por Emanuel Cancella
Dilma ganhou as eleições com 54
milhões de votos!
Não bastou, pois setores derrotados
nas eleições, capitaneados pelo candidato derrotado, senador Aécio Neves,
criaram a idéia do golpe e tornaram a gestão dela inadministrável.
Aliaram-se à mídia, principalmente a
Globo, à Fiesp e todas suas federações
filiadas, à CNI, algumas centrais sindicais equivocadas e aos partidos
derrotados por Dilma (PSDB, DEM, PMDB, PP, PPS) .
Para coroar a falcatrua, quem
deflagrou o golpe na Câmara foi seu então presidente, o deputado Eduardo Cunha,
tido pela sociedade como o mais corrupto do Congresso Nacional, em todos os
tempos, com crimes que envolvem até sua família. A sociedade está percebendo
que o prêmio dos golpistas ao mentor do golpe, deputado Eduardo Cunha,é a sua
liberdade .
Para pagar a conta do golpe, entre
outras coisas terríveis para a população, o governo golpista já anunciou a
revisão dos direitos trabalhistas e previdenciários, férias, 13º e horário do
almoço, tornando-os negociáveis, quando eles, há muito tempo, já estavam
consagrados na CLT. Também o governo de Michel Temer já anunciou a
venda do Banco do Brasil, Caixa Econômica, Petrobrás e Furnas.
A Constituição Federal prevê o
impeachment e isso é muito bom. Entretanto para o titular da presidência
ser retirado é preciso que haja um crime de responsabilidade, e isso não houve
e foi provado. O que existe é processo político de uma maioria oportunista,
muito provavelmente movida a muito dinheiro pela compra de votos, que seu deu
na Câmara dos Deputados e agora no Senado. Apesar disso, nada a esperar do STF,
pois alicerçou os outros golpes no país, dando aparência de legalidade, não
seria agora que iria barrar o atual!
Temos que lembrar também que os EUA
sempre estiveram por trás dos golpes em nosso continente, e esse de 2016 é
análogo ao da Venezuela, também em curso, que tem como pano de fundo o
petróleo.
Os principais jornais do mundo entre
eles o Diplomatic e o New York Time dizem que há um golpe em curso e o grande
prejudicado é o povo brasileiro. Na Venezuela os golpistas tiraram do governo
Hugo Chávez, que voltou 47 horas depois, já que quando a sociedade entendeu o
golpe, trouxe de volta o presidente eleito em seus braços. É os golpistas
fugiram para Miami, como a denunciar a origem do golpe. Vale ressaltar que Hugo
Chávez gravou na saída do Palácio do governo afirmando que voltava em breve!
Dilma agiu como Chávez que não renunciou e nem se suicidou e diz que vai voltar!
Toda a sociedade sabia que a chance
dela no Senado não existia. E tem que ser dito que Dilma fez concessões, como
de praxe nos governos de coalizão, a todos os partidos que eram base de apoio, com
ministérios, autarquias e nomeações de forma geral. E tinha maioria na Câmara e
no Senado! E isso é um forte indício de interesses espúrios para que os
parlamentares tirassem o apoio na presidenta!
Dilma, quando adolescente lutou contra
o golpe militar, quando foi perseguida, presa e torturada para que tivéssemos liberdade
e democracia. E, junto com a sociedade, venceu! Como reconhecimento pelos
serviços prestados ao país, foi a primeira mulher eleita e reeleita pelo voto
popular e, por sua retidão de caráter, novamente é vitima de um golpe. Isso
porque nada se provou contra Dilma e gravações provam que foi retirada do poder
porque nada fez no sentido de parar as investigações da PF. Resultado, agora,
em nome do combate à corrupção, uma quadrilha toma conta do país, a começar
pelo presidente golpista, que era seu vice, e é condenado pela lei da Ficha Limpa
inelegível por oito anos.
Dilma honrou o voto popular e enfrentou
os golpistas de frente, olho no olho.
Dilma começou a vida política
no PDT, partido de Darcy Ribeiro, que escreveu: “Fracassei em tudo o que tentei
na vida.
Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui.
Tentei salvar os índios, não consegui.
Tentei fazer uma universidade séria e fracassei.
Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei.
Mas os fracassos são minhas vitórias.
Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu.”
Tentei alfabetizar as crianças brasileiras, não consegui.
Tentei salvar os índios, não consegui.
Tentei fazer uma universidade séria e fracassei.
Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei.
Mas os fracassos são minhas vitórias.
Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu.”
Rio de Janeiro, 31 de agosto de
2016
Autor: Emanuel Cancella, - OAB/RJ
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(Esse artigo pode ser reproduzido
livremente)
OBS.: Artigo enviado para possível
publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros
órgãos de comunicação.
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