quarta-feira, 2 de março de 2016

A sociedade exige mudanças na Polícia Federal

por Emanuel Cancella
Não se pode falar em imparcialidade quando, na Lava Jato, todos os delegados participantes fizeram campanha para o adversário de Dilma, Aécio Neves, e chegaram ao absurdo de chamarem Lula e Dilma de “Antas”, no blog de campanha de Aécio.
Já os procuradores que compõem a Lava Jato, todos, faziam parte no governo de FHC do grupo que se intitulava “Tuiuiú”, nome de pássaro do pantanal mato-grossense que não levanta vôo. Isto porque esses procuradores nada podiam investigar e faziam oposição ferrenha ao PGR indicado por FHC, conhecido na época como “Engavetador  Geral da República” . Hoje, com total liberdade para investigar superado o período nebuloso da era FHC, esses procuradores blindam justamente os tucanos. Alguma coisa está errada entre esses procuradores! Eles não devem blindar ninguém!
Felizmente há muita gente enxergando a suspeição dessa força tarefa, como o delegado aposentado da Polícia Federal, Armando Coelho Neto, ex-presidente da Assoc. dos Delegados da PF que disse em entrevista sobre a Lava jato: “Eu não acho que exista um combate à corrupção, existe uma guerra declarada ao Partido dos Trabalhadores”.
Entre tantos descabimentos, o juiz chefe da Lava Jato, Sérgio Moro, para desgastar a presidente Dilma e o PT,  chegou a vazar para imprensa, de forma mentirosa, que faltava dinheiro na PF para operação Lava-Jato. Só nessa hora, o ministro da Justiça interveio e a própria PF desmentiu Moro e disse que havia dinheiro, de sobra, na instituição. E ainda existem os tendenciosos  vazamentos seletivos da Lava Jato, sendo que o mais grave foi o da véspera da eleição, quando passaram para a imprensa que Lula e Dilma sabiam da corrupção na Petrobrás, sendo que o próprio advogado do pseudo-delator disse que seu cliente não havia dito isso. Essa informação mentirosa poderia ter decidido a eleição em favor do Aécio. Mesmo se o delator tivesse dito, não pode a palavra de um bandido decidir a eleição em um país grandioso como o nosso. E mais a delação só vale ao final do processo, com o processo transitado em julgado.    
Ninguém é contra as prisões da Lava Jato, mas não podemos aceitar os absurdos dos grampos ilegais, das prisões arbitrárias, os vazamentos seletivos, a indústria das delações premiadas e a proteção vergonhosa aos parlamentares do PSDB.
Se querem realmente acabar com a corrupção por que nenhum tucano, mesmo delatados na Operação, como os senadores Antonio Anastasia, Aécio Neves (duas vezes) e Aloysio Nunes não são chamados a depor ou presos?
Outra pergunta: por que só o tesoureiro do PT está preso, apesar dos vários partidos envolvidos na Lava Jato? E o governo de Fernando Henrique Cardoso na Petrobrás foi citado várias vezes e não é investigado, nem mesmo FHC reconhecendo, em seu livro, que havia corrupção na Petrobrás, com certeza reconheceu porque está convicto de sua impunidade. Enquanto passam para a sociedade o engodo de que a Lava Jato veio para moralizar, na verdade está havendo é uma estrondosa conspiração contra o governo federal e a Petrobrás!
O símbolo da operação Lava Jato o, japonês Newton Ishi, trabalha há 40 anos como policial e já chegou a ser expulso da PF, em 2003 acusado por corrupção e de integrar uma quadrilha de contrabandistas, mas depois de uma simples sindicância interna foi reintegrado.   
Só no governo do PT, de Lula e Dilma, corruptos e corruptores vão para a cadeia, mas os piores corruptos não são atingidos e nem sequer investigados porque a blindagem da Lava Jato ao PSDB é escancarada e a perseguição ao PT  fica, a cada dia, mais evidente. A PF precisa mudar para aplicar os dispositivos legais previstos na Constituição Federal: amplo direito de defesa; presunção da inocência (até que se prove o contrário todos são inocentes)  e a máxima de que todos são iguais perante a lei.   
Rio de Janeiro, 01 de março de 2016 

OAB/RJ 75 300              
              
Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). 

OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.




   

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