quarta-feira, 11 de novembro de 2015

JB denuncia Lava Jato: Brasil - EUA: a submissão, a "cooperação" e a soberania

por Emanuel Cancella

 

Em brilhante artigo Mauro Santayana denuncia, no JB, juízes, procuradores e delegados da operação lava Jato: “ (...) A vocação para submissão de parcelas do Judiciário e da área de segurança brasileiras às autoridades norte-americanas é impressionante. (...). Perguntar não ofende. Considerando-se que as áreas de defesa e de relações internacionais são prerrogativa da União, e o fato de a agência norte-americana ser federal e não estadual, não seria o caso desses convênios e acordos passarem antes pelo crivo e aprovação do Itamaraty, do Ministério da Defesa, do Ministério da Justiça e da Comissão de Defesa e Relações Externas da Câmara dos Deputados? Quando é que o Brasil vai começar a impedir ou a controlar as atividades de agentes norte-americanos de inteligência - espiões, leia-se, porque de outra coisa não se trata - em nosso território? (...)”
A cooperação entre os países é algo importante: por exemplo, na questão das contas do banco HSBC na Suíça, para lavagem de dinheiro; e com a Holanda, no caso da SBM Offshore; também  com a França, no caso do escândalo do metrô de São Paulo, envolvendo a multinacional francesa Alstom.
Mas no caso da operação Lava Jato , ao convidar os procuradores americanos para investigar a Petrobrás, inclusive para ajudar nos processos que visam multar a Petrobrás, é um “crime lesa pátria”. Até porque o controlador da Petrobrás é a União e o processo visa principalmente punir a Petrobrás pela queda no valor de suas ações, o que teria causado grande prejuízo aos acionistas estrangeiros e também aos brasileiros.    
Ora, a força tarefa do Lava Jato quer enganar a sociedade quando quer  passar a versão de que a queda do valor ação seja por causa da corrupção. Por que não ouve aqueles que sabem que a queda do preço do barril de petróleo, abaixo dos cem dólares, é armação do governo dos EUA e da maior produtora de petróleo do mundo, a Arábia Saudita, para prejudicar os países produtores de petróleo, como a Rússia, o Irã, a Venezuela e o Brasil? Essa queda do preço do barril do petróleo não foi previsto por nenhum analista da geopolítica do petróleo do mundo! Que tal a operação Lava Jato mandar procuradores brasileiros aos EUA e à Arábia Saudita para apurar essa possível “Sabotagem”?  Sabe quando isso vai acontecer? Nunca! .Até porque eles não iriam deixar!
Além disso,  alguém precisa informar à força tarefa do Lava Jato que os EUA são os principais suspeitos de estar por trás da PLS do senador tucano José Serra, que visa entregar o pré-sal aos estrangeiros. A saga do PSDB em entregar a Petrobras já era denunciada há algum tempo, inclusive em 2009 pelo Wikeleaks, interceptando documentos trocados entre a executiva da petroleira Americana Chevron e o então candidato a presidência José Serra.
O que torna mais suspeita essa “colaboração” do Lava Jato com os EUA é que os delegados da Polícia Federal da operação fizeram, através de blog, campanha para o tucano Aécio Neves, mesmo partido de José Serra, e de FHC, todos entreguistas incontestes de nosso petróleo.  
Percebe-se o partidarismo da operação Lava Jato quando blinda o governo de Fernando Henrique Cardoso e os parlamentares do PSDB, como Aécio Neves e Antonio Anastasia, apesar de várias vezes citados em delação premiada, mesmo agora quando o ex-presidente Fernando Henrique admite em seu próprio livro “Diários da Presidência”  ter sido alertado, em 16 de outubro de 1996, que ocorria um "escândalo" dentro da Petrobras.
Sá falta a operação lava Jato, com apoio do PSDB e da mídia, lançarem nas ruas a campanha cujo o slogan é do ex genro de FHC, David Zilberstein, primeiro Diretor Geral da Agência Nacional do Petróleo, criada por FHC: O petróleo é Vosso!   
Fonte: Artigo de Mauro Santayana no JB de 7/11 (Brasil-EUA: a submissão, a "cooperação" e a soberania) http://www.jb.com.br/sociedade-aberta/noticias/2015/11/07/brasil-eua-a-submissao-a-cooperacao-e-a-soberania/

Rio de Janeiro, 11 de novembro de 2015 
OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
            
Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). 



  

 

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