por Emanuel Cancella
Se fosse, muito dos integrantes da Lava Jato, ao invés de estarem no
cinema, muito provavelmente estariam na cadeia!
A Lava Jato criou uma expectativa, na
sociedade, do surgimento de uma ferramenta de combate irrestrito à corrupção.
Moro frustrou essa esperança!
O filme da Lava Jato, a começar pelo titulo, “A
lei é para todos”, mostra uma operação que nunca existiu, simplesmente porque
os maiores corruptos, os tucanos, são recordistas em delação e nenhum deles sequer
foi investigado.
O senador tucano, Aécio Neves, mais de sete
vezes delatado na operação, nunca foi ao menos investigado, muito menos teve
vazamento de delação na mídia (10).
Outro tucano, FHC, inúmeras vezes citado em
corrupção na Petrobrás, chegou a escrever um livro, Diários da Presidência,
onde confessa que havia corrupção, em seu governo, na companhia. E mais, muitas
dessas roubalheiras tiveram participação de seu filho. E nada de Moro
investigar! (8,9).
A
investigação, pela Lava Jato, na Petrobrás só atingiu os governos do PT e
funcionava muito mais como um reality show do que uma operação de verdade. “Prendiam”
diretores e gerentes da companhia e resgatava uma parte do dinheiro roubado, entretanto
os principais ladrões estão cumprindo suas penas em casa, verdadeiros clubes de
lazer, construídos com dinheiro da Empresa (11,12).
É claro que todo mundo
estranhava tanta facilidade a ladrões confessos, mas agora começam a vazar denúncias
mostrando desvios nas negociações das delações e o verdadeiro motivo da liberação desses bandidos: recebimento de
propina pela Lava Jato.
A primeira advogada a tratar desses negócios
envolvendo delações, na Lava Jato, foi Catta Preta, que participou de nove
negociações de delação e pode ter arrecadado, segundo a imprensa, R$ 45 milhões.
Catta, também conhecida como “Dra. Delação”, abandonou o negócio e foi morar em
Miami com o marido, falsificador de dinheiro, alegando ter sido ameaçada de
morte. O mínimo razoável é que a Dra. Delação fosse investigada. E nada! (3).
Teve o e-mail recebido pela a filha de
Aldemir Bendine, preso por suspeita de recebimento de propina, pedindo R$ 700
mil por habeas corpus, citando o nome e conta onde o dinheiro deveria ser depositado.
O que torna mais grave a denúncia é o envolvimento do STF na falcatrua. Bendine
pediu ao MPF investigação. Até agora nada!(2).
A jornalista da Folha, Mônica Bergamo, prestando
um serviço de relevância à imprensa e à sociedade, entrevistou, no último
domingo, o advogado Tecla Duran, que
revelou, em detalhes, que o advogado Zucoloto, falando em nome da Lava Jato,
lhe pediu propina. Mônica fez a entrevista, creio, talvez sem muita pretensão.
Moro, que nem foi citado na entrevista, partiu
para o ataque, inclusive com ofensas à Jornalista, chamando-a de irresponsável.
A negociata, falada por Duran, restringia- se
aos procuradores da operação, não falava do juiz Moro. E Moro, exasperado como alguém
pego fazendo coisa errada, foi contundente:
O advogado Carlos Zucoloto Jr. é meu amigo
pessoal e lamento que o seu nome seja utilizado por um acusado foragido e em
uma matéria jornalística irresponsável para denegrir-me;.
De tão nervoso que ficou, Moro esqueceu que
Zucolooto é muito mais que um amigo pessoal, zucoloto teve negócios com a família
Moro, pois foi sócio da mulher do juiz, Rosangela Moro (1). Creio que Mônica Bergamo, sem querer, atingiu
o lado podre da operação.
Moro, em sua perda de estribeira, deu a pista
para os pobres mortais dos muitos prováveis negócios imorais e criminosos da
Lava Jato.
Mas além das evidências de recebimento de
propina para liberar os ladrões da Petrobrás, há o fato da omissão da Lava Jato,
mesmo com denúncia formalizada, em novembro de 2016, quanto à atual gestão
criminosa dos tucanos na Petrobrás (7). Sempre
os tucanos!
Isso porque agora, na presidência da
Petrobrás, indicado pelo golpista Michel Temer, está o tucano Pedro Lalau
Parente. Lalau, mesmo já sendo réu na venda de ativos desde 2001, quando
ministro de FHC e membro do Conselho de Administração da Petrobrás, volta
à Petrobrás para chafurdar novamente e agora com a cumplicidade da
Lava Jato (4). Como eu disse em artigos anteriores:
A Lava Jato, nomeada por CPI para investigar
a Petrobrás, além de conhecer o modus operandi de Lalau, ainda permite que ele
“venda”, sem licitação, ativos da Companhia para quem quer e pelo valor que ele
mesmo determina: entregou o campo de Carcará do pré-sal pelo valor de um
refrigerante por barril de petróleo; a Petroquímica de Suape ao preço de 5 dias
de faturamento (5,6). Já vendeu fábrica de fertilizantes e de biocombustíveis e
anuncia a venda de plataformas. Lalau faz a maior liquidação do planeta!
Como a debochar da sociedade, a Lava Jato vira
filme a ser lançado na semana da Pátria. Gastaram R$ 15 milhões que ninguém sabe
de onde veio. O pior é o titulo do filme “A lei vale para todos!” Se valesse,
muitos dos integrantes da Lava Jato, ao invés de estarem no cinema, muito provavelmente, estariam na cadeia!
Fonte: 1 - http://www.jb.com.br/pais/noticias/2017/08/27/advogado-acusa-amigo-de-moro-de-intervir-em-acordo-de-delacao/?from_rss=jazz
3 - https://www.brasil247.com/pt/247/brasil/190367/Dra-Dela%C3%A7%C3%A3o-partiu-com-marido-condenado.htm
5 - http://www.redebrasilatual.com.br/revistas/127/escandalo-da-petroquimica-de-suape-a-pasadena-de-temer
6 - http://www.vermelho.org.br/noticia/285181-1
6 - http://www.vermelho.org.br/noticia/285181-1
Rio de Janeiro, 02 de setembro de 2017.
Autor: Emanuel
Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente do Sindipetro-RJ, fundador e ex diretor
do Comando Nacional dos Petroleiros, da FUP e fundador e coordenador da FNP ,
ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese, sendo também autor do livro “A Outra
Face de Sérgio Moro” que pode ser adquirido em: http://emanuelcancella.blogspot.com.br/2017/07/a-outra-face-de-sergio-moro-pontos-de.html.
OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
(Esse relato pode ser reproduzido livremente)
Meus endereços eletrônicos:
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