por Emanuel Cancella
Em 88, os inimigos de Cazuza estavam no poder. Se ele não
tivesse morrido em 1990, veria muito mais que inimigos, mas, uma quadrilha, capitaneada
por Michel Temer, no domínio da nação.
Cantava
Cazuza, líder da banda Barão Vermelho, em 1988, "Meus inimigos estão no poder!" . Aquele ano, para mim, foi
marcante, já que, enquanto líder sindical petroleiro, eu, membro da oposição a
direção do Sindipetro-RJ, o grande articulador, Jorge Eduardo e mais 45 companheiros, em todo o Brasil, fomos
demitidos por organizar uma greve, em todo o Brasil inclusive na sede da Petrobrás. E nesse mesmo ano, através de outra greve, retornamos, reintegrados à Petrobrás.
Essa greve chegou
a botar em cheque minha ideologia, pois cheguei a me perguntar se eu sobreviveria
a essa demissão. Sobrevivi, e durante o período afastado, os petroleiros, não
deixaram faltar um tostão de nossos salários. Depois, quando reintegrado, fiz
questão de devolver todo dinheiro ao Sindicato.
Mas, voltando
ao Cazuza, cujo nome é Agenor, o mesmo nome do compositor Cartola, compositor da
obra prima da Musica Popular Brasileira, “As rosas não falam”. Agenor! E parece
que eles não gostavam do nome, pois nenhum adotou o próprio nome.
E Cazuza, na
mesma música bradava, aos ventos: “.Ideologia Eu quero uma pra viver” .
Em 88, os inimigos de Cazuza estavam no poder.
Se ele não tivesse morrido em 1990, veria muito mais que inimigos, mas, uma
quadrilha, capitaneada por Michel Temer no domínio da nação.
.
Vale lembrar
que Caetano foi um dos primeiros a reconhecer o talento de Cazuza, como
compositor e poeta. E fez isso no Canecão, a mais importante casa de show no Rio
na época, em 1983 (1).
Numa
ocasião, comentando o fato, de sem querer, Cazuza ter machucado o dedo de
Caetano, Cazuza disse: “Esse dedo é uma merda mesmo! Não serve pra nada! Você
toca violão mal pra car..., para que precisa desse dedo? E os dois riram
bastante. Isso mostra um pouco o caráter de ambos, além de grandes compositores
e poetas, não eram bajuladores.
E Cazuza, já
naquela época, andava em busca de uma ideologia.
Em 2003,
chegou ao poder uma estrela que, apesar de não ter o brilho que muitos
gostariam, deu cidadania aos mais pobres, algo inconcebível pela elite
brasileira. Essa elite sempre quis o Brasil só para ela e, de tramoia em tramoia,
chegou ao golpe de 2016.
E a estrela
só chegou ao poder graças a outras estrelas,
como Leonel Brizola, Darcy Ribeiro, Luiz Carlos Prestes, Chico Mendes e outros, inclusive da base da sociedade, que formaram uma constelação permitindo
que a esquerda ficasse no comando do Brasil.
Infelizmente
o PT, a estrela que conseguiu se ascender não conseguiu impedir que as outras
estrelas se afastassem.
Mas agora,
se quisermos sobreviver enquanto nação e resgatarmos a democracia, nossos direitos, cidadania e soberania, precisamos
tirar urgentemente esses bandidos do comando. Isso só será possível pela união
de todos nós, por uma verdadeira ideologia que liberte nosso país dessa
quadrilha.
O todos, inclui os batedores de panela e os coxinhas, pois todos estamos no mesmo barco.
E esse barco se chama Brasil!
Rio de Janeiro, 03 de agosto de 2017.
Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300,
ex-presidente do Sindipetro-RJ, fundador e ex diretor do Comando Nacional dos
Petroleiros, da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e
Nacional do Dieese, sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro”
que pode ser adquirido em: http://emanuelcancella.blogspot.com.br/2017/07/a-outra-face-de-sergio-moro-pontos-de.html.
OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
(Esse relato pode ser reproduzido livremente)
Meus endereços eletrônicos:
http://emanuelcancella.blogspot.com.
https://www.facebook.com/emanuelcancella.cancella
OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
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