por Emanuel Cancella

A presidente Dilma colocou o
ministro Joaquim levy no governo e depois o tirou. Dilma colocou Aldemir
Bendine, como presidente da Petrobrás, e tem que tirá-lo pelos mesmos motivos, já
que Bendine, assim como Levy, é neoliberal, e defende a mesma política dos tucanos,
que foi derrotada nas urnas, entretanto, Bendine administra a Petrobrás como os
tucanos a administrariam.
Bendine quer reduzir a Petrobrás
de empresa de energia para empresa somente de petróleo. Ele quer abrir mão do
setor mais lucrativo da indústria do petróleo, como o petroquímico, e de
setores estratégicos como o de fertilizantes, de transporte
marítimo, termoelétrico, etc. A Petrobrás, como prega os tucanos e pratica
Bendine, seria uma empresa enxuta, só tratando de petróleo, entregando assim setores
estratégicos e lucrativos ao mercado.
A Petrobrás virou empresa de
energia nos governos do PT e foi nesses governos, apesar das críticas da
oposição, que retomamos a indústria
naval; assumimos as termelétricas, o que nos garante que não vai haver apagão,
e as fábricas de fertilizantes, para impulsionar a nossa vocação agrícola. E o
mais importante, a Petrobrás desenvolveu tecnologia inédita que permitiu a
descoberta do pré-sal!
Tudo isso está ameaçado pela
gestão do presidente Aldemir Bendine que, para não deixar dúvida, lança um PIDV
(Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário de 2016) onde espera a adesão
de mais de 12 mil funcionários. Os funcionários que sempre foram considerados o
maior patrimônio da companhia, para Bendine são descartáveis. Diferente de
outros programas, que previam a reposição dos trabalhadores de área estratégica,
na do Bendine se aplica o “Já vai tarde!”
Quem agradece são as concorrentes
que vão pegar de Bendine funcionários novos, até com menos de um ano de casa,
mas aprovado em concurso público bem disputado e treinado pela empresa. Esses
jovens funcionários ainda levam de Bendine um estímulo à demissão de, no mínimo,
R$ 211.000,00 de dinheiro público. A Petrobrás gasta com a política de RH e a
folha de pagamento dos funcionários 4% de seu faturamento, isto é metade do que
gasta suas concorrentes.
Vale lembrar que Eike Batista
gastou milhões de reais em dinheiro para cooptar funcionários de grande
conhecimento técnico da Petrobrás e Bendine coloca essa mesma mão de obra à
disposição do mercado, leia-se das concorrentes da Petrobrás, de graça.
A Petrobrás, como empresa de
energia, responde por 13% do PIB, financia, com os impostos que paga, 60% a 80%
da obras do país e responde por milhões de empregos. Bendine quer diminuir a
participação da companhia na economia do país! Na verdade ele quer entregar
essa parte da Petrobrás às suas concorrentes!
A Petrobrás, com o pré-sal, possui
reservas de 100 Bi de barris, o que garante nosso abastecimento, no mínimo,
para os próximos 50 anos. E mais, como a Petrobrás poderia estar endividada, se
a dívida é de R$ 500 bi? Pois só essas reservas de petróleo valem cerca de U$S 4
trilhões, não se levando em conta o restante do patrimônio da Petrobrás.
Para resolver a crise da Petrobrás,
bastaria que a companhia recebesse da União o valor gasto quando, por seis anos,
importava gasolina e diesel e vendia no Brasil, com prejuízo, para não inflar a
inflação e não pesar no bolso do contribuinte.
Pelo conjunto da obra, a Federação
Nacional dos Petroleiros, FNP, solicita ao governo Dilma a saída imediata de
Aldemir Bendine da Petrobrás!
Rio de Janeiro, 07 de abril de 2016
OAB/RJ 75
300
Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do
Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros
(FNP).
OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia,
Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
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