quinta-feira, 7 de abril de 2016

Fora Bendine!

por Emanuel Cancella
A presidente Dilma colocou o ministro Joaquim levy no governo e depois o tirou. Dilma colocou Aldemir Bendine, como presidente da Petrobrás, e tem que tirá-lo pelos mesmos motivos, já que Bendine, assim como Levy, é neoliberal, e defende a mesma política dos tucanos, que foi derrotada nas urnas, entretanto, Bendine administra a Petrobrás como os tucanos a administrariam.
Bendine quer reduzir a Petrobrás de empresa de energia para empresa somente de petróleo. Ele quer abrir mão do setor mais lucrativo da indústria do petróleo, como o petroquímico, e de setores  estratégicos  como o de fertilizantes, de transporte marítimo, termoelétrico, etc. A Petrobrás, como prega os tucanos e pratica Bendine, seria uma empresa enxuta, só tratando de petróleo, entregando assim setores estratégicos e lucrativos ao mercado.

A Petrobrás virou empresa de energia nos governos do PT e foi nesses governos, apesar das críticas da oposição,  que retomamos a indústria naval; assumimos as termelétricas, o que nos garante que não vai haver apagão, e as fábricas de fertilizantes, para impulsionar a nossa vocação agrícola. E o mais importante, a Petrobrás desenvolveu tecnologia inédita que permitiu a descoberta do pré-sal!

Tudo isso está ameaçado pela gestão do presidente Aldemir Bendine que, para não deixar dúvida, lança um PIDV (Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário de 2016) onde espera a adesão de mais de 12 mil funcionários. Os funcionários que sempre foram considerados o maior patrimônio da companhia, para Bendine são descartáveis. Diferente de outros programas, que previam a reposição dos trabalhadores de área estratégica, na do Bendine se aplica o “Já vai tarde!”
Quem agradece são as concorrentes que vão pegar de Bendine funcionários novos, até com menos de um ano de casa, mas aprovado em concurso público bem disputado e treinado pela empresa. Esses jovens funcionários ainda levam de Bendine um estímulo à demissão de, no mínimo, R$ 211.000,00 de dinheiro público. A Petrobrás gasta com a política de RH e a folha de pagamento dos funcionários 4% de seu faturamento, isto é metade do que gasta suas concorrentes.
Vale lembrar que Eike Batista gastou milhões de reais em dinheiro para cooptar funcionários de grande conhecimento técnico da Petrobrás e Bendine coloca essa mesma mão de obra à disposição do mercado, leia-se das concorrentes da Petrobrás, de graça.

A Petrobrás, como empresa de energia, responde por 13% do PIB, financia, com os impostos que paga, 60% a 80% da obras do país e responde por milhões de empregos. Bendine quer diminuir a participação da companhia na economia do país! Na verdade ele quer entregar essa parte da Petrobrás às suas concorrentes!
A Petrobrás, com o pré-sal, possui reservas de 100 Bi de barris, o que garante nosso abastecimento, no mínimo, para os próximos 50 anos. E mais, como a Petrobrás poderia estar endividada, se a dívida é de R$ 500 bi? Pois só essas reservas de petróleo valem cerca de U$S 4 trilhões, não se levando em conta o restante do patrimônio da Petrobrás.
Para resolver a crise da Petrobrás, bastaria que a companhia recebesse da União o valor gasto quando, por seis anos, importava gasolina e diesel e vendia no Brasil, com prejuízo, para não inflar a inflação e não pesar no bolso do contribuinte.     
Pelo conjunto da obra, a Federação Nacional dos Petroleiros, FNP, solicita ao governo Dilma a saída imediata de Aldemir Bendine da Petrobrás!         

Rio de Janeiro, 07 de abril de 2016 

OAB/RJ 75 300              
               
Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). 

OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.



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