terça-feira, 7 de junho de 2016

A Globo e EUA já deram três Golpes no Brasil e querem agora derrubar, de novo, o governo da Venezuela.

por Emanuel Cancella e Francisco Soriano

                                       


A Venezuela tem a maior reserva de petróleo do mundo.

O Brasil fez a maior descoberta deste ouro negro dos últimos tempos, o pré-sal, localizado ao longo da nossa vasta costa marítima.

Em 2002, os EUA também patrocinaram um golpe na Venezuela. Apoiados por militares fascistas e entreguistas daquele país, assaltaram o palácio presidencial, destituíram e levaram preso Hugo Chávez para uma distante ilha. A malograda insurreição durou menos de 48 horas. A ira sagrada do povo venezuelano se acendeu. Ruas e praças foram ocupadas. Os golpistas ficaram sitiados pelo povo que gritava, como agora brada o povo brasileiro: “Não Passarão”. Militares legalistas e patriotas não traíram o povo e os interesses legítimos daquela nação. Retomaram o palácio, prenderam os entreguistas e libertaram o presidente legítimo. Como no Brasil, o governo golpista já estava sendo reconhecido por Washington.

Em 1954, Getúlio Vargas, eleito democraticamente em 1950, por assumir uma postura nacionalista e promulgar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), como Dilma agora, foi também vítima de uma campanha golpista, encomenda e patrocinada por Wall Street, pagando os mesmos apóstolos de Judas, destacando as Organizações Globo, que tiveram sua sede destruída e incendiada, em 24 de agosto de 1954, pela fúria popular, vingando a morte do grande estadista.

O Brasil, a partir de 1964, viveu 21 anos de golpe militar patrocinado pelos EUA, com apoio da Globo e outras “empresas de promoção e divulgação”. Não são órgãos de imprensa.

Neste instante, ano 2016, nosso país vive outro golpe. Os apoiadores? Os de sempre, tendo o governo americano e sua imprensa oficial, The Globe. Afastaram uma presidente eleita pelo voto de 54,5 milhões de brasileiros que nenhum crime cometeu. “Pedalada fiscal” é remanejamento ou postergação de um pagamento. Não constitui crime, seja em nossa legislação ou em nenhum lugar do mundo!  Até porque, se o fosse, Michel Temer assinou também os mesmos decretos assim denunciados!

O golpe foi denunciado por todas as agências de notícias internacionais e destacado pelos principais jornais do mundo, dentre eles o New York Times, com atos em todo o Planeta e até no Festival de Cannes.

Estranho que agora a mídia, principalmente a Globo, ignore a presidente Dilma no debate atual da violência contra a mulher, que inclui o preconceito, o estupro, homofobia e misoginia. No caso da presidente Dilma, os fatos mostram que o motivo principal do seu impedimento, foi por nunca ter questionado a Lava Jato, como mostram as gravações do ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, mas foi também por conta do machismo. Não podemos esquecer que Dilma é  a primeira presidente mulher do Brasil. Mulher para os golpistas tem que ser bela, recatada e do lar e sem capacidade para governar.

A mídia brasileira, capitaneada pela Globo, o STF e os partidos que compõem o governo interino de Michel Temer, PMDB, PSDB, PP etc. defendem (até porque participaram da conspiração) que não houve golpe no país! Inclusive assediam a presidente Dilma, que chegou a requerer a sua convocação pelo STF para se justificar pelo emprego da palavra “golpe” para definir seu afastamento. Temer também cortou as viagens e até os almoços da presidenta.  Todavia, a certeza de que houve sim um golpe fascista, covarde e cruel acha-se registrada e denunciada pelo mundo afora. Nas ocupações de escolas, órgãos públicos, os estádios de futebol, ruas, praças, congresso, casa residencial do “presidente”, todos gritando alto e exigindo “Fora Temer Golpista”.

Não é de se estranhar que a Globo agora dê todo esse destaque para a “crise” da Venezuela, que, à semelhança do ocorrido em 2002, são os mesmos golpistas, com apoio dos EUA, que estão por trás do plebiscito para viabilizar a saída do presidente eleito pela maioria dos venezuelanos, como fizeram no Brasil, via Congresso Nacional, com os partidos da base de apoio do governo interino, mídia golpista e o STF.
Sabe-se hoje que a maioria daqueles que foi  para a rua apoiar a saída da presidente Dilma já está revendo sua posição, expressada nas recentes pesquisas de opinião. É que estão entendendo as manobras golpistas e acompanhando o desemprego no Brasil que continua crescendo, atingindo, no desgoverno Temer 11% da população economicamente ativa.
A Globo, que pauta a Venezuela por conta do desabastecimento, deveria se sensibilizar com o desemprego no Brasil com 11% e na Grécia, que já atinge 25% da população. Com as desigualdades no Brasil, com a fome que ainda vivenciamos, banalizada pelas elites como a fome na África.
Apesar de enganar a sociedade, simulando querer debelar a corrupção, o real motivo de a Globo atacar o governo da Venezuela coincide com os interesses americanos expressos no golpe frustrado contra Chávez. O pano de fundo constitui-se no mesmo objetivo do golpe no Brasil: cassar direitos trabalhistas e se apossar do nosso petróleo e recursos naturais.

Rio de Janeiro, 06 de junho de 2016 

Autores: Emanuel Cancella, - OAB/RJ 75 300              

Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). 

Francisco Soriano – Id. 992.213, SSP-MG, economista, autor do livro e documentário: A Grande Partida: Anos de Chumbo e diretor financeiro do Sindipetro-RJ.




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