaladas Fiscais (3)”. Depois o mesmo Congresso Nacional, que tirou Dilma, transformou “Pedaladas Fiscais” em lei (4).

As passagens de ônibus hoje, 25/11/17 aumentam muito mais de vinte centavos e nada acontece; a gasolina e o gás de cozinha agora aumentam toda semana e nada acontece. A crítica, no governo de Lula e Dilma, é que a nossa gasolina era a mais cara do planeta,  entretanto o preço da gasolina nos governos do PT ficou congelado por mais de dez anos. Agora a gasolina realmente mais cara do mundo aumenta toda semana e nada de protestos e de bater panela!

 O triste é que, no Brasil, como na Líbia, estão levando nosso petróleo. O golpista Misshel Temer é apontado como lobista direto para favorecer a Inglaterra (8). O tucano José Serra foi flagrado pelo Wikleaks, em 2009, quando candidato à presidência, oferecendo vantagens à Chevron estadunidense em prejuízo da Petrobrás. Mostrando sua saga entreguista, mesmo derrotado na eleição, Serra transforma,  em 2016, na vigência do golpe, sua promessa a Chevron na Lei 4567 (11).

Na Líbia, pós Gaddafi homens são vendidos:

 "Alguém precisa de um escavador? Este é um escavador, um homem forte e grande", diz o responsável pelo leilão de seres humanos. "500, 550, 600, 650..." Em cerca de sete minutos, uma dezena de pessoas foi vendida” (9).  

 Paralelamente, a Petrobrás, em 2006, através do desenvolvimento de tecnologia inédita no mundo permitiu a descoberta do pré-sal. As reservas do Brasil hoje chegam a 100 BI de petróleo e, segundo vários geólogos e estudiosos do setor, nossas reservas podem alcançar 300 BI de barris.

No Brasil, onde nosso petróleo está indo embora para os gringos, com a Reforma Trabalhista, supermercado oferece vaga a R 230,00 mensais (10).
Mesmo diante desse sequestro do nosso petróleo e nossos direitos trabalhistas retrocedendo por 128 anos, voltando aos tempos anteriores à  lei Áurea,  de 13 maio de 1888, não há qualquer movimento de rua!

Mesmo diante das evidências de que esses movimentos foram organizados pelos EUA e seus aliados, você vai continuar a acreditar nas sucessivas tentativas golpistas como tarefa isolada da oposição na Venezuela, na espontânea Primavera Árabe, na ingenuidade dos movimentos “Ventos de Junho”, no bate-panelas contra a corrupção e no Fora Dilma?
     

12 - https://pt.wikipedia.org/wiki/Golpe_de_Estado_na_Venezuela_de_2002
Rio de Janeiro, 25 de novembro de 2017. 

 Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente do Sindipetro-RJ, fundador e ex diretor do Comando Nacional dos Petroleiros, da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese, sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro” que pode ser adquirido em: http://emanuelcancella.blogspot.com.br/2017/07/a-outra-face-de-sergio-moro-pontos-de.html.

OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

(Esse relato pode ser reproduzido livremente)

Meus endereços eletrônicos:
http://emanuelcancella.blogspot.com.




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