sábado, 2 de setembro de 2017

Na Lava Jato do Moro, a lei não é para todos!

por Emanuel Cancella

Se fosse, muito dos integrantes da Lava Jato, ao invés de estarem no cinema, muito provavelmente estariam na cadeia!  


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A Lava Jato criou uma expectativa, na sociedade, do surgimento de uma ferramenta de combate irrestrito à corrupção. Moro frustrou essa esperança!
O filme da Lava Jato, a começar pelo titulo, “A lei é para todos”, mostra uma operação que nunca existiu, simplesmente porque os maiores corruptos, os tucanos, são recordistas em delação e nenhum deles sequer foi investigado.

O senador tucano, Aécio Neves, mais de sete vezes delatado na operação, nunca foi ao menos investigado, muito menos teve vazamento de delação na mídia (10).

Outro tucano, FHC, inúmeras vezes citado em corrupção na Petrobrás, chegou a escrever um livro, Diários da Presidência, onde confessa que havia corrupção, em seu governo, na companhia. E mais, muitas dessas roubalheiras tiveram participação de seu filho. E nada de Moro investigar! (8,9).

A investigação, pela Lava Jato, na Petrobrás só atingiu os governos do PT e funcionava muito mais como um reality show do que uma operação de verdade. “Prendiam” diretores e gerentes da companhia e resgatava uma parte do dinheiro roubado, entretanto os principais ladrões estão cumprindo suas penas em casa, verdadeiros clubes de lazer, construídos com dinheiro da Empresa (11,12). 

É claro que todo mundo estranhava tanta facilidade a ladrões confessos, mas agora começam a vazar denúncias mostrando desvios nas negociações das delações e o verdadeiro motivo  da liberação desses bandidos: recebimento de propina pela Lava Jato.

A primeira advogada a tratar desses negócios envolvendo delações, na Lava Jato, foi Catta Preta, que participou de nove negociações de delação e pode ter arrecadado, segundo a imprensa, R$ 45 milhões. Catta, também conhecida como “Dra. Delação”, abandonou o negócio e foi morar em Miami com o marido, falsificador de dinheiro, alegando ter sido ameaçada de morte. O mínimo razoável é que a Dra. Delação fosse investigada. E nada! (3).

Teve o e-mail recebido pela a filha de Aldemir Bendine, preso por suspeita de recebimento de propina, pedindo R$ 700 mil por habeas corpus, citando o nome e conta onde o dinheiro deveria ser depositado. O que torna mais grave a denúncia é o envolvimento do STF na falcatrua. Bendine pediu ao MPF investigação. Até agora nada!(2).   

A jornalista da Folha, Mônica Bergamo, prestando um serviço de relevância à imprensa e à sociedade, entrevistou, no último domingo, o advogado Tecla Duran,  que revelou, em detalhes, que o advogado Zucoloto, falando em nome da Lava Jato, lhe pediu propina. Mônica fez a entrevista, creio, talvez sem muita pretensão.

Moro, que nem foi citado na entrevista, partiu para o ataque, inclusive com ofensas à Jornalista, chamando-a de irresponsável.
A negociata, falada por Duran, restringia- se aos procuradores da operação, não falava do juiz Moro. E Moro, exasperado como alguém pego fazendo coisa errada, foi contundente:

O advogado Carlos Zucoloto Jr. é meu amigo pessoal e lamento que o seu nome seja utilizado por um acusado foragido e em uma matéria jornalística irresponsável para denegrir-me;.

De tão nervoso que ficou, Moro esqueceu que Zucolooto é muito mais que um amigo pessoal, zucoloto teve negócios com a família Moro, pois foi sócio da mulher do juiz, Rosangela Moro (1).  Creio que Mônica Bergamo, sem querer, atingiu o lado podre da operação.

Moro, em sua perda de estribeira, deu a pista para os pobres mortais dos muitos prováveis negócios imorais e criminosos da Lava Jato.

Mas além das evidências de recebimento de propina para liberar os ladrões da Petrobrás, há o fato da omissão da Lava Jato, mesmo com denúncia formalizada, em novembro de 2016, quanto à atual gestão criminosa dos  tucanos na Petrobrás (7). Sempre os tucanos!

Isso porque agora, na presidência da Petrobrás, indicado pelo golpista Michel Temer, está o tucano Pedro Lalau Parente. Lalau, mesmo já sendo réu na venda de ativos desde 2001, quando ministro de FHC e membro do Conselho de Administração da Petrobrás, volta  à  Petrobrás para chafurdar novamente e agora com a cumplicidade da Lava Jato (4). Como eu disse em artigos anteriores:
A Lava Jato, nomeada por CPI para investigar a Petrobrás, além de conhecer o modus operandi de Lalau, ainda permite que ele “venda”, sem licitação, ativos da Companhia para quem quer e pelo valor que ele mesmo determina: entregou o campo de Carcará do pré-sal pelo valor de um refrigerante por barril de petróleo; a Petroquímica de Suape ao preço de 5 dias de faturamento (5,6). Já vendeu fábrica de fertilizantes e de biocombustíveis e anuncia a venda de plataformas. Lalau faz a maior liquidação do planeta!

Como a debochar da sociedade, a Lava Jato vira filme a ser lançado na semana da Pátria. Gastaram R$ 15 milhões que ninguém sabe de onde veio. O pior é o titulo do filme “A lei vale para todos!” Se valesse, muitos dos integrantes da Lava Jato, ao invés de  estarem no cinema, muito provavelmente,  estariam na cadeia!  


Fonte: 1 - http://www.jb.com.br/pais/noticias/2017/08/27/advogado-acusa-amigo-de-moro-de-intervir-em-acordo-de-delacao/?from_rss=jazz  

Rio de Janeiro, 02 de setembro de 2017. 

Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente do Sindipetro-RJ, fundador e ex diretor do Comando Nacional dos Petroleiros, da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese, sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro” que pode ser adquirido em: http://emanuelcancella.blogspot.com.br/2017/07/a-outra-face-de-sergio-moro-pontos-de.html.

OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

(Esse relato pode ser reproduzido livremente)

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