Corruptores

por Emanuel cancella

Um novo grande escândalo apaga o anterior: a corrupção flagrada e colocada no ar pelo Fantástico das empresas Locanty Soluções (da área de coleta de lixos), a Toesa Service (locadora de veículos), a Bella Vista Refeições Indústrias e a Rufolo Serviços Técnicos e Construções sumiu do noticiário para dar a vez ao senador Demóstenes Torres (DEM–GO) e sua prestação de serviços parlamentares, muito bem remunerados, ao contraventor Carlinhos Cachoeira do ramo de máquinas cassa-níqueis.

Faltam ao Brasil mecanismos que vão além do corrupto e pegue o corruptor, até porque um não vive sem o outro. No caso das empresas, existe uma lei parada no Congresso Nacional para, com base no faturamento, multá-las e impedi-las de participação em licitações futuras. Além disso, essas empresas corruptas têm responsáveis com identidades e CPF’s, a criminalização tem que chegar a eles com o mesmo rigor.

Caso contrário, essas empresas mudam de nome e vão continuar a praticar as mesmas sujeiras. Com relação às máquinas cassa-níqueis, a polícia é quem sempre está envolvida em parceria para permitir o funcionamento. Também esse vácuo de responsabilidade do governo e do Congresso Nacional, entre proibir ou permitir os jogos de azar, dá margem aos corruptos de farda e sem farda que se aproveitam da situação.

Se alguém quer falar sério sobre corrupção tem que exigir punição, com máximo rigor, ao corrupto e ao corruptor. Punir somente o corrupto é enganar a sociedade e proteger o personagem principal, o corruptor, sem ele não existe corrupção!


RIO DE JANEIRO, 03 de abril de 2012