por Emanuel Cancella
“Um dia todos terão
direito a 15 minutos de fama.”
O juiz Sérgio Moro já viveu o seu momento de glória, como diz
o ditado “Um dia todos terão direito a 15 minutos de fama.” O ministro Joaquim
Barbosa teve o seu! Depois voltou à insignificância humana. Foi fantasiado de
herói pela grande mídia que, entretanto, não alardeou que, segundo o também ministro
Eros Grau, esse herói de araque bateu na mulher com direito a Boletim de Ocorrência
e tudo; também abriu uma empresa offshore para comprar um imóvel em Miami e
burlar o Imposto de Renda; e só devolveu o apartamento funcional embaixo de vara, porque tinha direito só por
um determinado tempo, mas vencido esse prazo não quis devolvê-lo.
O juiz Sergio Moro foi premiado pela Globo, como pessoa que
faz a diferença. Faz mesmo, grampos, vazamentos seletivos de delação premiada, prisões
arbitrárias, blindagem aos tucanos, etc. E ainda ganhou prêmio do governo dos
EUA, com certeza pela convocação de promotores americanos para fiscalizar a Petrobrás,
favorecendo assim os americanos em detrimento do Brasil. Moro oficializou a
espionagem! A Chevron, petroleira americana, foi denunciada pelo Wikileaks, em
2009, na troca de correspondência entre a petroleira americana e o senador
tucano José Serra, cujo conteúdo era de favorecimento a Chevron em prejuízo da
Petrobrás. Muito suspeito o fato do juiz Moro não ter mandado nossos
procuradores para investigar também a petroleira americana!
Estranho também que
com todo esse glamour, Moro e sua força tarefa só falam em ambientes fechados, como
igrejas e auditórios, com público selecionadíssimo. Estão com medo de quê? A
campanha do petróleo tem plenária mensal no Rio, aberta a toda sociedade, e recebemos,
em algumas, até jornalistas da Globo. E a plenária é prioritariamente para
defender a Petrobrás e o fim da corrupção na empresa!
A grande mídia e a oposição de direita não têm nenhum escrúpulo!
Há muito abandonou, na estrada, o presidente que eles elegeram, Fernando Collor
de Mello. Com o ministro Joaquim Barbosa não está sendo diferente! No passado,
abandonaram o jornalista Paulo Francis, como vão abandonar Arnaldo Jabour. E com
o juiz Moro não vai ser diferente. Moro, para os poderosos, não passa de um
juiz provinciano que está sendo útil à elite egoísta!
Eu mesmo tive meus 15 minutos de fama quando em 2007 coordenei
um ato de nudismo, na defesa dos aposentados petroleiros, em frente à sede da
Petrobrás, no Rio e do palácio do Planalto em Brasília, no governo Lula. As
imagens do ato cruzaram o mundo e estão no Google até hoje e com a amplitude da
visibilidade do ato obrigamos a direção da companhia a vir a público tentar justificar
o injustificável: a discriminação com os aposentados que construíram a
companhia.
Contra o ex-presidente Lula eles batem desde a primeira
eleição, em 1989. E, como não têm nada a falar de Lula, apelam para a nora, o
filho, o amigo, o compadre, o apartamento e o sítio que Lula não comprou, o
barco sem motor e até a horta que dona Marisa fez no sitio é matéria do Jornal
Nacional da Globo. Por enquanto, contra Lula, o efeito tem sido o mesmo do bolo
da vovó, quanto mais batem mais ele cresce.
Fernando Collor, Paulo Francis, Joaquim Barbosa, já foram
jogados ao mar, quanto ao cineasta Arnado Jabour e juiz Sérgio Moro é questão
de tempo e da maré!
A Globo é tão cínica que apoiou e cresceu à sombra da
ditadura, inclusive usou, às custas do contribuinte, sem pagar, o satélite da
Embratel durante toda a ditadura. Milhares de brasileiros, civis e militares,
foram perseguidos, presos, torturados e mortos. Depois, na maior cara de pau, a
Globo, em editorial, diz que o apoio a ditadura foi um erro. Quem
sabe dirão no futuro que o prêmio ao juiz Sérgio Moro foi um erro!
Rio de Janeiro, 11 fevereiro de
2015
OAB/RJ
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Emanuel Cancella é coordenador do
Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da
Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).
OBS.: Artigo enviado para possível
publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros
órgãos de comunicação.
Excelente... Essa é a verdade que o povo brasileiro não consegue ver
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