por Emanuel Cancella
As noticias que a mídia não dá
destaque
Bolsa Familia
Uma lição de dignidade a
tanta gente que a perdeu
POR FERNANDO BRITO •
28/12/2015
De Moisés Mendes, no Zero
Hora de hoje:
“ A personagem do ano é a
mulher que sai de casa arrastando chinelos e se dirige a uma repartição do
município para dizer:
— Vim aqui devolver o
cartão do Bolsa Família.
A cena repetiu-se durante
todo o 2015 em prefeituras do sertão nordestino ou daqui mesmo, de Canguçu, de
Rosário, de Cacequi. A mãe aprochega-se do balcão para anunciar uma decisão
importante. Enfia a mão na bolsa em busca do cartão e puxa aquilo que é
provisório em meio a outras coisas muito permanentes. E a moça do guichê
pergunta:
— A senhora pode me dizer
por que está devolvendo o cartão?
— Porque agora, e enquanto
Deus desejar, não preciso mais disso.
Imagine a cena da mãe que
sai de casa perfumada, com o melhor vestido floreado, não para pedir ajuda, mas
para dizer que não precisa mais do amparo do governo para dar de comer aos
filhos. Como a decisão foi tomada com o marido e a filharada, mesmo que a
grande maioria nem marido tenha?
São as mulheres que fazem
a gestão do benefício do Bolsa Família. Multiplicam os contadinhos. Mas,
segundo alguns contrariados com tanta fartura, seriam o exemplo de povo viciado
em esmolas. Uma mãe viciada em cento e poucos reais por mês.
Viciada em moedinhas que
compram farinha de mandioca, do mesmo jeito que alguns empresários se tornaram
viciados em subsídios, isenção de impostos, financiamentos com juro baixo,
esquemas de proteção de mercado e outras mumunhas. Enquanto, claro, falam mal
do Estado.
Uma mãe assim deveria dar
curso de bons modos aos que atacam o Bolsa Família como distorção que não faz
bem ao povo e ao país. O povo deveria entregar-se aos milagres do livre
mercado, que muitos dos detratores do Bolsa Família defendem só nas teorias.
E também juízes,
promotores e procuradores beneficiados com auxílio-moradia e
auxílio-alimentação perpétuos podem aprender com uma mãe pobre que se dispõe a
devolver aquilo que não precisa mais, porque arranjou um emprego ou descobriu
um jeito de se virar sem o socorro do governo.
A personagem de um ano de
crise braba não é uma, são as milhares de mães que entregaram o cartão do Bolsa
Família em 2015, sem que ninguém lhes pedisse.
Os outros agarrados a
benefícios mais graúdos, que ainda se lambuzam em privilégios que eu, você e
todos nós pagamos, deveriam conversar com essas mães. Mas é difícil. Eles
preferem continuar viciados em bolsas fartas que também as mães do Bolsa
Família ajudam a sustentar.”
COMPERJ
Comperj vai abrir 5,5 mil
vagas. Em Itaboraí. “Editais para
retomada de obras em duas unidades do complexo serão lançados em 2016” Jornal O
Dia, 29/12/15
Extrema pobreza
Ipea: Situação de extrema
pobreza teve redução de 63% nos últimos 10 anos. Jornal do Brasil 30/12/15
Salário Mínimo
Novo mínimo: rombo ou
economia mais aquecida? “O Dieese destaca que o reajuste de 11,67% deve injetar
R$ 57 bilhões em renda na economia no ano que vem; segundo estudo do órgão, são
48,3 milhões de brasileiros com rendimento referenciado ao salário mínimo; com
o reajuste desta terça, o salário mínimo nacional terá alcançado um ganho real
de 77,3% acima da inflação acumulada desde 2002; e passará a ter, ainda, o
maior poder de compra desde 1979 em relação à cesta básica” . GGN, 30/12/15.
Turistas no Rio
TURISTAS DEVEM GASTAR MAIS
DE R$ 2,5 BILHÕES NO RÉVEILLON DO RIO. “Estimativa da Associação Brasileira da
Indústria Hoteleira (Abih) mostra que a cidade do Rio de Janeiro hospedará
nesta quinta-feira, 31, em sua famosa festa de virada do ano, um recorde de 857
mil turistas; juntos, eles gastarão mais de R$ 2,5 bilhões na cidade; taxa de
ocupação teve aumento de 12% em relação ao ano passado e em muitos lugares já
está em 100%” . BLOG BRASIL, 247
Lava Jato
“A pessoa está me cobrando
estes R$ 300 mil”. “Que pessoa?” “Aécio Neves” ( blog Tijolaço, 30/12/15)
Rio de Janeiro, 29 de dezembro de
2015
OAB/RJ 75
300
Emanuel Cancella é coordenador do
Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da
Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).
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