por Emanuel Cancella
A
Cedae, serviço de água e esgoto no
estado do Rio, está sendo privatizada. Nem os deputados da Alerj acreditam que
a qualidade da água e a expansão da demanda vão melhorar. Na verdade, o estado
Rio está falido e por isso vai vender tudo, até a agua. Quem pagará a conta de
mais essa privatização, dizendo melhor, entrega do patrimônio público,
conseguido com o suor e sangue do povo, será a classe média, mas quem vai
sofrer as maiores consequências são os pobres consumidores.
Hoje,
05/01/17 houve uma passeata na orla da zona sul, do Rio, contra a privatização
da Cedae. O que menos tinha na passeata eram os pobres, a grande vítima.
Estavam lá, principalmente, representantes das centrais sindicais, de partidos
de esquerda, ou seja, representantes da classe média baixa, os que ainda
conseguem protestar.
E o
raciocínio é simples: a partir da PEC 241/16 que congela os gastos dos estados
e municípios que quiser dinheiro, e todos vão precisar, terão que privatizar os
serviços públicos. Serviços como água, esgoto, luz, coleta de lixo, transporte
e presídios vão virar negócios em mãos de banqueiros, principalmente. E quem
vai pagar a conta é o usuário e o consumidor! Nossas necessidades mais urgentes
entregues nas mãos de banqueiros, na maioria gringos, que cobrarão preços
absurdos, prestarão serviços pífios e ainda pegam ajuda do Estado, como agora
no caso das teles.
Vimos
nas rebeliões nos presídios que a administração de presídios privatizados virou
negócio entre políticos!
Muito
desses serviços privatizados, no caso da Light, no Rio de Janeiro, assiste-se a
uma crescente explosão de bueiros, que já matou até gringo na cidade. Em Campo
Grande, Jardim Monteiro, Zona Oeste do Rio, no Natal retrasado faltou luz por
16 horas e só depois de muita reclamação, e com os moradores fechando a rua ao trânsito,
a luz foi restabelecida.
Esses
desserviços são porque os investimentos desses picaretas, que querem
transformar a infraestrutura do país num negócio, é zero. Veja o caso dos trens
e metrô no Rio? A administração é privada, mas quem compra os trens e os carros
do metrô é o Estado e com dinheiro do contribuinte.
Hoje
mesmo debati com um amigo a questão das telecomunicações no país. Ele,
midiatizado, disse que quem trouxe os celulares para o país foi a privatização.
Disse a ele que a vinda dos celulares ao Brasil, uma das dez maiores economia
do mundo, seria inevitável, com as teles privatizadas ou não. No final lembrei
que o golpista Michel Shell Temer quer repassar às teles 100 bilhões de reais
de patrimônio público (1). Já pagamos um dos impulsos mais caros do planeta e
sofremos com as operadoras que atendem num local sim e no outro não, e ainda
vão dar patrimônio público a esses picaretas.
Nessa
questão da água, precisamos ficar mais atentos, pois possuímos as maiores
reservas de agua doce do planeta, destaque para o aquífero Guarani. No futuro a
água potável vai ser estratégica por isso temos que garantir essa riqueza para
as futuras gerações. Sem esquecer que um litro de água mineral já custa mais
caro que um litro de gasolina.
Foram
criadas agências reguladoras para controlar esses serviços, entretanto a
nomeação para esses cargos é politico e quase sempre essas agências estão
contra os consumidores.
Exemplo
clássico foi do primeiro diretor geral da Agência Nacional de Petróleo - ANP,
David Zylberstain, ex-genro de FHC que, no primeiro ato da gestão, frente a
jornalistas e representantes das multinacionais de petróleo, disse (2): “O Petróleo
é Vosso”.
Para quem não sabe, a campanha O Petróleo é Nosso! foi a maior campanha
cívica deste país que resultou na criação da Petrobrás. Entretanto, neste clima
de entrega do patrimônio público, o atual Diretor Geral da ANP, Décio Oddone, já quer realizar dois
leilões de pré-sal em 2017. Isso com certeza é bom para os gringos mas terrível
para os brasileiros!
No
Brasil, a privatização reforça a tese: “A privatização dos lucros e a
estatização dos prejuízos”.
Fonte: 1 - http://www.tijolaco.com.br/blog/barroso-suspende-sanca-do-projeto-que-doa-r-100-bi-as-teles/
Rio de Janeiro, 06 de fevereiro de 2017
Autor: Emanuel Cancella, - OAB/RJ 75 300
Emanuel Cancella que é da coordenação do Sindipetro-RJ e da
Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e autor do livro “A outra face de
Sérgio Moro”
(Esse artigo pode ser reproduzido livremente)
OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o
Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
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