segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

De Al Capone a José Dirceu

por Emanuel Cancella

O mesmo que fizeram com José Dirceu, no mensalão, condenando-o sem provas; estão tentando fazer contra Lula, na Lava Jato.


                                     Resultado de imagem para justiça para todos?

Al Capone, Alphonse Gabriel, foi um famoso gângster, como é chamado bandido nos Estados Unidos. Matou, contrabandeou e corrompeu. Era o que denominamos de “Ficha Suja”! O FBI, a polícia federal americana, cortou um dobrado para prender Al Capone porque simplesmente não conseguiam provas contra ele. Até que o pegaram na sonegação do Imposto de Renda.

Se até para condenar AL Capone precisaram de provas, apesar de seus crimes bárbaros, o mesmo não aconteceu com José Dirceu, que foi condenado no mensalão sem qualquer prova. Usaram contra Dirceu argumentos jamais vistos no direito brasileiro, tudo tornado possível, claro,  com a Globo convencendo a população de sua culpa, com base no “seria” e “teria”.

Dirceu foi preso atendendo ao parecer que entrou para história pelo ineditismo de nosso direito penal. Ele foi dado pela ministra Rosa Weber, assistida pelo juiz Sérgio Moro: Não tenho prova cabal contra Dirceu – mas vou condená-lo porque a literatura jurídica me permite” (4). 

É bom lembrar também que o único mensaleiro para o qual havia provas incontestes era o deputado do PTB/RJ, Roberto Jeferson, que está solto. Ele foi pego através de um vídeo, recebendo mensalão através de um funcionário dos Correios. Roberto Jeferson só denunciou José Dirceu e o mensalão em retaliação ao seu próprio envolvimento indiscutível nesse vídeo (1, 6).     

Na ocasião, para parecer que a Justiça e a mídia eram imparciais, diziam que logo seria investigado o mensalão do PSDB, que foi anterior ao do PT. Entretanto o mensalão do PSDB está prescrevendo sem julgamento (5).
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Não satisfeito em manter Jose Dirceu, com mais de setenta anos, preso e sem provas; Moro ainda sequestra a casa onde vive mãe de Dirceu. Na prática, o imóvel fica à disposição da Justiça, mas dona Olga Guedes da Silva, de 94 anos, pode continuar vivendo nela como depositária da casa (3). 

A sociedade precisa atentar que o juiz Sérgio Moro deixou de ser uma unanimidade depois de denúncias que mostram sua parcialidade, a seletividade de vazamentos e perseguição contra determinados políticos e partidos. Temos também que registrar o lançamento do meu livro: “A outra Face de Sérgio Moro” que o MPF quis inviabilizar, através da intimação do autor a pedido do próprio Moro (8). O juiz Moro, em um ato chamado entre outros pelo MBL em Curitiba, em dezembro de 2016, juntou 15 pessoas e um cachorro (7).

Aliás, o mesmo que a ministra Rosa Weber e o Globo fizeram com José Dirceu, no mensalão, condenando-o sem provas; estão tentando fazer contra Lula, na Lava Jato, pelo procurador Deltan Dallagnol e o juiz Moro.


Só um país que tem esse tipo de Justiça poderia permitir um golpe como o de 2016.  Isto porque, apesar de nada ser provado contra Dilma, o STF disse que não viu golpe. Aliás, a ministra Rosa Weber, a mesma que prendeu José Dirceu sem provas, teve o desplante de interpelar Dilma porque chamou o golpe de “Golpe”.

A sociedade brasileira vai acordar! E, nessa hora, precisará perceber que só eleições diretas não bastam! Temos que ir mais além! Juízes e procuradores não podem ter poderes tão ilimitados, pois o fato de o cidadão passar num concurso público não lhe garante o direito de agir acima da lei, como condenar e denunciar sem provas; grampear telefone de uma presidente e de um ex-presidente; permitir vazamentos como num reality show ou receber porcentagem sobre acordos de leniência.

E a mídia tem ter algum controle social, ou seja, uma lei dos Meios, que já existe em todo mundo desenvolvido.
Numa sociedade sem o controle da mídia e da Justiça, qualquer representante realmente comprometido com o povo e a nação, caso eleito, não conseguirá governar!  




Rio de Janeiro, 02 de janeiro de 2016      
                          
Autor: Emanuel Cancella, - OAB/RJ 75 300 

Emanuel Cancella que é da coordenação do Sindipetro-RJ e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP)
(Esse artigo pode ser reproduzido livremente)

OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.




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