por blog Pragmatismo
Durante
palestra em Washington (EUA), Sergio Moro foi questionado sobre as razões de
ainda não ter julgado nenhum político do PSDB, já que várias figuras do partido
foram denunciadas e delatas. Confira a resposta do juiz
(Imagem: O juiz Sergio Moro, responsável por julgar a Lava Jato)
O juiz
Sergio Moro disse que não julgou casos relacionados ao PSDB porque
investigações sobre o partido não chegaram a ele.
De acordo
com o titular da Operação Lava-Jato, não houve evidência de que os diretores da
Petrobras deram dinheiro para os tucanos. “Esse partido estava na oposição.
Então, não faria sentido”, afirmou, durante palestra no Wilson Center, em
Washington.
Moro
disse que julgou casos envolvendo o PT, o PP e o Solidariedade. “Mas há
políticos respondendo investigações e acusações de outros partidos no Supremo
Tribunal Federal (STF)”, ressaltou.
Para o
juiz, chegaram denúncias contra o PT porque esse era o partido que estava no governo
desde 2003, quando as investigações identificaram um sistema de pagamento de
propinas. “Naturalmente, nessa situação, os políticos que aparecem são aqueles
que administram a companhia estatal. E o PT está no poder desde 2003.”
Sergio
Moro não comentou, porém, que os registros de corrupção na Petrobras
datam do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e que na própria operação
Lava Jato, chefiada por ele, vários delatores já apontaram para a origem do
esquema.
Em
delação premiada, o ex-diretor da companhia Nestor Cerveró afirmou que a maior propina ocorreu na
gestão FHC. Cerveró apontou o pagamento de pelo menos R$ 564,1 milhões em
propina para membros do governo tucano em negociações que envolveram a BR
Distribuidora e empresa petrolífera argentina Pérez Companc.
Em outra
delação premiada, o ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT e ex-PSDB) relatou que o esquema de corrupção na Petrobras já
ocorria nos governos Itamar Franco e FHC. De acordo com Delcídio, os casos de
corrupção visavam “enriquecimento pessoal” como também “financiamento de
campanhas políticas”.
À
Justiça, Delcídio afirmou que tomou conhecimento da existência de esquemas de
corrupção na Petrobras quando foi diretor da estatal, entre os anos de 1999 e
2001.
O
primeiro caso, segundo o ex-senador, ocorreu na compra da Plataforma P-36,
orçada, inicialmente, em US$ 400 milhões, mas que custou aos cofres da
Petrobras mais de US$ 500 milhões (R$ 1,8 bi). De acordo com Delcídio, o mesmo
tipo de operação fraudulenta foi usado na compra das plataformas P-37 e P-40.
Pedro
Correa, ex-presidente do PP que também assinou um acordo de delação
premiada, contou que tem conhecimento do esquema de corrupção
na Petrobras desde o governo do presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) —
entre 1994 e 2002.
Outras
referências:
Nenhum comentário:
Postar um comentário