por Emanuel Cancella

Não se pode falar em imparcialidade
quando, na Lava Jato, todos os delegados participantes fizeram campanha para o
adversário de Dilma, Aécio Neves, e chegaram ao absurdo de chamarem Lula e
Dilma de “Antas”, no blog de campanha de Aécio.
Já os procuradores que compõem
a Lava Jato, todos, faziam parte no governo de FHC do grupo que se intitulava “Tuiuiú”,
nome de pássaro do pantanal mato-grossense que não levanta vôo. Isto porque esses
procuradores nada podiam investigar e faziam oposição ferrenha ao PGR indicado
por FHC, conhecido na época como “Engavetador Geral da República” . Hoje, com total
liberdade para investigar superado o período nebuloso da era FHC, esses
procuradores blindam justamente os tucanos. Alguma coisa está errada entre
esses procuradores! Eles não devem blindar ninguém!
Felizmente há muita gente
enxergando a suspeição dessa força tarefa, como o delegado aposentado da Polícia
Federal, Armando Coelho Neto, ex-presidente da Assoc. dos Delegados da PF que disse
em entrevista sobre a Lava jato: “Eu não acho que exista um combate à corrupção, existe
uma guerra declarada ao Partido dos Trabalhadores”.
Entre tantos descabimentos, o juiz chefe da Lava Jato, Sérgio Moro, para
desgastar a presidente Dilma e o PT, chegou a vazar para imprensa, de forma
mentirosa, que faltava dinheiro na PF para operação Lava-Jato. Só nessa hora, o
ministro da Justiça interveio e a própria PF desmentiu Moro e disse que havia
dinheiro, de sobra, na instituição. E ainda existem os tendenciosos vazamentos seletivos da Lava Jato, sendo que o
mais grave foi o da véspera da eleição, quando passaram para a imprensa que
Lula e Dilma sabiam da corrupção na Petrobrás, sendo que o próprio advogado do
pseudo-delator disse que seu cliente não havia dito isso. Essa informação
mentirosa poderia ter decidido a eleição em favor do Aécio. Mesmo se o delator
tivesse dito, não pode a palavra de um bandido decidir a eleição em um país
grandioso como o nosso. E mais a delação só vale ao final do processo, com o
processo transitado em julgado.
Ninguém é contra as prisões da Lava Jato, mas não podemos aceitar os
absurdos dos grampos ilegais, das prisões arbitrárias, os vazamentos seletivos,
a indústria das delações premiadas e a proteção vergonhosa aos parlamentares do
PSDB.
Se querem realmente acabar com a corrupção por que nenhum tucano, mesmo
delatados na Operação, como os senadores Antonio Anastasia, Aécio Neves (duas
vezes) e Aloysio Nunes não são chamados a depor ou presos?
Outra pergunta: por que só o tesoureiro do PT está preso, apesar dos vários
partidos envolvidos na Lava Jato? E o governo de Fernando Henrique Cardoso na
Petrobrás foi citado várias vezes e não é investigado, nem mesmo FHC reconhecendo,
em seu livro, que havia corrupção na Petrobrás, com certeza reconheceu porque
está convicto de sua impunidade. Enquanto
passam para a sociedade o engodo de que a Lava Jato veio para moralizar, na
verdade está havendo é uma estrondosa conspiração contra o governo federal e a
Petrobrás!
O símbolo da operação Lava Jato o, japonês Newton Ishi, trabalha há 40 anos como policial e já chegou a ser expulso da PF, em
2003 acusado por corrupção e de integrar uma quadrilha de contrabandistas, mas
depois de uma simples sindicância interna foi reintegrado.
Só no governo do PT, de Lula e Dilma, corruptos e corruptores vão para a
cadeia, mas os piores corruptos não são atingidos e nem sequer investigados
porque a blindagem da Lava Jato ao PSDB é escancarada e a perseguição ao PT fica, a cada dia, mais evidente. A PF precisa
mudar para aplicar os dispositivos legais previstos na Constituição Federal: amplo
direito de defesa; presunção da inocência (até que se prove o contrário todos
são inocentes) e a máxima de que todos
são iguais perante a lei.
Rio de Janeiro, 01 de março de 2016
OAB/RJ 75
300
Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do
Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros
(FNP).
OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia,
Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
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