O Jornal do Brasil, que sempre
teve um papel importante na cobertura política de nosso país, deixou a desejar
na coluna País- Opinião de hoje, 27/12/2015:
por Emanuel Cancella
Isso
porque fala da operação lava Jato,
mas se “esquece” de tantos outros escândalos, que nem sequer estão sendo
investigados. A Petrobrás está sendo investigada há um ano e nove meses pela
operação Lava Jato, e, nesta investigação, ao contrário de tantas outras, os diretores
e gerentes responsáveis estão presos e parte dos bens roubados estão voltando
aos cofres da empresa. Independentemente se estão de coleira no tornozelo ou
não, estão pagando caro! Que fique claro que o sentimento dos petroleiros não é
diferente do restante da sociedade: queremos todos os corruptos e corruptores na
cadeia!.
Entretanto
no Zelote, por exemplo, que envolve os bancos Santander, Safra e Bradesco; as companhias Cimento Penha, Boston
Negócios, J.G. Rodrigues, Café Irmãos Julio e Mundial-Eberle; as
montadoras Ford e Mitsubishi; o grupo Gerdau; e a maior afiliada da rede Globo,
a RBS, com valores oito vezes
maiores que os do Lava Jato, as investigações estão na estaca zero. Os donos
dessas empresas passaram o Natal com suas famílias “livres, leves e soltos” e nem
o JB e ninguém da mídia falou nada! Você já ouviu falar da corrupção dessas empresas?
Mas da Petrobrás a todo minuto há propaganda negativa na mídia. Por que isso?
E
o mensalão tucano, anterior ao do PT, está prescrevendo sem julgamento. Como
também o Trensalão, escândalo que envolve vários governadores tucanos de São Paulo,
Mario Covas/falecido, José Serra e Geraldo Alckmin. Tendo acontecido há cerca
de 20 anos, só agora estão sendo citados os altos executivos do metrô. Quantas décadas
vão ser necessárias para chegar aos governadores, os principais responsáveis?
Aliás,
Geraldo Alckmin pediu postergação da apuração da Sabesp e do metrô para daqui a
25 anos! Imagine se isso vira jurisprudência! Você mata alguém e pede à justiça
para o crime ser apurado daqui a 25 anos?
Outro
escândalo, que a mídia finge que não vê, é a construção do aeroporto de Claudio
em Minas Gerais, com dinheiro público, em terras da própria família do então
governador, o tucano Aécio Neves. Apesar das provas, foi arquivado por duas
vezes pelo ministério público estadual. Se esse tipo de obra não é criminoso, urge
que o ministério Público Federal acrescente isso nas 10 medidas contra a
corrupção, para qual estão buscando milhões de assinaturas dos brasileiros. Diz
a chamada do MPF “.A
medida 10 traz duas inovações legislativas que fecham brechas na lei para
evitar que o criminoso alcance vantagens indevidas”. Que o MPF coloque então a 11ª medida,
validando obras como a do aeroporto de Claudio em Minas Gerais, para que todos
os governantes possam fazer o mesmo..
Mesmo
nessa operação Lava Jato acontecem coisas muito estranhas. Além dos vazamentos,
que só prejudicam a Petrobrás e o governo federal, ela não manda investigar
também os tucanos envolvidos, como o senador Aécio Neves, citado em delação premiada
pelo recebimento de propina, através de Furnas; e o ex governador Antonio
Anastasia, denunciado por um ex policial federal, conhecido como “Careca”; e
não apure o período do governo FHC na Petrobrás, que como num deboche coloca no
seu próprio livro “Diários da Presidência” admitindo que havia corrupção em seu
governo na Petrobrás.
E
por que estando todos preocupados como os desempregados no Brasil, os
responsáveis por essa operação não liberam os acordos de leniência, o que
permitiria que as empresas funcionassem, como fez os EUA, enquanto seus
representantes respondem na Justiça, mantendo assim os empregos e a continuação
das obras? E por que trazer procuradores americanos para auxiliar na operação,
justamente os americanos que estão desesperados para abocanhar nosso petróleo?
Se
esse tipo de matéria estivesse postado em empresas de comunicação como na
Globo, Band, Folha, Editora Abril, responsável pela revista Veja, Época, Grupo
RBS, não seria de estranhar, pois elas são sonegadoras titulares de conta no
HSBC da Suíça para lavagem de dinheiro, enganando a Receita Federal brasileira.
Eles
estão é preocupados em criar uma “cortina de fumaça” e querem desviar a atenção
da sociedade! A fama da mídia brasileira chegou ao exterior o New York Times detona a Globo: "TV que ilude o Brasil".
Mas
o Jornal do Brasil é diferente, a memória do JB merece respeito!
Deixo
aqui, como lembrete, a máxima de Stanislaw Ponte Preta: “-
Ou restaure-se a moralidade ou locupletemo-nos todos!”
Rio de Janeiro, 27 de dezembro de
2015
OAB/RJ
75
300
Emanuel Cancella é coordenador do
Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da
Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).
OBS.: Artigo enviado para possível
publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros
órgãos de comunicação.
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