terça-feira, 26 de janeiro de 2021

A dor é minha e das famílias, mas a vergonha é nacional. Recado da viúva da P-36 a FHC, que privatizou a Vale!

por Emanuel Cancella

Veja o vídeo desta matéria em: https://www.youtube.com/watch?v=K2fTCEIYApQ

  Em 15/03/2002, no dia que completou um ano do desastre da P-36, viúvas dos 11 mortos no acidente da P-36 fizeram um ato na porta trancada da sede da Petrobrás, no Rio, com apoio do Sindipetro-NF e RJ, com o título: “P-36 – Você esqueceu, nós não!”.

O momento de maior emoção foi quando Ivanir Azevedo, viúva de Ernesto Azevedo Couto, leu um poema: A dor é minha e das famílias, mas a vergonha é nacional (2). 

  Até então o presidente da Petrobrás, Henri Philippe Reichstul,  indicado por FHC não recebia as viúvas de P-36 e fechava os portões da sede da Petrobrás para não permitir suas  entradas.   

Num dos primeiros atos de sua gestão, em 2003, o saudoso Eduardo Dutra, ex- senador do PT e presidente da Petrobrás, indicado pelo ex presidente Luiz Inacio Lula da Silva, convidou o representante do Sindipetro-RJ para ir ao ato na sede da Petrobrás, onde a Empresa, pela primeira vez, receberia as viúvas de P-36. 

Então, como representante do Sindipetro-RJ, fui à cerimônia na sede da Petrobrás. Foi uma das sextas-feiras mais alegre e triste de minha vida. Alegria pelo convite ao Sindicato que eu representava e tristeza pelo depoimento das vítimas: confesso que chorei!

Aqueles 11 homens foram verdadeiros heróis, pois membros da brigada de incêndio, morreram indo ao local da primeira explosão na P-36 para tentar debelar o incêndio. Nos depoimentos das viúvas e filhos, ficava claro o amor e dedicação que aqueles homens tinham pela Petrobrás.     

A Petrobrás ofereceu às vitimas, hum milhão de reais de indenização para cada família, a pensão da Petros às viúvas e o custeio da educação dos filhos das vítimas até o 3º grau.   Somente uma das 11 viúvas não aceitou o acordo, e buscou na justiça outro acordo, exercendo seu legítimo direito.  

 

Acidente na Vale - Nos dois anos do acidente em Brumadinho, familiares fazem ato em memória das 272 vidas interrompidas, que não contam os bebês que estavam na barriga das mães.   

O ato, organizado pela “Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão (Avabrum)”,  foi realizado no dia 25, segunda, em Belo Horizonte. Na noite desse domingo (24), cerca de cem carros fizeram um protesto pelas principais ruas de Brumadinho para pedir justiça aos trabalhadores e moradores que perderam a vida. 

Dor que não passa: 

“A técnica em química Naiara Porto, de 29 anos, que perdeu o companheiro, o operador de empilhadeira Everton Lopes, de 32, contou que a dor pela perda não passa. "Estamos agarrados ao dia 25", disse. Segundo ela, os familiares querem justiça.

"Apesar de dinheiro não pagar a vida dele, a Vale não acertou com a gente a multa de 40%. Eles falam que acidente de trabalho é considerado como se a pessoa tivesse pedido conta, mas meu marido não pediu demissão: ele foi assassinado", relatou Naiara, que atua no conselho fiscal da Avabrum” "Eles sabiam que a barragem ia romper, só não sabiam quando. A Vale faz uma propaganda muito linda da reparação, que não condiz com a realidade", finalizou.(3). 

O acidente da Vale em Mariana e Brumadinho ceifou 289 vidas, uma tragédia anunciada, pois outras, diante do descaso da Vale privatizada e das autoridades, poderão advir.

O acidente ambiental de Mariana e Brumadinho são considerados um dos maiores no mundo.

Além das 289 mortes, sabe-se que a “venda” da Vale por FHC foi uma delapidação ao patrimônio público o preço R$ 3.3 BI, quando só em reservas minerais possuía mais de R$100 BI (4,5).    

Quase 20 anos depois, a frase da viúva Ivanir Azevedo, na porta da sede da Petrobrás, encaixa como uma luva no acidente da Vale: A dor é minha e das famílias, mas a vergonha é nacional. 

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Fonte: 1 - https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2021/01/familias-fazem-protesto-nos-dois-anos-do-desastre-em-brumadinho-pelas-272-vidas-interrompidas.shtml

2 - https://www.folhadelondrina.com.br/geral/viuvas-da-p-36-protestam-em-frente-a-petrobras-386987.html

3 - https://www.hojeemdia.com.br/horizontes/trag%C3%A9dia-de-brumadinho-completa-2-anos-com-homenagens-%C3%A0s-v%C3%ADtimas-veja-programa%C3%A7%C3%A3o-1.821874

4 - https://www.brasildefato.com.br/2017/05/07/venda-da-vale-completa-20-anos-e-foi-um-dos-maiores-crimes-cometidos-contra-o-brasil

5 - https://tvbrasil.ebc.com.br/caminhos-da-reportagem/2020/01/brumadinho-e-mariana-dor-que-nao-passa#:~:text=Nos%20n%C3%BAmeros%20oficiais%2C%20s%C3%A3o%20270,o%20n%C3%BAmero%20de%20272%20mortos.

 

Rio de Janeiro 26 de janeiro de 2021.

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Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente do Sindipetro-RJ, fundador e ex diretor do Comando Nacional dos Petroleiros, da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese, sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro” que pode ser adquirido em: https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1163280532-livro-a-outra-face-de-sergio-moro-_JM?quantity=1.

 (Esse relato pode ser reproduzido livremente) 

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