quarta-feira, 30 de março de 2016

Petrobrás, mais que nunca, o desafio é a nossa energia.

por Emanuel Cancella
Os inimigos da Petrobrás não desistem nunca! 
Só o povo nas ruas, na década de 50, garantiu a criação da Petrobrás e o monopólio estatal do  petróleo. 
Depois, na década de 90, enfrentamos o governo tucano de FHC e a mídia, principalmente a Globo. Na ocasião, a Globo, na tentativa de privatizar a companhia, comparava a Petrobrás a um paquiderme e chamava os petroleiros de marajás.

Em 2006, a Petrobrás e os petroleiros deslumbraram o mundo com o desenvolvimento de tecnologia inédita no planeta, o que propiciou a descoberta do pré-sal. A maior descoberta petrolífera do mundo contemporânea e a Globo, na sua famigerada tentativa de entregar a Petrobrás, destila veneno quando faz um editorial dizendo que “ O pré-sal pode ser patrimônio inútil”.

Em 2009, o então candidato à presidência, o tucano José Serra, foi denunciado na troca de correspondência pelo Wikeleaks com a Chevron, petroleira americana. Nessa denúncia, Serra prometia favores à Chevron, em prejuízo da Petrobrás. Assim como a Globo, o PSDB não desistiu de entregar a Petrobrás aos gringos, pois agora o PSDB, através do senador tucano José Serra, tenta no Senado cumprir o que prometeu à Chevron, através da PL 131/2015. A proposta já foi aprovada em primeira votação no Senado e no dia 31/03, a FUP/FNP e as principais centrais sindicais vão dar a resposta aos entreguistas com uma grande mobilização em Brasília.

A Petrobrás sempre honrou o apoio que recebeu do povo nas ruas! Nos seus 61 anos, abasteceu o país ininterruptamente de combustível. Descobriu o pré-sal, que garante ao Brasil o abastecimento de petróleo nos próximos 50 anos. A Petrobrás, com os impostos que paga, financia de 60 a 80% das obras do país, são milhões de empregos.  As reservas acumuladas da Petrobrás são de mais de 100 bi de barris, mesmo com o preço do barril de petróleo a U$ 40, temos um tesouro de U$ 4 trilhões. Perguntas que não querem calar: como uma empresa com todo esse patrimônio poderia estar falida? Se ela está falida, como alguns querem nos convencer, então por que os americanos estão atrás dela, desesperadamente? Quem iria querer uma empresa falida?

A Petrobrás também responde por 13% do nosso PIB. Se construirmos as duas refinarias, cujas obras estão paralisadas, do Ceará e do Maranhão, alcançaremos a auto-suficiência no refino. Se também concluirmos o braço petroquímico do Comperj, vamos mo mínimo dobrar nossa participação no PIB. Lamentavelmente, a presidente Dilma colocou na presidência da Petrobras um banqueiro, Aldemir Bendine, que quer vender a Petrobrás e atacar os direitos dos trabalhadores. Tentou, na última campanha salarial, impor um reajuste rebaixado e retirar várias conquistas da categoria.

 A categoria realizou uma greve de 21 dias, que barrou a pretensão de Bendine. Agora ele tenta impor a PLR zero, quando o acordo assinado garante uma PLR mínima, em caso de situações, como a atual crise mundial do petróleo. Além disso, Bendine quer tirar a Petrobrás da crise sem ajuda da União, logicamente com a venda de ativos, entretanto, além de todos os serviços prestados ao Brasil, durante seis anos,  a Petrobrás importou diesel e gasolina para suprir o mercado, vendendo aqui mais barato, para não impactar a inflação e também não pesar no bolso do contribuinte. Se o tesouro nacional, através das reservas cambiais, devolver esse dinheiro, já seria o suficiente para resolver a crise na Petrobrás.
 Dia 31, estaremos em Brasília, na campanha “Veta Dilma!”, para barrar o projeto de Serra de entrega do pré-sal. E FUP e FNP, numa aliança histórica, prometem, em defesa do pré-sal e contra a venda de ativos, deflagrar uma greve nacional.      

Rio de Janeiro, 30  de março de 2016 

OAB/RJ 75 300              
               
Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). 
OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.


         

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