sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Impossível neste momento a unidade dos petroleiros para barrar o golpe e o desmonte da Petrobrás.

por Emanuel Cancella

Resultado de imagem para petroleiros pelado em Brasilia?

A visita ao TST, em 2007, aconteceu no mesmo dia que realizamos o peladaço, em Brasília, em frente ao Palácio do Planalto, no governo Lula, em defesa dos aposentados.

O Sindipetro - Litoral Paulista, filiado à FNP, até faz um trabalho importante realizando congressos regionais unificados, entre a Federação Única dos Petroleiros - FUP e Federação Nacional dos Petroleiros -FNP. Inclusive, no último congresso nacional da FNP, foi aprovada a unidade entre FUP e FNP na luta para defender a Petrobrás.

Mas essa unidade acaba esbarrando no PSTU, que tem militantes valiosos no movimento petroleiro, aliados aguerridos na categoria em todo o Brasil e controlam importantes sindicatos, como o do RJ e de SE/AL. Mas, apesar do discurso, na prática, o PSTU  aliou-se ao golpe, e acaba apoiando a política criminosa de Pedro Lalau Parente e aplaude as medidas de Sergio Moro e da Lava Jato, que tudo faz para destruir a Empresa.

O PSTU diz que, no Brasil, não houve golpe, o que acaba colocando o Partido ao lado das forças mais reacionárias do país como a Globo, STF, DEM, PSDB, MBL etc. Se não houve golpe, não tem que ter luta para barrá-lo!

Para justificar e não assumir a entrega de nossas riquezas e a retirada de nossos direitos, os golpistas, incluindo o presidente da Petrobrás, Pedro Lalau Parente,  têm como principal bandeira a de que Lula, Dilma e o PT são os culpados de tudo de ruim que aconteceu e acontece na Petrobrás e no Brasil. E o PSTU também concorda!

Não que não tenham cometidos erros, entretanto a Petrobrás, nesses governos do PT, desenvolveu tecnologia inédita que permitiu a descoberta do pré-sal; retomou em nosso país a indústria naval e nós, trabalhadores ativos, tínhamos todo ano aumento real de salário e PLR . E, graças ao jurídico do RJ, a maioria dos aposentados estão ganhando os níveis de 2004/5/6.

Esses níveis são resultados de uma ação conjugada do Sindipetro-RJ em Brasília e no TST. Foi levado um memorial a cada gabinete de ministro do TST explicando por que eram devidos esses níveis aos aposentados.

A visita ao TST em 2007 aconteceu no mesmo dia que realizamos o peladaço, em Brasília, em frente ao Palácio do Planalto, no governo Lula, em defesa dos aposentados. Interessante que nesse ato fomos criticados pela FUP e pelo PSTU.

No Sindipetro-RJ, enquanto direção sindical, fizemos oposição a todos os presidentes da companhia indicados pelo PT. Inclusive realizamos o enterro simbólico de todos eles, em frente à sede da companhia. Nunca fomos adesistas e nem correia de transmissão de nenhum governo.

O PSTU apoia a prisão de Lula (1), mesmo sem prova. Militantes do PSTU mandaram tirar faixa do Centro de pesquisa da Petrobrás no Rio, o Cenpes, que criticava Sergio Moro.  
Na última eleição, a nossa chapa derrotada no RJ denunciou que a chapa capitaneada pelo PSTU havia organizado dois debates em auditório da Petrobrás, Edisen, onde fica lotado o Lalau. Fui corrigido pela principal liderança do PSTU, em nossa base, Eduardo Henrique, de que não eram dois, eram três debates. Nunca o Sindipetro-RJ, em sua história, conseguira espaço em auditório da Petrobrás. No mínimo suspeito!     

Vale lembrar que por essa postura do PSTU, houve um racha no partido que acarretou em centenas de baixa de militantes, inclusive vão criar um novo partido (2,3).
Creio que este depoimento é importante porque o grupo sindical a que pertenço sempre fez unidade com o PSTU, no Sindipetro-RJ. Inclusive eu fiz parte, no passado, do seu braço sindical.

Na última eleição, fomos derrotados principalmente pelo PSTU, que uniu em torno de si uma unidade que foi consagrada pela base de “Fora Todos” onde o principal inimigo é o PT, Lula, Dilma e a CUT, aliás, eles já desfilaram o Sindipetro-RJ da CUT.

Não podemos esquecer que os petroleiros, na década de 90, barraram grande parte da Privataria Tucana. Conseguimos evitar a privatização da Petrobrás, com uma greve de 32 dias, unidos numa única federação e com amplo apoio da sociedade civil organizada, inclusive, naquela época, a palavra de ordem era: “Somos todos petroleiros”.
Com certeza que uma greve dos petroleiros impediria o desmonte da Petrobrás e seria um pontapé inicial para a derrubada do golpe.   

Hoje, graças ao PSTU, conseguir a unidade dos petroleiros é como querer acelerar um carro com o freio de mão puxado!


Fonte: 1 - http://lbi-qi.blogspot.com.br/2016/09/pstu-apoia-lava-jato-e-defende-prisao.html     
2 - http://www.carosamigos.com.br/index.php/politica/7390-fora-temer-a-esquerda-do-pt     
3 - https://claudemirpereira.com.br/2016/07/politica-dissidentes-do-pstu-e-outros-militantes-anunciam-um-novo-partido-da-esquerda-esquerda/

Rio de Janeiro, 11 de agosto de 2017. 
Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente do Sindipetro-RJ, fundador e ex diretor do Comando Nacional dos Petroleiros, da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese, sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro” que pode ser adquirido em: http://emanuelcancella.blogspot.com.br/2017/07/a-outra-face-de-sergio-moro-pontos-de.html.

OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

(Esse relato pode ser reproduzido livremente)

Meus endereços eletrônicos:
http://emanuelcancella.blogspot.com.
https://www.facebook.com/emanuelcancella.cancella 


2 comentários:

  1. Cancela, eu estava no congresso em São Paulo quando o PSTU desfilou seus sindicatos da FUP. Desde então, todos os espaços oferecidos pela direita são ocupados pelos "inocentes" esquerdoides. Esse partido transformou-se em linha auxiliar do golpe, mera quinta coluna. A prática mostra que o discurso de unidade levado às bases elos sindicalistas do Conlutas conflita com a realidade. Essa miopia política divide e joga a categoria na incerteza. Nesse momento, cair no falso discurso de unidade é aprofundar as dificuldades inerentes à conjuntura e manter a categoria como presa fácil dos interesses privatistas.

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  2. Caramba... parece que os sindicalistas são a maioria, desmemoriados
    E esta guerra entre pequenos e grandes partidos come o fígado dos trabalhadores .
    Aí vcs vão me dizer que não existe outra realidade a não ser a partidária?
    Em nome da democracia são feitas inúmeras barbaridades.
    E uma democracia simplesmente inexistente.
    O SINDIPETRO /RJ estava de pés e mãos atados nesta rixa partidária. Infelizmente Emanuel as bases estavam sendo esquecidas neste tsunami de disputas internas pelo poder. Elas queriam ser mais escutadas. Até estavam desistindo de querer se fazer ouvir. A lição tem que ser aprendida.
    Temos que agir no coletivo pois de outra forma seremos capazes de produzir tirania ... É claro que vamos ter que focar sempre na direção de novas possibilidades..

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