por Emanuel Cancella e André de Paula
Nesta terça, 7 de março, por volta das 14h, os advogados André de Paula,
membro da Anistia Internacional, e Emanuel Cancella dirigiram-se às instalações
militares dos Fuzileiros Navais, no Rio de Janeiro, com a intenção de visitar o
Almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva. Segue o relato da visita frustrada:
Fomos muito bem recebidos por todos os recrutas e oficiais, mas depois
de nos identificarem e nos fornecerem os crachás de visitantes, chegando a
autorizar a entrada de nosso veículo, fomos informados de que a visita ao
almirante estava desautorizada, por ordem de um desembargador e do próprio
almirante Othon.
A informação foi repassada pelo capitão de Corveta Ribeiro. Estranhamos
a negativa, pois é prerrogativa dos advogados a visita a presos em
estabelecimentos civis e militares. O advogado do almirante, Fernando
Fernandez, procurado hoje por André de Paula e Emanuel Cancella, alegou
desconhecer a proibição.
Frustrados com o impedimento da visita, deixamos de presente ao
almirante, o livro “A Outra Face de Sérgio Moro” e artigos que retratam sua
injusta condenação.
O ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro Silva ficou
conhecido como o pai da energia nuclear no Brasil. Entre outros armamentos
bélicos fundamentais para a defesa nacional e a soberania energética do país,
estava construindo um submarino atômico, com a missão é proteger o pré-sal, o
maior tesouro brasileiro.
Othon, hoje com 78 anos de idade, cientista renomado e mundialmente
reconhecido, foi condenado a 43 anos de prisão, o que equivale a prisão
perpétua, pelos alegados crimes de “corrupção, lavagem de dinheiro,
evasão de divisas e organização criminosa”,
durante as obras de construção da usina nuclear de Angra 3. O almirante,ex-presidente da
Eletronuclear, foi condenado e preso pela Operação Lava Jato, comandada pelo
juiz Sérgio Moro.
Como brasileiros e
nacionalistas, insistimos em perguntar: por que a Lava Jato
não investiga o governo do tucano FHC na Petrobrás, apesar das inúmeras
delações. Por que a Lava Jato não investiga Furnas, onde o tucano Aécio Neves
que já foi delatado 7 vezes, por receber propina, através de sua irmã?
O mais grave: por que a Lava Jato prende o Almirante Othon, condenado,
de fato, à prisão perpétua – como um Tiradentes injustiçado – supostamente por
“crimes” que, na sua totalidade, envolvem equipamentos para uso nuclear
sem licitação?
Ora, essa prisão é completamente ilegal. De acordo com a Lei 8.666/93,
em seus artigos IX XIX, a
Eletronuclear estaria isenta da obrigatoriedade de fazer licitação, na
aquisição de materiais nucleares. No entanto, foram as compras autorizadas pelo
almirante Othon as justificativas usadas para condená-lo a 43 anos de prisão!
Como se explica, então, que o
juiz Sérgio Moro se omita, mesmo sendo acionado por um petroleiro, em
denúncia junto ao Ministério Público
Federal (MPF), diante da venda de ativos
da Petrobrás sem licitação, que está sendo encaminhada pelo atual
presidente da empresa, o tucano Pedro Parente? Essa denúncia foi formalizada em
novembro de 2016 e, provavelmente, será arquivada.
Os “negócios” ilegais de Parente envolvem valores muito maiores que o
chamado “petrolão”. Parente está destruindo a Petrobrás, impunimente. E sem
licitação. O campo gigante de Carcará no pré-sal, por exemplo, foi repassado a empresa estrangeira ao preço
de um refrigerante o barril.
O almirante Othon tinha total respaldo legal para tocar a Eletronuclear,
quando presidiu a empresa, nos governos de Lula e Dilma, principalmente no que
concerne às medidas necessárias para a
proteção do pré-sal. Sua prisão se deu tão logo assumiu o governo golpista que
é subserviente aos Estados Unidos.
Foi preso por ordem de um juiz de primeira instância que investiga
a Petrobrás de forma seletiva, pois se negou a investigar as irregularidades
praticadas na empresa durante os
governos de FHC e fecha os olhos, cinicamente, a todas as criminosas negociatas
do também tucano Pedro Parente.
O juiz Moro chamou os procuradores estadunidenses para investigar a
Petrobrás e mandou os corruptos da companhia servirem de testemunhas nos
tribunais americanos contra a Petrobrás.
Moro foi premiado pelas Organizações Globo,cúmplice do golpe. Em editorial publicado em dezembro de 2016, o
jornal dos Marinho publicou que “O
pré-sal pode se transformar em patrimônio inútil”. Não é à toa que Moro também
recebeu fartos elogios e premiações, nas revistas Fortune e Time.
Não temos qualquer prova para afirmar que Sérgio Moro é agente da CIA.
Seria leviano afirmar, categoricamente. Mas, sem dúvida, ele não está a serviço
do Brasil!
Veja também o vídeo “O Império Contra-ataca”:
Assinam este relato: André de Paula, membro da Anistia Internacional e advogado da Frente Internacionalista dos Sem Teto(Fist)
Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, integra a coordenação
do Sindipetro-RJ e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP),
sendo autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro”
Rio de Janeiro, 7 de março de 2017.
(Esse relato pode ser
reproduzido livremente)
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