por Emanuel Cancella

O maior problema
da Petrobrás é uma gestão incompetente e entreguista, capitaneada pelo
banqueiro Aldemir Bendine, que quer vender parte da companhia e, quem sabe, até
privatizar a Petrobrás.
Globo G1,
21/03/16: “Petrobras é 2ª
empresa aberta mais endividada da América Latina e EUA”, plantada pelo
Globo, com informações passadas pela própria empresa, simplesmente faz parte do
conhecido receituário que a sociedade brasileira já conhece, cuja finalidade consiste
em viabilizar a entrega de empresas públicas. Isso foi largamente aplicado no
governo FHC, com apoio da Globo. Eles
destroem a imagem da empresa para depois vendê-la. Foi assim com a Vale do Rio
Doce, a maior mineradora do mundo, que acabou sendo “vendida” por um valor
negativo.
Vamos desmistificar
a farsa do “endividamento” da Petrobrás. A Petrobrás tem reservas de 100 BI de
barris de petróleo. Considerando o preço do barril a U$ 40, a Petrobrás possui
US$ 4 trilhões. Segundo a reportagem a dívida bruta da companhia atingiu R$
506,5 bilhões. Diante do exposto, então essa dívida da companhia em relação as suas reservas de petróleo
representa somente 3,3%. Isso sem falar nos 2.2 milhões de barris de petróleo, consumido
por dia no país, nas onze refinarias,
centenas de plataformas marítimas, milhares de quilômetros de dutos que cortam
o país, de norte a sul, leste a oeste e ainda uma das maiores frotas do mundo,
com 49 navios petroleiros.
A gestão
entreguista de Bendine propõe que a Petrobrás pague sua dívida sem “ajuda” do
governo. Ele quer vender ativos da Petrobrás para diminuir a dívida da
companhia. É como se a família, para pagar dividas, vendesse o móvel que
reside. A Petrobrás com os impostos que paga financia de 60% a 80% das obras do
país e o Brasil é o segundo canteiro de obras do planeta só perdendo para a
China. A Petrobrás financia milhões de empregos. E ainda, a Petrobrás hoje
responde por 13% do PIB, e se vendermos ativos da companhia ainda vamos
diminuir nossa participação no PIB.
Por que a
Petrobrás não pode receber ajuda do governo se a Petrobrás, além de todas as
contribuições prestadas à nação, por 6 anos importou gasolina e diesel,
suprindo o mercado interno, e vendeu mais barato, para não impactar a inflação e
o bolso do consumidor. Só essa dívida da União com a Petrobrás é maior que o
seu divulgado endividamento! Para alavancar o Brasil e a Petrobrás, ao invés da
política entreguista de vender ativos, a Petrobrás tem que construir as duas
refinarias (Maranhão e Ceará), que nos levará à auto-suficiência no refino, e
ainda concluir o braço petroquímico do Comperj. Com isso a Petrobrás dobra sua
participação no PIB!
Bendine, para sinalizar que a companhia está
em dificuldades, faz um PIDV (Programa de Incentivo
ao Desligamento Voluntário 2016), com esse programa Bendine projeta a adesão de
mais de 12 mil petroleiros. A Petrobrás gastou milhões em concursos e cursos de
formação de mão de obra para depois cedê-los de graça aos concorrentes? E
ainda, a Petrobrás gasta com a política de Recursos Humanos, que inclui salários
e encargos, o percentual de 4% de seu faturamento, isso é a metade do que gasta
seus concorrente!
Muitos desses petroleiros, que vão receber o incentivo à demissão,
vão trabalhar nas concorrentes da Petrobrás. Depois da quebra do monopólio estatal
do petróleo mais de 30 empresas de petróleo estão no Brasil e agradecem a
Bendine essa oferta de mão de obra!
Verdade seja dita, Eike Batista, com suas empresa “X”, assediou
individualmente e gastou milhões em contratações e levou centenas de
petroleiros para trabalhar com ele. Aliás é bom lembrar aos Petroleiros que
pensam em aderir ao PIDV, principalmente aos que não têm tempo para se
aposentar, que o sonho dos que aderiram ao Eik Batista virou pesadelo.
Se Eike Batista teve que assediar e gastar milhões para
seduzir petroleiros da Petrobrás a se juntar a ele em suas empresas, Bendine
vai colocar de graça essa mão de obra treinada à disposição das concorrentes da
Petrobrás!
Além disso, o programa de demissão é aberto a qualquer
petroleiro, inclusive os recém admitidos que vão levar no mínimo cada um R$ 211
mil de incentivo. Que economia é essa?
Não resta outro caminho para aqueles que defendem a Petrobrás
e a soberania nacional, temos que urgentemente tirar Aldemir Bendine da
Petrobrás.
Rio de Janeiro, 03 de abril de 2016
OAB/RJ 75
300
Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do
Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros
(FNP).
OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia,
Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
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