por Emanuel Cancella
Para enganar a sociedade, afirmavam que estavam combatendo a corrupção na
Petrobrás, quando, na verdade, só estavam desmoralizando a empresa para agora,
nas mãos dos golpistas, entregá-la aos
gringos mais barata. Fizeram o mesmo com
a Vale, quando FHC entregou a maior mineradora do mundo a preço de banana. E depois da Vale e da Petrobrás, agora tentam fazer
o mesmo com os fundos de pensões das estatais.
Os fundos de pensões das estatais possuem um patrimônio de cerca de R$
800 bilhões. Esse dinheiro pertence aos mantenedores, que são os trabalhadores
das estatais que contribuíram e contribuem para esses fundos.
A corrupção é inerente ao sistema capitalista e deve ser combatida em
qualquer setor do país. Todos os corruptos e corruptores devem ir para a
cadeia. Mas, no Brasil, atualmente, a corrupção só interessa à Justiça quando
há interesse financeiro ou político para os golpistas, como no caso na Petrobrás
e agora nos fundos de pensões. Do contrário, a Justiça finge que não sabe!
Pergunta que não quer calar: como anda a apuração de corrupções geometricamente
maiores que da Petrobrás e dos fundos de pensões, como a do Zelotes, Swssileaks,
Panamá Papers e da corrupção na Fifa? Esses
escândalos envolvem os principais bancos privados do país e empresas incluindo
as de comunicação, como a Band e a Globo, a editora Abril responsável pela Veja,
e nossa Justiça continua fingindo que nada sabe.
O MPF a Policia Federal só vão apurar esses escândalos quando o sargento
Garcia prender o Zorro. Só para não cair no esquecimento, a Lava Jato chegou a
investigar a transposição do Rio São Francisco, a Eletronuclear, como também veio
ao Rio para prender o corrupto ex-governador Sérgio Cabral, mas “esqueceu-se”
de ir a Minas Gerais prender o corrupto, e recordista de delações na Lava Jato,
o tucano Aécio Neves.
Em se tratando de tucano, para “blindagem”, nem precisaria o governo
Temer colocar no STF o ministro filiado do PSDB, Alexandre Moraes. O juiz chefe
da Lava Jato, Sérgio Moro, disse, nos EUA, que denúncias contra o PSDB não
chegaram até ele (1). Isso com o tucano Aécio sendo recordista de delações e
ainda temos o governo de FHC na Petrobrás, várias vezes citado na operação, mas invicto nas investigações.
E mesmo agora, quando qualquer dessas delações chega ao STF, sentam em cima e ninguém
fala mais nisso.
Além de Aécio e FHC, agora temos o tucano Pedro Parente, que,
descaradamente, entrega a Petrobrás, juntamente
com o pré-sal; a indústria naval; os setores de petroquímica e fertilizantes;
gás, e biocombustíveis. E ainda diz que faz isso para salvar a Petrobrás! E a
Justiça onde estará?
Como petroleiro, não acreditando nas intenções de Pedro Parente e por isso formalizei denúncia ao MPF em
novembro de 2016, alegando omissão da Lava Jato em relação à gestão de Parente
(2). Entretanto, ao invés de a Justiça interromper a entrega do patrimônio
público, ainda tenta me calar. Isto porque a resposta veio rápido, enviesada,
pois fui intimado pelo MPF, através do
juiz Moro, este acusando-me por crime contra a honra do servidor público (4).
Quanto a minha denúncia ao MPF, até agora nada.
Voltando aos fundos de pensões das estatais, eles nunca deixaram de
pagar nem atrasaram pagamentos de aposentadoria e pensões. Já os similares como
GBOEX, Capemi, Aposentec e outros, não pagaram e nem devolveram o dinheiro dos
participantes. E a CPI aberta nem sequer cogita de investigá-los. O Aposentec é do Silvio Santos.
Não seria o caso de chamá-lo na justiça ou isso não é corrupção?
Em nome do mote de combate à corrupção, os golpistas os mesmos que estão
destruindo a previdência publica, querem é abocanhar o dinheiro dos fundos de
pensões das estatais e também entregar o mercado milionário de complementação
de aposentadoria aos bancos privados.
Fontes
Rio de
Janeiro, 08 de fevereiro de 2017
Autor:
Emanuel Cancella, - OAB/RJ 75 300
Emanuel
Cancella que é da coordenação do Sindipetro-RJ e da Federação Nacional dos
Petroleiros (FNP) e autor do livro “A outra face de Sérgio Moro”
(Esse
artigo pode ser reproduzido livremente)
OBS.: Artigo
enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja,
Época entre outros órgãos de comunicação.
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