por Emanuel Cancella
Depois da absolvição da Claudia Cruz, mulher
do Eduardo Cunha, e de Adriana Ancelmo, mulher
do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, Moro perdeu o que
restava do verniz de paladino da moral e da justiça.
Esse mesmo Moro que, nem depois de morta,
absolveu a mulher de Lula, dona Marisa Letícia, e que sequestrou a casa da mãe
de Jose Dirceu de 94 anos, dona Olga
Guedes da Silva (2).
E Moro não investigou e nem prendeu nenhum
tucano, nem mesmo Aécio Neves, sete vezes delatado na operação Lava Jato. Foi
preciso um outro juiz gravar o depoimento do dono da JBS e, com permissão do
STF, vazar para a sociedade a conversa de Aécio, na qual pedia dois milhões em
propina, para que ele fosse desmascarado, principalmente com a singela frase: “A
gente mata antes de ele fazer delação” (1) .
Se dependesse de Moro e da Lava Jato, Aécio
ainda estaria dando conselhos à sociedade, através da grande mídia, de como
combater a corrupção.
Da mesma forma que, se depender também de
Moro e da lava Jato, a Petrobrás vai ser totalmente entregue aos gringos pelo
tucano Pedro Parente, presidente da empresa nomeado por Temer.
Moro e a Lava Jato sabem que Parente é réu na
venda de ativos desde quando foi ministro do apagão de FHC e presidente do
Conselho de Administração da Petrobrás (8). Sabem também que, agora, Parente volta
à Petrobrás vendendo áreas estratégicas da Companhia como o pré-sal e petroquímica,
para quem quer e pelo preço que ele mesmo determina (9,10). Só aí já comete
vários crimes, pois são ativos valorizadíssimos, com venda totalmente proibida sem
licitação, e a Lava Jato finge que não vê essa aberração.
Para que ninguém tenha dúvida da cumplicidade
de Moro e da Lava Jato com os tucanos, o governo de FHC na Petrobrás foi inúmeras
vezes delatado, muitas delas envolvendo seu próprio filho (4,5) e Moro diz, nos
EUA, que não investiga os tucanos porque as denúncias contra eles não chegam à
operação (3).
Nem uma denúncia, em novembro de 2016, acusando
de omissão a Lava Jato na gestão de Pedro Parente na Petrobrás sensibilizou a força-tarefa,
muito pelo contrario, o MPF, a pedido de Moro, em dezembro do mesmo ano, ainda intimou
o petroleiro acusando-o de possível crime contra a honra do servidor público
(6,7), no caso a honra do Moro.
Na verdade, a maior parte da sociedade já não
acredita na justiça da Lava Jato, resultado de sua postura parcial, detonando o
PT e protegendo os tucanos, os verdadeiros comandantes da roubalheira.
Será que nessas inúmeras delações na Lava Jato,
envolvendo o governo de FHC na Petrobrás e as sete delações do tucano Aécio Neves,
não dariam para ter pelo menos um vazamentozinho para a Globo? Será que vazamento de delação na Lava Jato é
só do PT?
Quando digo que Moro subiu no telhado não é
porque eu acho, já que os fatos mostram mudança de cenário politico: a libertação
de José Dirceu; as gravações de Aécio para o dono da JBS; e agora a declaração
de FHC, contrariando o próprio partido, o PSDB, quando pede um ato de grandeza de
Temer, antecipando as eleições presidenciais.
Vamos ficar atentos ao telhado!
Rio de Janeiro, 19 de junho de 2017.
Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente do
Sindipetro-RJ, fundador e ex diretor do Comando Nacional dos Petroleiros, da
FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese,
sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro”
OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia,
Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
(Esse relato pode ser reproduzido
livremente)
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