quinta-feira, 14 de maio de 2015

A polêmica em relação aos médicos

por Emanuel Cancella

Acredito piamente no Sindicato dos Médicos do RJ e no Cremerj. E, fazendo coro com essas entidades, defendo a primeirização dos médicos, um plano de cargo decente e uma remuneração compatível com a profissão.

Agora, contrariando-os, defendo a obrigatoriedade dos médicos formados pelas universidades públicas a prestarem 2 (dois) anos  de serviço no SUS (Sistema Único de Saúde). Ora, são médicos formados com o dinheiro público e, em sua maioria, formados nas regiões Sul e Sudeste, as quais, diga-se de passagem, são as regiões mais ricas do país e esses formandos não querem trabalhar nas regiões mais pobres.

E também concordo que, na falta de médicos brasileiros,  seja feita a convocação de estrangeiros para trabalharem em nosso país, porém duvido que os médicos europeus queiram trabalhar nas regiões brasileiras carentes de profissionais de medicina. Duvido que um médico português, espanhol ou francês queira trabalhar no Piauí, Maranhão, Acre ou outra região pobre do país. A propósito, essas regiões pobres brasileiras dão de mil a zero em natureza e qualidade de vida, em relação à Europa. Mas são pobres e a elite européia em sua maioria não gosta de pobre.

Outro lamentável preconceito levantado nessa polêmica é contra os médicos cubanos. Cuba tem talvez a medicina mais qualificada no mundo, é referencia em vários tratamentos médicos, e não tenhamos dúvida de que gostariam muito de trabalhar no Brasil, até porque são pobres e não vão ter nenhuma dificuldade em trabalhar em região pobre e em lidar com a pobreza. Por que impedir a vinda de médicos cubanos? Isso seria uma exigência dos EUA por conta do bloqueio a Cuba?

E para finalizar, melhorar o SUS é diminuir a influência dos planos de saúde, clínicas e hospitais particulares na vida do brasileiro. E a pergunta que não quer calar: a quem interessa manter o SUS sucateado e principalmente sem médicos? 

RIO DE JANEIRO, 10 de julho de 2013

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