sábado, 9 de abril de 2011

BARACK OBAMA DE OLHO NO NOSSO PRÉ-SAL

por Emanuel Cancella


Temos que deixar de ser fornecedores de matéria prima para o mundo


O presidente dos Estados Unidos esteve no Brasil recentemente tentando convencer nossa presidenta a vender petróleo para seu país e agora, mesmo dos EUA, envia recados insistentes demonstrado imenso interesse no nosso pré-sal.


Aqui no Brasil também os recados são permanentes: crianças morrendo por falta de nutrição; o caos na saúde pública, decadência do SUS, e avanço acelerado dos planos de saúde, além das crianças os velhos morrem sem atendimento;


sucessivas catástrofes climáticas, principalmente por conta das chuvas destruindo moradias e matando nossa gente, existe no Brasil um déficit habitacional de cerca de dez milhões de moradias.


A educação grita nas ruas suas deficiências, no Rio de Janeiro o piso de uma professora é de R$ 600,00. O governo, num grande esforço, vive criando programas para incluir jovens nas universidades. Não temos escolas técnicas suficientes para formar profissionais para atender à demanda do mercado em nosso país em crescimento. Talvez o recado mais contundente no campo da educação seja o da qualidade do ensino.


Das rodovias, principalmente em época de chuva, vem o recado do estado lastimável das pistas. A movimentação é lenta nas estradas. Os buracos nas pistas danificam nossos automóveis e caminhões, dificultando o escoamento da produção e resultando no frete cada vez mais caro. O transporte no país é caótico seja nas capitais e também nas grandes cidades do país. Precisamos mudar a matriz dos transportes principalmente com foco nos transporte sobre trilhos.


Outro recado importante vem do campo: continua em nosso país o êxodo rural, trabalhadores vão para os grandes centros em busca de oportunidades. O pequeno produtor rural não tem para quem vender suas mercadorias e muitos abandonam suas propriedades e juntos com a família vão para as grandes capitais. O destino dessas famílias na maioria dos casos é a favela. Precisamos fazer a reforma agrária, transformar nosso pais num grande produtor de alimentos, levar todos os serviços públicos para o interior no intuito de fixar nosso povo na terra.


Outro recado da maior relevância vem dos ambientalistas, precisamos combater o aquecimento global. Investir maciçamente em energias mais limpas e renováveis. O Brasil pode ser exemplo no mundo na mudança da matriz energética, investindo pesado na geração de energia eólica, hidráulica, solar e na biomassa. Com isso diminuiria a presença do hidrocarboneto em nossa matriz energética.


Outro recado que vem das áreas mais pobres de nossa gente: o do preço dos

transportes, em São Paulo a população protesta contra o aumento do metrô. Com certeza que isso pesa muito no orçamento familiar. Por outro lado em algumas regiões, nas mais pobres do país, as famílias voltam a cozinhar com lenha, elas não conseguem pagar o preço do botijão de gás. O governo tem que subsidiar fortemente o transporte coletivo de massas, financiar o passe livre para os estudantes e subsidiar o gás de cozinha.


A presidente Dilma vai ter que decidir entre os apelos do presidente dos Estados Unidos e a necessidade de nosso povo. Os EUA precisam de petróleo, pois seu país só possui reservas para três anos e o que torna mais grave a situação energética dos EUA são os levantes nos países árabes, seus grandes fornecedores de petróleo que acabam prejudicando a exportação. O Brasil já é auto-suficiente na produção de petróleo. Entendemos que o pré-sal tem que ser produzido para financiar nossas necessidades internas que não são poucas. O petróleo, diferente das outras energias, não se renova e dependendo do ritmo de produção ele se esgota mais rápido ou tem sua vida prolongada. O Brasil tem que parar de ser fornecedor de matéria prima para o mundo. O petróleo, além dos vários combustíveis, é responsável por mais de 80 mil produtos petroquímicos. Temos que deixar de ser fornecedores de matéria prima para o mundo como sempre fomos e exportar produtos com valor agregado, gerando emprego e renda para nosso Brasil!



RIO DE JANEIRO, 01 de abril de 2011

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