sexta-feira, 19 de junho de 2015

Onde está a corrupção no Brasil?

por Emanuel Cancella
O Brasil está longe de ser o país mais corrupto do mundo, até porque aqui nunca existiram os “Paraísos Fiscais”, como os existentes ligados aos países ricos como os EUA e Inglaterra, onde os maiores bandidos do mundo, como traficantes, corruptos, mafiosos, etc. vão depositar suas fortunas. Também nunca o Brasil permitiu o uso de contas numeradas de bancos que possibilitariam a lavagem de dinheiro.
E agora, pela primeira vez, corruptos e corruptores estão indo para a cadeia e seus bens estão sendo confiscados, como na Petrobrás, a maior empresa do país, que está sendo investigada há mais de um ano pela operação Lava Jato. No ranking mundial da Transparência Internacional, o Brasil é o 69º entre 175 países. Não devemos comemorar, mas estamos longe de ser o país mais corrupto.
Os trabalhadores brasileiros, com certeza, são exemplos de correção e lisura pagando seus impostos na fonte de rendimento. Se cometerem qualquer deslize na declaração do imposto de renda, caem na malha fina da Receita  e estão sujeito a punição. Sem contar que recebem, de forma injusta, toda carga indireta nos preços dos produtos e na contratação de serviços, nos quais os empresários repassam no preço final toda a carga tributária.
Onde estaria a sonegação e a corrupção no país? A Receita Federal aponta os empresários e banqueiros como os maiores sonegadores de impostos no país,  justamente os poderosos que vivem alardeando, através da mídia, que a carga tributária do Brasil é a maior do mundo, utilizando até mecanismo como o “Impostômetro”, aparelho que mede por minuto o quanto os brasileiros pagam de imposto. Agora descobrimos onde está o filão da corrupção, que envolve os  grandes empresários, inclusive os da área de comunicação, principalmente a Globo, que estão envolvidos em escândalos como Swssleaks, com conta na Suíça, no banco HSBC, para lavagem de dinheiro. E também o Zelotes, onde fiscais da receita corruptos negociam “deságios” nas multas aplicadas a grandes empresas e grandes negócios.
São aquelas multas, por exemplo, aplicadas pelo Procon, Ministério Público e agências reguladoras por desrespeito ao consumidor ou pelos péssimos serviços prestados,  ou má qualidade dos produtos e serviços? Pois é, essas multas agora descobrimos são para “inglês ver”.
No padrão Fifa de corrupção, é um absurdo não investigar a Globo que sempre teve o monopólio das transmissões esportivas. Resta saber se nossas instituições vão apurar com rigor esses escândalos, principalmente o Swssleaks, o Zelote e a Fifa, e aí, quem sabe poderemos melhorar no ranking da Transparência Mundial?         

Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).

Rio de Janeiro, 19 de junho de 2015








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