domingo, 24 de janeiro de 2016

Operação Lava Jato ou Operação Desmoralização da Justiça Brasileira?

por Emanuel Cancella
Ao invés de lavar eles estão sujando, e  de lama, a imagem da justiça.
O cardápio de desserviços à justiça pela Operação lava Jato é extenso: Delações e vazamentos seletivos, grampo ilegal, prisões arbitrárias e a blindagem descarada ao PSDB.  Como todos se calam, resta ao pacato cidadão, através das redes sociais, assumir os riscos de denunciar essa pouca vergonha.
OAB, MP, PF, STF, Ministério da justiça, todos assistindo de camarote às barbaridades do juiz Sérgio Moro que chefia a Lava Jato. Ao invés de lavar, eles estão sujando, e de lama, a imagem da justiça. Se muitos juízes se acham deuses, Moro tem certeza é o próprio, em carne e osso.
Enquanto trabalhador petroleiro, não posso me calar diante dessa operação que se transformou num verdadeiro circo de espetáculos, nada engraçado. Além de ridicularizar a justiça brasileira,  visa manchar a imagem da Petrobrás, a maior empresa brasileira. Na verdade, passam para a sociedade a idéia de que querem acabar com a corrupção, na verdade querem é acabar com a Petrobras!
Uma das  barbaridades é quando Moro se nega a exigir corregedoria a respeito do grampo ilegal. Mesmo diante das cobranças dos advogados de defesa e da sociedade, que querem saber da existência, ou não, do grampo na federal do Paraná, onde funciona a operação Lava Jato. Porém Moro decide, com um despacho, conforme publicado jornal GGN:
“Alem disso, tal escuta ambiental, caso tenha de fato existido, não gerou resultado probatório direto ou indireto que tenha sido utilizado neste processo ou em qualquer outro perante este juízo, sendo o elemento probatório pretendido irrelevante para o julgamento desse feito.”
  Outra ofensa a nossa inteligência e ao direito de defesa praticado pela Lava Jato, com aval do procurador representante do Ministério Público Federal, que teria que ser o fiscal da lei, é contra o empresário Marcelo Odebrechet: Jornal GGN: “...um trecho de depoimento, do já célebre Paulo Roberto Costa, referente àquele empresário preso há seis meses, com a seguinte frase: "(...) nem põe o nome dele aí porque com ele não, ele não participava disso". Mas o que foi transcrito no depoimento pela Lava Jato foi bem diferente: "(...) a despeito de não ter tratado diretamente o pagamento de vantagens indevidas com Marcelo Odebrecht". Para se explicar dessa aberração “jurídica”, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, em considerações colhidas por Graciliano Rocha e Mario Cesar Carvalho, para a Folha, diz que a transcrição do depoimento foi "fidedigna", porque sua função é "resumir" o principal. É aí mesmo que aparece o problema do desaparecimento: onde está o resumo da frase que isenta o acusado pela Lava Jato? Dela não há sequer vestígio! O que aparece é outra frase. E a original nem era longa, já nascera resumidamente pronta.
Quanto ao combate à corrupção, o sindicato dos petroleiros já denunciava muito antes da Lava Jato, conforme link abaixo, e ao invés de prêmio da Globo e dos EUA, como recebeu a Lava Jato, recebemos dessa mesma justiça, multas, processos  e ameaças de prisão.
Até quando a Ministério da Justiça, a OAB, o MPF, o STF e a PF vão se calar diante desse mar de lama que é a Lava Jato?



Rio de Janeiro, 24 de janeiro de 2015 

OAB/RJ 75 300              
               
Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). 

OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.



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