por Emanuel Cancella
Os balanços
financeiros na Petrobrás, na gestão de Pedro Parente, têm sido principalmente no
sentido de justificar a venda de ativos e para justificar a retirada de
direitos dos trabalhadores.
Chama atenção o fato de a empresa
informar que efetuou vendas de ativos em 2016 no montante de US$ 13,6 bilhões e,
ao mesmo tempo, dizer que a dívida caiu apenas US$ 4 bilhões (de US$ 100,4 bi
para US$ 96,4 bi). Será que Parente, além de liquidar a Petrobrás, está
vendendo, como as casas Bahia, em dez vezes sem juros?
Outro fato que chama atenção no
balanço é a importação de derivados. Os trabalhadores, nas refinarias, reclamam
que os gerentes mandam baixar a carga no refino. Sendo que carga chegou no
máximo a 79,7% em 2016. Mandam baixar a produção e depois esses números são
usados para dizer que os trabalhadores não atingiram a meta para efeito de PLR.
A empresa diminui a capacidade de
refino e paralelamente aumenta a importação de derivados, o que favorece a
empresa privadas. Os principais importadores são a Ipiranga (Ultra/Itau) e a
Raizen (Shell/Cosan). Será que estão engordando o caixa destas empresas
(Ipiranga e Raizen) para a venda da cereja do bolo – a BR Distribuidora?
Se Pedro Parente estivesse preocupado
com o futuro da Petrobrás estaria construindo refinarias para atingirmos a autossuficiência
no refino. Fica claro que sua gestão quer mesmo é importar derivados para
favorecer empresas privadas.
O pré-sal, o maior tesouro da
Petrobrás, está para ser entregue aos gringos como foi o campo de Carcará, “vendido”
sem licitação e a preço de um refrigerante o barril. Pedro anuncia vários leilões
dos campos do pré-sal. Conta com o apoio da Lava Jato, já que não toma qualquer
providência contra esse bota-fora de bens públicos. Aliás, essa proteção a
entreguistas também percebeu-se quando a Lava Jato fez vista grossa à gestão do
tucano FHC na Petrobrás, apesar das inúmeras denúncias.
A gestão atual do também tucano Parente foi denunciada formalmente
ao MPF, em novembro de 2016, até hoje sem resposta (2). Não podemos esquecer
que Parente já é réu em ação movida pelos petroleiros quando ministro de FHC
(1).
Agora o TCU critica mas autoriza a liquidação de
Parente na Petrobrás. Esse mesmo TCU que abriu processo contra a presidente
Dilma, por conta das pedaladas fiscais, tirando Dilma do poder. Importante frisar
que os próprios peritos do Senado federal negaram a prática de pedaladas por parte
de Dilma. E ainda, pedaladas fiscais agora é lei.
Voltando aos balanços financeiros da
empresa, o terceiro no vermelho, que têm sido uma peça fundamental na política entreguista de Parente, além de
liquidar com a Petrobrás, retira direitos consagrados da categoria, como a PLR,
abono, Beneficio Farmácia, MAS, entre outros.
Até o café da manhã obrigatório por
lei nas unidades operacionais está sendo cancelado por Pedro Parente.
Ou os petroleiros param o Pedro ou
ele acaba com a Petrobrás!
Fonte: Brasil 247: “Balanço 2016 da Petrobras está muito mal explicado”
2 - 2 - http://fnpetroleiros.org.br/?p=12171
Rio de Janeiro, 23 de março de 2017.
OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o
Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
(Esse relato pode ser reproduzido livremente)
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