domingo, 3 de abril de 2016

Petrobrás está entre as maiores petroleiras da América Latina e EUA e sua dívida é insignificante

por Emanuel Cancella
                  
O maior problema da Petrobrás é uma gestão incompetente e entreguista, capitaneada pelo banqueiro Aldemir Bendine, que quer vender parte da companhia e, quem sabe, até privatizar a Petrobrás.
Globo G1, 21/03/16: “Petrobras  é  2ª empresa aberta mais endividada da América Latina e EUA”, plantada pelo Globo, com informações passadas pela própria empresa, simplesmente faz parte do conhecido receituário que a sociedade brasileira já conhece, cuja finalidade consiste em viabilizar a entrega de empresas públicas. Isso foi largamente aplicado no governo  FHC, com apoio da Globo. Eles destroem a imagem da empresa para depois vendê-la. Foi assim com a Vale do Rio Doce, a maior mineradora do mundo, que acabou sendo “vendida” por um valor negativo.

Vamos desmistificar a farsa do “endividamento” da Petrobrás. A Petrobrás tem reservas de 100 BI de barris de petróleo. Considerando o preço do barril a U$ 40, a Petrobrás possui US$ 4 trilhões. Segundo a reportagem a dívida bruta da companhia atingiu R$ 506,5 bilhões. Diante do exposto, então essa dívida da  companhia em relação as suas reservas de petróleo representa somente 3,3%. Isso sem falar nos 2.2 milhões de barris de petróleo, consumido por dia no país,  nas onze refinarias, centenas de plataformas marítimas, milhares de quilômetros de dutos que cortam o país, de norte a sul, leste a oeste e ainda uma das maiores frotas do mundo, com 49 navios petroleiros.

A gestão entreguista de Bendine propõe que a Petrobrás pague sua dívida sem “ajuda” do governo. Ele quer vender ativos da Petrobrás para diminuir a dívida da companhia. É como se a família, para pagar dividas, vendesse o móvel que reside. A Petrobrás com os impostos que paga financia de 60% a 80% das obras do país e o Brasil é o segundo canteiro de obras do planeta só perdendo para a China. A Petrobrás financia milhões de empregos. E ainda, a Petrobrás hoje responde por 13% do PIB, e se vendermos ativos da companhia ainda vamos diminuir nossa participação no PIB.

Por que a Petrobrás não pode receber ajuda do governo se a Petrobrás, além de todas as contribuições prestadas à nação, por 6 anos importou gasolina e diesel, suprindo o mercado interno, e vendeu mais barato, para não impactar a inflação e o bolso do consumidor. Só essa dívida da União com a Petrobrás é maior que o seu divulgado endividamento! Para alavancar o Brasil e a Petrobrás, ao invés da política entreguista de vender ativos, a Petrobrás tem que construir as duas refinarias (Maranhão e Ceará), que nos levará à auto-suficiência no refino, e ainda concluir o braço petroquímico do Comperj. Com isso a Petrobrás dobra sua participação no PIB!

 Bendine, para sinalizar que a companhia está em dificuldades, faz um PIDV (Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário 2016), com esse programa Bendine projeta a adesão de mais de 12 mil petroleiros. A Petrobrás gastou milhões em concursos e cursos de formação de mão de obra para depois cedê-los de graça aos concorrentes? E ainda, a Petrobrás gasta com a política de Recursos Humanos, que inclui salários e encargos, o percentual de 4% de seu faturamento, isso é a metade do que gasta seus concorrente!

Muitos desses petroleiros, que vão receber o incentivo à demissão, vão trabalhar nas concorrentes da Petrobrás. Depois da quebra do monopólio estatal do petróleo mais de 30 empresas de petróleo estão no Brasil e agradecem a Bendine essa oferta de mão de obra!
Verdade seja dita, Eike Batista, com suas empresa “X”, assediou individualmente e gastou milhões em contratações e levou centenas de petroleiros para trabalhar com ele. Aliás é bom lembrar aos Petroleiros que pensam em aderir ao PIDV, principalmente aos que não têm tempo para se aposentar, que o sonho dos que aderiram ao Eik Batista virou pesadelo.
Se Eike Batista teve que assediar e gastar milhões para seduzir petroleiros da Petrobrás a se juntar a ele em suas empresas, Bendine vai colocar de graça essa mão de obra treinada à disposição das concorrentes da Petrobrás!

Além disso, o programa de demissão é aberto a qualquer petroleiro, inclusive os recém admitidos que vão levar no mínimo cada um R$ 211 mil de incentivo. Que economia é essa?
Não resta outro caminho para aqueles que defendem a Petrobrás e a soberania nacional, temos que urgentemente tirar Aldemir Bendine da Petrobrás.


Rio de Janeiro, 03 de abril de 2016 
OAB/RJ 75 300              
              
Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). 

OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.



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