terça-feira, 19 de maio de 2015

Janio: inimigos da Petrobras perderam batalha, mas segue a guerra pelo petróleo

Tijolaço - 19 de maio de 2015 | 08:47 Autor: Fernando Brito

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O mestre Janio de Freitas publica hoje, com a habitual coragem de ir na contramão do entreguismo dominante em nossa mídia, artigo que, de forma muito mais talentosa que este blog o fez, analisa a derrota dos inimigos da independência econômica do Brasil com o bom resultado apresentado pela Petrobras.
Importante notar que a causa que os move é tão imoral e lesa-pátria que precisa ser travestida em “defender enriquecimento maior e mais rápido do país”, como escreve Janio.
O discurso dos que não creem no Brasil é sempre este: não temos dinheiro, não temos capacidade, não temos gestão.
A presença de gatunos dentro da empresa, de maneira descarada, é usada como argumento para sua atrofia, paralisação ou, até, para que dela se amputem as maiores reservas de petróleo já descobertas no Brasil.
Com a ousada novidade, agora, de que o José Serra, o “amigo da Chevron”, chega ao ponto de alegar falta de “pessoal capacitado” numa empresa que, dias atrás, recebeu o maior prêmio de reconhecimento mundial de exploração de petróleo 0ffshore.

O bom negócio

 Janio de Freitas
O surpreendente lucro de R$ 5,3 bilhões da Petrobras nos três primeiros meses do ano, contra todas as previsões, deu um tombo na poderosa articulação para retirar dela a participação, por lei, na operação e exploração do pré-sal concedidas a outras petroleiras.
O tombo não causou danos fatais, mas trouxe duas linhas de problemas para a articulação.
A queda brutal de prestígio da Petrobras custou-lhe perda de força política e, na sua cúpula, uma perplexidade que a exauriu de autoconfiança. Em seguida aos êxitos no problemático pré-sal, de repente a Petrobras estava vulnerável. Para o objetivo de retirar-lhe a participação geral e até mesmo jazidas inteiras, era hora de atacar. E o ataque começou. Mais subterrâneo. Para efeito público, apenas aparições com a duvidosa sutileza de apenas defender enriquecimento maior e mais rápido do país.
Os resultados do primeiro trimestre mudaram essa arquitetura da situação. Ao lucro surpreendente juntou-se a surpresa do aumento de 10,7% na produção de petróleo. Desde o final da semana passada, a Petrobras, com toda a certeza, conta outra vez com prestígio e com a decorrente força política em medida bastante para resistir, e ter quem a defenda de investidas ambiciosas.
A confusão difundida entre a bandidagem de alguns dirigentes e a própria empresa paralisou os segmentos que sempre estiveram com a Petrobras, em sua guerra já de mais de 70 anos. Entre os efeitos do primeiro trimestre é bastante provável a reanimação dessas forças organizadas para contrapor-se a ações de redução da Petrobras.
Mesmo sob novas condições, o assédio à empresa e, em particular, ao seu pré-sal vai continuar. Com a conquista do Ministério de Minas e Energia, cujo ministro Eduardo Braga já se manifestou pela reversão de direitos da Petrobras no pré-sal, e com atitudes no Congresso. Onde José Serra propõe ao Senado um projeto que retira da Petrobras, explicita e drasticamente, a presença em concessões do pré-sal a outros.
Em entrevista à GloboNews, José Serra juntou, àquele argumento lembrado lá atrás, um de sua lavra que parece até ofensivo à Petrobras. Disse ele que a empresa nem dispõe de quadro funcional para a atividade que a lei lhe confere no pré-sal. Mas o corpo técnico da Petrobras é considerado o mais competente no mundo para exploração em ação profundas. Uma ligeira ideia disso: no pré-sal, os técnicos da Petrobras fazem extração até a oito quilômetros de profundidade.

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