por Emanuel Cancella
Oficio da Federação Nacional dos Petroleiros - FNP
Ao governo Federal
C/C Ministério da Justiça
C/C Ministério das Relações Exteriores
C/C ao MPF
C/C Polícia Federal
Assunto: Pedido de investigação da Lava
Jato na Petrobrás
Prezada (o)s senhore(a)s,
A Operação Lava Jato fez uma investigação na Petrobrás que já duram mais
de dois anos. Diretores e gerentes da companhia foram presos e parte do
dinheiro roubado resgatado. A sociedade aplaudiu essas ações, embora desejosa
de se passar a limpo tudo e no país inteiro.
O problema é que a Operação Lava Jato parece que paralisou seus
trabalhos no que concerne a gestão de Pedro Parente na Petrobrás.
A sociedade estranha tal paralisação, pois apesar de inúmeras
delações na Lava Jato envolvendo o governo de Fernando Henrique não foi
investigado. FHC confessou e registrou em seu livro Diários da
Presidência a existência de corrupção em seu governo na Petrobrás.
Todavia, soa mais estranho tal omissão em relação a Pedro Parente,
considerando que o mesmo, além de ter sido indicado pelo PSDB, ocupou no
governo tucano três ministérios, inclusive apelidado de ministro do apagão e
foi também do Conselho de Administração da Petrobrás, tendo respondido a
processos criminais de sindicatos de trabalhadores.
O juiz Sérgio Moro chegou a revelar na
imprensa que tem um acordo com o governo estadunidense sobre a Petrobrás, mas
que porem não iria revelar o conteúdo. Já que o juiz, Moro não fala sobre o
acordo com os EUA era importante ouvir o governo federal, e os ministério
envolvidos.
Segundo a Revista Exame, Pedro
Parente, foi consultor externo do Fundo Monetário Internacional (FMI) e hoje,
ele é presidente do conselho administrativo da holding Grupo ABC e está no
conselho da RBS e da BMF&Bovespa.
Pedro Parente está realizando um
verdadeiro feirão com os ativos da Petrobrás, vendendo quase tudo sem licitação
e a preços vis.
Na venda do importante Campo de
Carcará, da província do pré-sal, o preço do barril ali existente foi
equivalente ao de um refrigerante, quando o preço no mercado internacional,
cotado em 19 de dezembro de 2016 em US$ 55,59 o barril.
Parente também vendeu a Liquigás
Distribuidora S/A – Gás de Cozinha e Gás a Granel (GLP).
Na região Sudeste, vamos agora
ter que pagar para transportar nossos derivados de petróleo, porque toda a
malha de dutos mais rica foi torrada na bacia das almas.
Está negociando parte das refinarias, o
filé mignon da indústria de petróleo. Ele retirou da Petrobrás
setores altamente estratégicos e de geração de mão de obra qualificada, como os
setores de gás, biocombustíveis, petroquímico e fertilizantes.
E não tem fim a sanha entreguista
e o apetite do Parente por negócios capitalistas, dentro e à frente da
Petrobrás, uma empresa que nasceu para ser a redenção econômica do Brasil,
fruto do desejo popular de sociedade civil e militar organizada. Ele teve a
cara de pau de anunciar a venda da BR, o caixa da Petrobrás.
Os negócios de Parente são tão
suspeitos que o TCU mandou suspender a venda de ativos.
Os petroleiros e a sociedade cobram uma
ação urgente e eficaz de investigação, apuração e punição, da Lava Jato, na
gestão de Pedro Parente na Petrobrás.
Rio de Janeiro, 20 de dezembro de 2016, data do envio da missiva.
Rio de Janeiro, 19 de dezembro de
2016
Autor: Emanuel Cancella, - OAB/RJ
75 300
Emanuel Cancella que é da coordenação
do Sindipetro-RJ e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP)
(Esse artigo pode ser reproduzido
livremente)
OBS.: Artigo enviado para possível
publicação para o Globo, JB, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de
comunicação.
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