segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Do “Engavetador Geral da República”, no governo de FHC, ao “Engavetadores Gerais dos tucanos”, no governo do PT.

 por Emanuel Cancella



No mensalão, o ministro Joaquim Barbosa, que chefiou a investigação, esqueceu-se do mensalão tucano, que foi anterior ao do PT e já está prescrevendo sem julgamento. A sociedade sabe que o problema de Joaquim Barbosa é de coluna, não de memória.
Na lava Jato, o juiz Sérgio Moro parece que também padece de problema de memória com os tucanos, já que nada faz contra os senadores tucanos Antonio Anastasia e Aécio Neves, apesar de citados em delação. Com Aécio já é a segunda vez! Lembrando que Moro participou da operação do Mensalão e aí, também, protegeu os tucanos!
Altamente suspeito também é que o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso, na Petrobrás, citado em delação premiada, várias vezes na Operação Lava Jato está fora da investigação. Como a debochar de nossa Justiça,  FHC ainda confessou em seu livro “Diários da Presidência” que houve corrupção na Petrobrás, em seu governo.  E ainda, parecendo um jovem “coxinha”, o velho FHC ainda tem a coragem em falar de impeachman da presidente, é demais!
Assim como no mensalão, os tucanos estão zerados na lava Jato! E o grupo de procuradores do MPF estão atrás das milhões de assinaturas para implementar as dez medidas contra a corrupção. Esse grupo, que hoje compõe a força tarefa da Lava Jato, no governo de FHC combatia ferozmente o PGR, Geraldo Brindeiro, também conhecido como “Engavetador Geral da República”. Esses procuradores, conhecidos como “Tuiuiuis”, justamente por afirmarem se sentir como a ave por não conseguirem levantar vôo com Brindeiro engavetando tudo.  Estranhamente estão na Lava Jato corroborando com a blindagem aos tucanos!
Será que foi a ausência das dez medidas que fez o Ministério Público de Minas arquivar, por duas vezes, o escândalo da construção do aeroporto de Claudio pelo governador Aécio Neves, construído em terras da própria família, e com dinheiro público?

E o Trensalão, vinte anos depois do escândalo que envolve vários governadores tucanos (Mario Covas/falecido, José Serra e Geraldo Alckmin), até agora só atingiu os executivos do metrô. Quantas décadas serão necessárias para atingir os governadores, os principais culpados? 
Resta uma esperança, o Procurador Geral Da República, Rodrigo Janot, que já mandou arquivar uma vez a denúncia de recebimento de mensalão de Aécio Neves, em Furnas, através da irmã, recebe pela segunda vez denúncia de recebimento de propina de R$ 300 mil, envolvendo Aécio Neves, agora da construtora UTC.
Será que o PGR desta vez denuncia Aécio? Janot disse que iria analisar a denúncia depois do recesso. Estranhamos a lentidão do PGR, que agiu tão rápido em outras denúncias, e agora trata-se de reincidência. Será que Janot vai quebrar a “blindagem” dos tucanos?         

 Rio de Janeiro, 04 de janeiro de 2016 

OAB/RJ 75 300              
               
Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). 
OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.



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