por Emanuel Cancella
O mesmo
Pedro Parente, que hoje preside a Petrobrás, já é réu em ação movida por
petroleiro, por conta de venda de ativos, quando então ministro de FHC (1). Agora indicado pelo golpista Michel Temer, Parente continua a perpetrar negócios criminosos vendendo ativos valiosíssimos
da Petrobrás, sem licitação, para quem ele determina e por preço que decide.
Vende
como se o patrimônio da Petrobrás fosse pessoal, mas duvido que Pedro Parente
venderia um patrimônio de sua família como ele faz na Petrobrás. Por exemplo, “vendeu”
o campo de Carcará do pré-sal, sem licitação e a preço de um refrigerante o
barril.
Ignorando
a justiça, que o tornou réu, e as leis brasileiras que proíbem a venda de bens
públicos sem licitação, Parente segue entregando tudo. E ainda, para tentar calar
a direção do Sindipetro-RJ interpelou todos os diretores. Quem faz a coisa certa não
precisa fazer ameaças. Como diz o ditado: “Quem não deve não teme!”.
E o
juiz Sérgio Moro, que chefia a operação Lava Jato, cuja missão dada pela CPI seria investigar a Petrobrás,
finge que não vê o desmonte que o tucano Pedro Parente faz na empresa. E
continuou a não tomar qualquer providência mesmo diante de minha denúncia ao
MPF, enquanto petroleiro e Coordenador da Federação Nacional dos Petroleiros –
FNP e do Sindipetro-RJ, formalizada em
novembro de 2016, acusando sua omissão, diante da liquidação criminosa de Parente
(2).
Ao
contrário, a resposta de Moro veio através do MPF, que. em dezembro de 2016, me
intimou, sob a alegação de que eu teria
ofendido a sua honra, enquanto funcionário público(3). E a minha honra como
fica? A obrigação do dirigente sindical é defender a Petrobrás e os direitos dos
petroleiros. Em se tratando da Petrobrás, por ser uma empresa estratégica, seu
desmonte coloca em risco a economia e a soberania nacional.
Além
disso a mulher de Moro trabalha para o PSDB e empresas multinacionais de petróleo.
Justamente os mais beneficiados com os julgados do marido. Marido (8,9).
Muito
antes da Lava Jato, a diretoria do Sindipetro-RJ, da qual faço parte, já
realizava enterro simbólico em frente à sede da Petrobrás, de todos os
presidentes da Petrobrás, na gestão do PT.
Enterramos
o diretor Renato Duque e, ao invés de prêmio, como recebe o juiz Sérgio Moro,
fomos ameaçados de prisão por realizar “Escracho” na casa de gerentes e diretores
da Petrobrás, hoje estampados nas manchetes como corruptos. Além dos atos fotografados
e filmados protocolamos varias denuncias no MP e na Policia Federal.
Os petroleiros nunca se calaram e
queremos todos os corruptos e corruptores na cadeia, mas respeitado o direito
de ampla defesa e após o processo transitar em julgado.
Ao invés de querer acabar com a corrupção,
parece que a Lava Jato estava mesmo a amaciar o terreno para agora vir Parente
e entregar tudo, por isso diariamente, da Lava Jato, saíam vazamentos seletivos
e criminosos que visavam ao enfraquecimento de Dilma e à desmoralização da empresa.
Se quisessem
acabar com a corrupção, quem fez devassa na Petrobrás, na gestão do PT, não se
calaria com a corrupção tucana, pois não investiga o governo tucano de FHC na
Petrobrás, várias vezes delatado, incluindo até seu próprio filho (4,5). Da
mesma forma agora Moro se cala diante do desmonte que o atual presidente, o também
tucano Pedro Parente, implementa na Petrobrás.
Os prejuízos
financeiros e sociais com a venda de ativos da Petrobrás e os efeitos de sua
politica nefasta, na gestão de FHC e de Pedro Parente, são geometricamente superiores
ao que a Globo chamou de “Petrolão” .
A
dupla Pedro Parente e juiz Moro acabou com a engenharia nacional e com a indústria
Naval (6,7). Ao contrario, aplicando a lei de Leniência, ao invés de destruir a
engenharia nacional, acabar com a indústria naval poderiam punir os dirigentes
dessas empresas afastá-los, sem fechá-las e sem acarretar a demissão de milhões
de trabalhadores.
Pedro
Parente, de forma criminosa, tirou a Petrobrás dos setores mais estratégicos e empregatícios,
como: petroquímicos, o mais lucrativo da indústria do petróleo. Parente também afastou
a Petrobrás do setores de fertilizante, biocombustível e gás.
A Petrobrás,
durante 63 anos, abasteceu o país ininterruptamente de combustíveis; e até a
crise iniciada em outubro de 2014, a companhia, com os impostos que paga, financiava
80% das obras do Brasil, respondendo por milhões de empregos diretos e
indiretos; desenvolveu tecnologia inédita no mundo que permitiu a descoberta do
pré-sal, garantindo assim o abastecimento de petróleo no país no mínimo nos
próximos 50 anos. Nenhuma outra empresa oferece isso ao país!
Quando
o petróleo era um sonho, mesmo assim o povo brasileiro foi para as ruas, na
maior campanha cívica que este país conheceu, conhecida como “O Petróleo é
Nosso!”. Nenhum militante da campanha trabalhava na Petrobrás, até por que a
empresa não existia. Agora que o petróleo
é uma realidade, vamos permitir que dois picaretas destruam a companhia?
Rio de Janeiro, 22 de maio de 2017.
Autor: Emanuel
Cancella, OAB/RJ 75.300, integra a coordenação do Sindipetro-RJ e da Federação
Nacional dos Petroleiros (FNP), sendo autor do livro “A Outra Face de
Sérgio Moro”
OBS.:
Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha,
Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
(Esse
relato pode ser reproduzido livremente)
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