terça-feira, 21 de julho de 2015

Sérgio Moro finalmente toma juízo

por Emanuel Cancella

Foi preciso que muitos trabalhadores perdessem seus empregos, que muitos juristas, trabalhadores e outras autoridades protestassem para que o juiz Sérgio Moro agora admita os contratos de leniência. Pelo acordo, mesmo os responsáveis pelas empresas respondendo processo, ou mesmo preso, a sua empresa continua a funcionar, principalmente para manter os postos de trabalho, pratica rotineira no mundo. O juiz Moro estudou nos EUA, onde se pratica esse contrato e sabe da importância social dele.

Lamentável a demora da operação para admitir esses contratos o que fez muitos inocentes perderem seus empregos. Agora o mais lamentável é a postura dos procuradores, Carlos Fernando de Lima e  Deltan Dallagnol: "A depender do modo de celebração desse tipo de acordo (com a CGU), ele pode ser prejudicial ao interesse público", disse Dallagnol. "Embora legítima a preocupação do governo com consequências econômicas e sociais, a maior preocupação deve ser com as consequências econômicas e sociais da corrupção praticada e em desenvolvimento", afirmou.

É preciso que esses procuradores e a sociedade saibam que quem sancionou a lei da Delação Premiada foi a presidente Dilma, base de praticamente toda a operação Lava Jato. A presidenta sempre veio a público apoiar as investigações. E pela primeira vez corruptos e corruptores estão indo para a cadeia e o dinheiro da corrupção está voltando aos cofres públicos.
Agora o que não dá para entender é que esses procuradores que são duros com os trabalhadores. “A CGU foi feita para controlar corrupção de funcionários públicos, não para ser a salvadora do emprego. Se o governo quer criar um PROER, que faça no lugar certo, que é o Congresso” afirmou Lima. O desprezo pelo emprego dos trabalhadores por parte desses procuradores é chocante.
O que causa espanto é que esses procuradores fizeram parte do grupo conhecido como “Tuiuiús” eles combateram no governo do PSDB de Fernando Henrique Cardoso - FHC o então Procurador Geral da República - PGR, Geraldo Brindeiro, na época conhecido pela imprensa, como Engavetador Geral da República.
Estranho que esses procuradores que combateram o PGR no governo tucano de FHC, que jogam duro com os trabalhadores na operação Lava Jato, que prendem empresários e políticos de vários partidos, se omitam em relação aos ex governadores de Minas Gerais, tucanos, citados em delação premiada no Lava Jato, Aécio Neves e Antonio Anastasia. 

Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).

Rio de Janeiro, 21 de julho de 2015


          




Nenhum comentário:

Postar um comentário