por Emanuel Cancella
Em brilhante artigo Mauro Santayana denuncia, no
JB, juízes, procuradores e delegados da operação lava Jato: “ (...) A vocação para submissão de parcelas do Judiciário e da área de
segurança brasileiras às autoridades norte-americanas é impressionante. (...). Perguntar não ofende. Considerando-se que as
áreas de defesa e de relações internacionais são prerrogativa da União, e o
fato de a agência norte-americana ser federal e não estadual, não seria o caso
desses convênios e acordos passarem antes pelo crivo e aprovação do Itamaraty,
do Ministério da Defesa, do Ministério da Justiça e da Comissão de Defesa e
Relações Externas da Câmara dos Deputados? Quando é que o Brasil vai começar a
impedir ou a controlar as atividades de agentes norte-americanos de
inteligência - espiões, leia-se, porque de outra coisa não se trata - em nosso
território? (...)”
A cooperação
entre os países é algo importante: por exemplo, na questão das contas do banco
HSBC na Suíça, para lavagem de dinheiro; e com a Holanda, no caso da SBM
Offshore; também com a França, no caso
do escândalo do metrô de São Paulo, envolvendo a multinacional francesa Alstom.
Mas no caso da operação Lava
Jato , ao convidar os procuradores americanos para investigar a Petrobrás,
inclusive para ajudar nos processos que visam multar a Petrobrás, é um “crime
lesa pátria”. Até porque o controlador da Petrobrás é a União e o processo visa
principalmente punir a Petrobrás pela queda no valor de suas ações, o que teria
causado grande prejuízo aos acionistas estrangeiros e também aos brasileiros.
Ora, a força tarefa do Lava
Jato quer enganar a sociedade quando quer passar a versão de que a queda do valor ação seja
por causa da corrupção. Por que não ouve aqueles que sabem que a queda do preço
do barril de petróleo, abaixo dos cem dólares, é armação do governo dos EUA e
da maior produtora de petróleo do mundo, a Arábia Saudita, para prejudicar os
países produtores de petróleo, como a Rússia, o Irã, a Venezuela e o Brasil? Essa
queda do preço do barril do petróleo não foi previsto por nenhum analista da geopolítica
do petróleo do mundo! Que tal a operação Lava Jato mandar procuradores
brasileiros aos EUA e à Arábia Saudita para apurar essa possível “Sabotagem”? Sabe quando isso vai acontecer? Nunca! .Até
porque eles não iriam deixar!
Além disso, alguém precisa informar à força tarefa do Lava
Jato que os EUA são os principais suspeitos de estar por trás da PLS do senador
tucano José Serra, que visa entregar o pré-sal aos estrangeiros. A saga do PSDB
em entregar a Petrobras já era denunciada há algum tempo, inclusive em 2009 pelo
Wikeleaks, interceptando documentos trocados entre a executiva da petroleira
Americana Chevron e o então candidato a presidência José Serra.
O que torna mais suspeita
essa “colaboração” do Lava Jato com os EUA é que os delegados da Polícia Federal
da operação fizeram, através de blog, campanha para o tucano Aécio Neves, mesmo
partido de José Serra, e de FHC, todos entreguistas incontestes de nosso
petróleo.
Percebe-se o partidarismo da
operação Lava Jato quando blinda o governo de Fernando Henrique Cardoso e os
parlamentares do PSDB, como Aécio Neves e Antonio Anastasia, apesar de várias
vezes citados em delação premiada, mesmo agora quando o ex-presidente Fernando Henrique
admite em seu próprio livro “Diários da Presidência” ter sido alertado,
em 16 de outubro de 1996, que ocorria um "escândalo" dentro da
Petrobras.
Sá falta a operação lava Jato, com apoio do
PSDB e da mídia, lançarem nas ruas a campanha cujo o slogan é do ex genro de
FHC, David Zilberstein, primeiro Diretor Geral da Agência Nacional do Petróleo,
criada por FHC: O petróleo é Vosso!
Fonte: Artigo de Mauro Santayana no JB de 7/11 (Brasil-EUA:
a submissão, a "cooperação" e a soberania) http://www.jb.com.br/sociedade-aberta/noticias/2015/11/07/brasil-eua-a-submissao-a-cooperacao-e-a-soberania/
Rio de Janeiro, 11 de novembro de
2015
OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o
Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do
Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos
Petroleiros (FNP).
Grande e valoroso Emanuel.
ResponderExcluirTua missão e visão merece muito respeito.
Ivan Luiz.