Por Emanuel
Cancella
Já dizia Maquiavel:” Quando
fizer o bem, faça-o aos poucos. Quando for praticar o mal, é fazê-lo
de uma vez só.”
Quantas malas de dim dim rolaram nesses atos profícuos?
- O ministro do STF, Marco Aurélio de Mello,
devolve o mandato a Aécio Neves e nega o pedido de prisão;
- O ministro Edson Fachin, também do STF,
solta o homem da mala de Temer, o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures
(PMDB-PR).
- O TSE absolve Temer.
- O juiz Sérgio Moro soltara mulher de
Eduardo Cunha e de Sérgio Cabral.
- O ministro Gilmar Mendes do STF, “por
motivos humanitários”, já havia liberado o megaestuprador, o médico Roger
Abdelmassih, condenado a 278 anos de cadeia, por violentar 37 mulheres e abusar
sexualmente de outras tantas.
Já citei acima Maquiavel, mas no tupiniquim
quer dizer que eles criam dificuldades para vender facilidades.
Se o Supremo quisesse realmente fazer um mutirão
de bondades jurídicas faria um programa para esvaziar nossas prisões superlotadas.
Poderia envolver todos os juízes para analisar os processos de milhares de
presos, por todo o Brasil, condenados por um único crime, que não fosse contra
a vida, no sentido de dar-lhes a liberdade vigiada. Os ministros do Supremo têm
poder e legitimidade para isso, mas isso eles não fazem.
Devolver o mandato de senador e negar sua
prisão depois de sete delações é escarnio com a sociedade; soltar um megaestuprador;
soltar o homem da mala, nas vésperas da sua delação, que com certeza envolveria
o temeroso. Isto não tem preço que caiba no bolso ou no limite do cartão, haja
mala!
Isso soa como provocação para buscar uma ação
contundente da sociedade.
Para evitar qualquer precipitação, quero
sugerir aos movimentos sociais, para esses juízes algo que já fiz enquanto sindicalista, o escracho. Esse
método de protesto vem da Argentina, quando ativistas concentram-se diante do local de
trabalho ou residência de pessoa que se quer denunciar publicamente.
(1).
Enquanto dirigente do Sindipetro-RJ, fizemos
dois escrachos:
- um contra diretor da Petrobrás e outro
contra gerente. Ao invés de prêmio, como ganha o juiz Sérgio Moro, fomos
ameaçados pela banca de advogados de Nilo Batista de prisão e só fomos liberados com a promessa, nos autos, de não
citar mais os nomes desses representantes da empresa, em qualquer ato. Uma companheira
não queria fazer o acordo, mas a convencemos de aceitar o acordo, pois tínhamos
outros métodos de denunciar essas pessoas sem citar seus nomes.
Fomos ingênuos
e mostramos nossa cara e identidade, temos que usar a picardia e malandragem dos
juízes picaretas quando dizem, por exemplo, que Aécio Neves “tem uma carreira
política elogiável”. Também disseram que o habeas corpos do megaestuprador foi
por motivos humanitários.
Nem com a morte o demoveu Moro, a arquivar o processo da mulher de Lula, D. Marisa
Leticia, mesmo baseado em denúncia vazia: “Marisa Letícia era ré em duas ações
decorrentes da Operação Lava Jato, que ainda estão em andamento, nas quais
respondia pelo crime de lavagem de dinheiro” (4)...
Moro também sequestrou a casa da mãe de José
Dirceu, dona Olga Guedes da Silva, de 94 anos. José Dirceu foi solto pelo STF e
a casa da mãe continua sequestrada por Moro (3).
Continuando as (in)justiças de Moro: “Assim
como com mulher de Cunha, Moro reprova gastos de Adriana Ancelmo e não vê
lavagem (..). O juiz Sérgio Moro, que condenou nesta terça-feira (13) o
ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) a 14 anos e dois meses de
prisão, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, livrou a esposa dele, a
advogada Adriana “ A mesma linha foi usada por Moro para absolver a esposa do
deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Claudia Cruz, da mesma acusação...
(2)”
Se eles, os juízes, podem esconder os reai$ motivo$
de suas decisões, por que temos que, nos escrachos, mostrar nossas caras e identidades?
Nos bastidores, nosso advogado falou para não
fazermos mais esses atos pois os juízes são frontalmente contra esse tipo de manifestação. Sabe por que? Os juízes têm medo de que esse
tipo de manifestação seja usado contra eles.
Estamos
esperando o quê?
Fonte: 1
- https://pt.wikipedia.org/wiki/Escracho
Rio de Janeiro, 01 de julho de 2017.
Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente do
Sindipetro-RJ, fundador e ex diretor do Comando Nacional dos Petroleiros, da
FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese,
sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro”
OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia,
Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
(Esse relato pode ser reproduzido
livremente)
Meus endereços eletrônicos:
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