Por que a mídia não
fala da greve dos petroleiros e fala o tempo todo da greve dos caminhoneiros?
Ao invés de a Petrobrás vender ativos, como cogita Dilma e
Bendine, queremos a construção das duas refinarias do Maranhão e Ceará, o que
nos dará a autossuficiência no refino; como também a construção do braço
petroquímico do Comperj. Com isso a Petrobrás, ao invés de responder por 13% do
PIB, vai no mínimo dobrar essa participação.
Ao contrário dos petroleiros que almeja uma Petrobrás gigante,
a mídia, principalmente a Globo, só quer a destruição da empresa. O petroleiro
já venceu a queda de braço, na década de 90, com o governo FHC que, com apoio
da mídia, principalmente da Globo, tentou privatizar a Petrobrás. Na ocasião,
FHC transformou a Petrobrás em “Unidades de Negócios” para vendê-la fatiada.
FHC só conseguiu vender 30% da refinaria
do sul, REFAP, mas o governo Lula depois comprou a parte da Refap vendida.
Dilma, com a venda de ativos, pode fazer algo parecido com
que fez FHC com a venda de “Unidades de Negócios”. Para o bem do Brasil, o
Tesouro Nacional precisa fazer o aporte necessário para a Petrobrás voltar ao
patamar de outubro de 2014 inicio da crise. A Petrobrás possuiu reservas
confirmadas de 70 bilhões de barris, que os técnicos dizem que as reservas a
confirmar eleva para 100 bilhões de barris. Multiplicando essa reserva pelo
preço médio do barril de US$ 50 chegamos a cifra de 5 trilhões de dólares,
quase duas vezes a reserva cambial da China, a maior do planeta. Diante disso,
como a Petrobrás pode estar falida?
A mídia, e principalmente o Globo, quando fala da greve dos
petroleiros é para falar mal, como fizeram na década de 90, comparando a
Petrobrás a um paquiderme e chamando os petroleiros de marajás. Mas não dizem
que a Petrobrás gasta com a folha de pagamento da categoria 4% do faturamento,
a metade do que gasta suas concorrentes.
O principal motivo da greve petroleira não aparecer na
imprensa é que sua pauta vai no sentido contrário aos interesses mídia.
Nossas reivindicações
são: “ Nem um direito a menos! E Não, Não à privatização, o petróleo é nosso e
não abrimos mão!”.
Rio de Janeiro, 13 de novembro de
2015
Emanuel Cancella é coordenador do
Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da
Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).
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