por Emanuel Cancella
Os fundos de pensão se associaram para construir sondas de
perfuração para o pré-sal. Sem medo de errar, tratava-se de um dos melhores
negócios do mundo.
Pasmem: a força-tarefa da Operação Greenfield, do Ministério
Público Federal (MPF), denunciou, em 9 de setembro, 29 ex-gestores de fundos de
pensão por gestão temerária. De acordo com a denúncia, os ex-gestores causaram
um prejuízo de R$ 5,5 bilhões aos fundos de pensão: Petros (dos funcionários da
Petrobras), Funcef (da Caixa Econômica Federal), Previ (do Banco do Brasil) e
Valia (dos trabalhadores da Vale) (1).
A Sete Brasil seria responsável pela construção de sete
sondas, de um total de 28. No entanto, acabou contratada para construir as 28
(1). É difícil acreditar que investir na fabricação de sondas de perfuração
para o pré-sal possa ser considerado um negócio temerário!
Pasmem novamente: Michel Temer suspendeu os negócios da FIP
Brasil.
E não foram apenas as sondas de perfuração. Segundo os
jornalistas Luis Nassif e Miguel do Rosário, a Lava Jato destruiu a indústria
naval brasileira (8). Ou melhor: a indústria naval brasileira tinha potencial
para gerar investimentos vultosos, enorme arrecadação de impostos e empregos de
qualidade — mas isso acabou ficando para os estrangeiros!
O mais grave: os valores dos negócios da FIP Brasil Petróleo
foram transformados em "rombo" nos fundos de pensão, e os petroleiros
— mesmo sem nunca terem sido gestores desses fundos — estão pagando por isso de
forma vitalícia. Muitos têm 40% de seus salários descontados. Há casos de
petroleiros recebendo contracheques zerados. Até 2019, dez petroleiros já
haviam cometido suicídio (5, 6, 7).
E tudo isso ocorre mesmo com a Petrobras batendo recordes de
lucro, distribuindo dividendos extraordinários aos acionistas — frutos do
trabalho da categoria!
Em 25/09/25: o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou
que o fundo de pensão da Petrobras (Petros) tem 30 dias para explicar a
aplicação de R$ 53,03 milhões no “FIP Brasil Petróleo I”. A Petros precisa
calcular o dano do investimento realizado entre 2012 e 2019 (2).
Mais estranho ainda é que o ex-ministro Paulo Guedes,
enquanto assessor de Bolsonaro, tenha causado um rombo bilionário nos fundos de
pensão, inclusive na Petros — e a Operação Greenfield, que investiga esses
fundos, não tenha ordenado sua prisão. O ex-ministro não paga absolutamente
nada pelo rombo que causou. Muito pelo contrário: foi premiado com o Ministério
da Economia por Bolsonaro (3)!
Em Tempo: estou suspenso no Facebook por que segundo eles
minha matéria não contempla interesses de sua comunidade. Recorri ao MPF,
entendo que qualquer materia não pode ferir a CF de 88, quanto ao interesse da
comunidade estou me lixando (4)!
4 - https://emanuelcancella.blogspot.com/2024/09/emanuel-cancella-denuncia-ao-mpf-do.html
5 -
https://diariodopoder.com.br/politica/equacionamento-do-petros-faz-beneficiarios-pagarem-ate-40-do-salario
6 -
https://7www.diariodocentrodomundo.com.br/assedio-dor-e-suicidio-o-inferno-dos-petroleiros-que-dedicaram-a-vida-a-petrobras-por-pedro-zambarda/
8 - https://www.ocafezinho.com/2017/04/03/lava-jato-destruiu-industria-naval-brasileira/
Rio de Janeiro 25 de setembro de 2025.
Em tempo, se você quiser e puder me ajudar, faça um depósito
diretamente na conta de uma dessas entidades filantrópicas, podendo abater no
imposto de renda, elas estão listadas em
http://emanuelcancella.blogspot.com/2020/07/aviso-importante.html
Pode ajudar por pix, é o que estou fazendo. No RJ, pode
solicitar a presença de um mensageiro que irão buscar a doação.
Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, em abril de 2023,
pós graduado em Direito Constitucional, pela Universidade Pitágoras Unopar
Anhanguera.
Ex-presidente do Sindipetro-RJ, fundador e ex diretor
do Comando Nacional dos Petroleiros, da FUP e fundador e coordenador da FNP ,
ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese, sendo também autor do livro “A Outra
Face de Sérgio Moro” que pode ser adquirido em: https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1519072214-livro-a-outra-face-de-sergio-moro/
(Esse relato pode ser reproduzido livremente)
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