quinta-feira, 30 de julho de 2015

GM ignora a crise e investe R$ 13 bi no Brasil para trocar toda linha

por GGN - Luis Nassif

O dia em que a maldição do sintagma zicado rendeu um paradigma errado, por Madrasta

do Objetivando Disponibilizar
por Madrasta do Texto Ruim
(Este post tem o patrocínio intelectual de Ferdinand de Saussure, o dicotômico.)
Eu já expliquei aqui o que é sintagma. Se você perdeu, o spoiler: é o nome técnico que se dá à mínima unidade de compreensão de um texto. Em linguagem vulgar, sintagma é chamado de expressão – ou, como preferiu o Britto, do Tijolaçobordão. Ele pode ser composto só de nomes, e recebe o nome de sintagma nominal; pode ser composto de verbo(s), e chama-se (adivinha?) sintagma verbal (RÁ! Ixpertão! )
Pois bem. Voltei a falar do sintagma por causa do Pablo Villaça, que em seu Facebook provou que geral nazimprensa tá abusando do direito de escrever o sintagma “apesar da crise” (Não dá pra chamar de nominal, porque “apesar” é conjunção. Mas deixa pra lá isso não vem ao caso). Se você jogar no Google “apesar da crise”, vai entend… ah, clica no link aí de cima e lê o texto do Pablo porque é muito legal!
Então nossa história começa com geral nazimprensa se dando conta de que “apesar da crise” tava ficando meio ridículo. O sintagma zicou, por assim dizer. O que fazer? Ah, vamos brincar de paradigma!
Pausa número dois pra explicar o que é um paradigma linguístico. Vamos partir do sintagma, que nos dá uma linha de ação. Apesar da crise, por exemplo, é um sintagma composto da seguinte forma:
apesar    da    crise
[Conjunção + preposição + substantivo]
O paradigma é o lance que mostra ser possível você fazer combinações de outras palavras dentro dessa mesma fórmula, e obter outros sintagmas, como é o caso de:
Mesmo com crise
[conjunção + preposição + substantivo]
Então, voltando à história do sintagma zicado. Apesar da crise deu BO, geral brincou de paradigma: mesmo com criseainda que haja crise, etcetcetc. Percebam vocês que a estrutura e a ideia passada pelos novos sintagmas manteve-se a mesma, certo?
Pois é.
Até a hora em que o UOL pesou a mão na brincadeira do paradigma. Saiu da fórmula conjunção + preposição + substantivo e trocou essa fórmula por uma oração inteira (sujeito + verbo + objeto): GM ignora crise.
Seguinte, amiguinhos: cês conseguiram alterar o sentido do apesardacrise zicado. Esse GMignoracrise não tá ornando. Sugiro trocarem por em meio à crise – mas pelo amor de Nossa Senhora dos Contextos, me craseiem esse a! Ele pede conexão e especificação!!
(Ou isso ou vocês doem essa matéria pra sair na Folha de amanhã. Esse texto tá A CA RA da Folha!)

Tags


Nenhum comentário:

Postar um comentário