quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Juiz Sérgio Moro e a perseguição implacável contra José Dirceu e o PT

por Emanuel Cancella


Quando Zé Dirceu, ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, foi citado, acusado, condenado e preso, o parecer que deu base  a todo o processo foi dado pelo juiz Sérgio Moro que, no “Mensalão”, era assistente da ministra Rosa Weber. Veja a íntegra da tese do juiz Moro: ”Não tenho prova cabal contra Dirceu, mas vou condená-lo porque a literatura jurídica me permite”.

Registro a pergunta do filósofo e teólogo Leonardo Boff, em artigo no blog Brasil 247: ...Qual literatura jurídica? A dos nazistas ou do notável jurista do nazismo Carl Schmitt? ... Agora novamente Zé Dirceu foi preso. Ele foi indiciado pelos crimes de formação de quadrilha, falsidade ideológica, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Na conclusão dos inquéritos, o delegado da PF Márcio Anselmo afirmou que há "fartos indícios de que José Dirceu de Oliveira e Silva e outras pessoas a ele relacionadas foram beneficiários diretos de valores, objeto de desvios no âmbito da Petrobras, apurados na Operação Lava Jato". A filha e o irmão de Dirceu estão na lista de indiciados. Enquanto Zé Dirceu é indiciado por “fartos indícios”, o juiz Moro deixa de fora os senadores tucanos Aécio Neves e Antonio Anastasia. Contra ambos não há só indicio, há delação premiada, com detalhes,  na operação Lava Jato, em que ambos receberam propina.

Esse juiz Moro atuou  no mensalão, AP 470, e os tucanos ficaram de fora. Agora na Lava Jato, o chefe Moro blinda não só os parlamentares tucanos como também o governo de FHC, na Petrobrás, citado várias vezes em delação premiada. Se esse juiz quisesse realmente combater a corrupção, prenderia qualquer corrupto, independente de partido, daí conclui-se que a prisão de Zé Dirceu é política e visa principalmente atingir ao PT.  

E tem que ser dito que não se critica a Policia Federal, o Ministério Público Federal ou a Justiça, que são instituições compostas por muitos homens e mulheres respeitáveis, mas a operação lava Jato  se transformou num tribunal de exceção, o que é condenado pela Constituição Federal.

Talvez os negócios de Zé Dirceu não teriam progredido se ele não fosse o ministro, mas isso não é crime, poderíamos chamar de falta de ética, infidelidade partidária, já que a sociedade não aceita isso, mas repito, isso não é crime, caso contrário grande parte dos políticos estariam condenados.

A Atuação do juiz Sérgio Moro, conforme previsto no Código de Direito Civil, é passível de argüição de  suspeição na chefia da operação Lava Jato pelo fato de a advogada, sua esposa, trabalhar para o PSDB e para empresas de petróleo estrangeiras, concorrentes diretas da Petrobrás. Isto no mínimo é antiético, a sociedade também não aceitaria isso! Ainda mais que o PSDB, que contrata sua esposa, é protegido na operação Lava Jato. E as empresas de petróleo estrangeiras são as possíveis beneficiadas nessa operação pois são concorrentes da Petrobrás. Com isso não se quer condenar o juiz Sérgio Moro mas afastá-lo do processo por interesses familiares na operação. Para Zé Dirceu ficaria nossa reprovação mas condená-lo e prendê-lo é demais!
Aliás, Jesus Cristo, quando enfrentou a multidão enfurecida em defesa da prostituta Maria madalena, deixou um grande recado para humanidade: “Quem nunca pecou, que atire a primeira pedra!”  

Aliás, a Petrobrás está parando por conta dessa investigação, que parece ir além da prisão de corruptos e corruptores. A sociedade aplaude a prisão de corruptos, mas a Petrobrás tem que ter continuidade, posto que é a principal impulsionadora de nossa economia.

Não podemos aceitar a seletividade em nenhuma investigação de corrupção e nem vingança pessoal contra quem quer que seja. Estão jogando a água suja da bacia junto com o bebê!

Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). 

Rio de Janeiro, 02 de setembro de 2015 

OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

         





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