Conheça a turma do impeachment

por Emanuel Cancella

Eduardo Cunha, o das “trocentas” contas na Suíça de propina, é aquela figura que Aracy de Almeida, a principal intérprete de Noel Rosa, dizia “Esse  é o cara de que não resta nenhuma dúvida”. 

E o ministro que Veríssimo denominou, Gilmar “mentes” deu dois habeas corpus, em 24 horas, para o banqueiro Daniel Dantas,  para soltar aquele que o delegado da Polícia Federal, chefe da operação Satiagraha, Protogenes Queiroz, chamou de banqueiro ladrão. O banqueiro está solto mas o delegado Protógenes foi condenado e perdeu o cargo de delegado. A “in”Justiça Federal entendeu que houve violação do sigilo.

Ora, os delegados da PF do Lava Jato vazam informação a toda hora, como agora sobre Fernando Baiano, o operador do PMDB, que disse sem nenhuma prova que pagou as contas do filho de Lula. E o Globo estampou em suas páginas! São inúmeros vazamentos de delação premiada que só teriam valor se comprovada, mas são estampadas na mídia, como verdades absolutas, e nenhum delegado ou juiz é punido.

Gilmar também soltou o medico Roger Abdelmassin, condenado a 200 anos, acusado de 56 crimes de estupro praticado contra 39 mulheres. Gilmar, que agora é ministro do TSE, disse se referindo a Dilma, que ninguém se mantém no cargo com liminar do Supremo.  Quem concedeu o cargo a Dilma foi o povo, através do voto, o STF, através de liminares, só suspendeu o rito do impeachement de Eduardo Cunha.

Na linha de frente do impeachment temos a turma do PSDB do Aécio Neves que construiu com dinheiro público o aeroporto no município de Claudio, quando governador de Minas Gerais, na terra da própria família. Que segundo denúncia, que não vazou no Lava Jato, Aécio controlava uma diretoria em Furnas, da qual recebia propina, através de sua irmã, e do FHC, que segundo denuncia da Folha, comprou votos de deputados para estabelecer o instituto da reeleição para se beneficiar e se reeleger.

É também do PSDB o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin  que, pasmem! Ganhou prêmio pela gestão hídrica, e grande parte dos paulistas não tem água na torneira. E Alckmin, em plena saga da sociedade brasileira no combate à corrupção, manda engavetar por 25 anos os documentos do escândalo do metrô e da Sabesp.

Foi aí que o nordestino gritou? “Impitiman é meuzovo!

Rio de Janeiro, 16 outubro de 2015 

OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

               

Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). 

http://emanuelcancella.blogspot.com.