terça-feira, 9 de junho de 2020

A direção da Petrobrás quer matar os petroleiros e a FUP, FNP e Aepet querem estuprar mas, mesmo assim, vou acompanhar o Sindicato! Vale a Pena Ver de Novo, matéria de 05/03/2020.



por Emanuel Cancella

Veja o vídeo desta matéria em: https://www.youtube.com/watch?v=ZqGXTAZ_aJU

Emanuel Cancella: A direção da Petrobrás quer matar os petroleiros ...

Quando foi apresentada, pela 1ª vez, a proposta para cobrir o rombo na Petros, em assembléia, no Sindipetro-RJ, eu falei no microfone, na assembléia dos aposentados, gravada:
“A Petrobrás quer me matar e os sindicatos me estuprar, mas mesmo assim vou acompanhar o Sindicato”. Estou agora revendo minha posição em acompanhar o Sindicato.

O fato é que foi criado o “Forum Petros”, onde se juntaram FUP, FNP, Aepet, Federação dos Marítimos e várias associações de aposentados petroleiros, para discutir os problemas da Petros. O principal deles é um rombo fictício, já que não existe perícia que comprove o tal rombo.
Não sei se o mesmo acontece em todos os Fundos de Pensão das Estatais ou em grande parte deles.

Então a Petros começou unilateralmente a descontar, no mínimo 13% dos salários dos petroleiros, ativos e aposentados, e por 18 anos.
Então todos os sindicatos de petroleiros, em nome dos trabalhadores, entraram na Justiça, inclusive a Aepet, e ganhamos várias liminares que suspenderam os descontos.

Entretanto o presidente do STJ, ministro João Otávio de Noronha, em decisão monocrática, cassou todas as liminares e impediu novas ações (1).
Agora o Fundo Petros, do qual fazem parte FUP, FNP e Aepet querem convalidar esse desconto, denominado PED (Plano de Equacionamento de Déficit). Sendo que, ao aceitar essa proposta, os sindicatos não poderão mais questionar esses descontos em ação coletiva, somente cabendo ações individuais.  

Essa história de corrupção nos fundos de pensão, inclusive na Petros, é a mesma na Petrobrás. Na verdade, usam o engodo do tal combate à corrupção para destruir as grandes empresas brasileiras e seus trabalhadores, privilegiando as multinacionais.

Na Petrobrás essa manobra foi encabeçada pela lava Jato, chefiada então pelo juiz Sérgio Moro, e nos fundos de pensão pela operação Greenfield.

Basta verificar que, enquanto os petroleiros, ativos e aposentados, estão adoecendo, muitos se suicidando, por conta principalmente dos descontos e da pecha de corruptos, os principais ladrões da Petrobrás, presos pela Lava Jato, estranhamente estão em suas casas, verdadeiros clubes de lazer construídos com dinheiro da roubalheira (3).

Dentre eles, o ex-diretor Paulo Roberto Costa; o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado; o tesoureiro do PMDB, Fernando Baiano, e o doleiro Alberto Youssef (2). 

Outro protegido é Paulo Guedes, que, enquanto ainda era assessor de Bolsonaro, formou uma quadrilha junto com seu assessor, Esteves Colnago e outros, dando rombo de R$ 6.5 BI nos fundos de pensão das estatais, inclusive na Petros.

Mesmo depois disso, com as bênçãos da Lava Jato e da Greenfied, Paulo Guedes foi alçado a ministro da Economia de Bolsonaro, não foi preso e nem está pagando pelo rombo que realmente deu (4,5).

Já os petroleiros, ativos e aposentados, mesmo sem nunca terem sido gestores da Petros, estão pagando pelo rombo que não deram.  

Vale lembrar que a Lava Jato, então chefiada pelo juiz Sérgio Moro, prendeu 20 pessoas por suspeita de superfaturamento nas obras de construção da sede da Petrobrás na Bahia, com dinheiro da Petros (6). Segundo a própria Lava Jato, trata-se somente de suspeita, mas mesmo assim prendeu e acusa a direção do PT (6). Na legislação brasileira, todo cidadão é inocente até que se prove o contrário.

A FT Greenfield protocolou nova denúncia contra 29 pessoas responsáveis pela gestão dos fundos de pensão Petros, Funcef, Previ e Valia.
Elas são acusadas de gestão temerária na aprovação de investimento no Fundo de Investimentos e Participações (FIP) Sondas – veículo de investimentos da empresa Sete Brasil Participações.

Entre os acusados na Petros estão companheiros da FUP/FNP/Aepet. Esses companheiros são inocentes, até que se prove o contrário.   

A Lava Jato e Greenfield, que criminalizam os trabalhadores ligados aos fundos de pensão, denunciando e prendendo sem provas, é a mesma que se omite criminosamente em relação ao ministro Paulo Guedes.

E o pior, Paulo Guedes roubou o fundo de pensão dos trabalhadores e, com a privatização, vai tirar ainda seus empregos, como fez na BR Distribuidora. 
  
Jamais colocaria em dúvida a idoneidade da FUP/FNP e Aepet, mas apoiar o PED, seja ele assassino ou não, é um erro, creio.

 A toda hora, a direção da Empresa age criminosamente e unilateralmente, como na BR Distribuidora, onde   os trabalhadores são obrigados a aceitar a diminuição dos salários, caso contrário, são demitidos (7).

Se a direção Petrobrás/Petros, por conta de rombo, quer punir os petroleiros ativos e aposentados, sem qualquer prova, que o faça unilateralmente, mas sabendo do nosso protesto, ou seja, a FUP, FNP e Aepet não podem concordar com isso.


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Rio de Janeiro 05 de março  de 2020.


Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente do Sindipetro-RJ, fundador e ex diretor do Comando Nacional dos Petroleiros, da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese, sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro” que pode ser adquirido em: https://produto.mercadolivre.com.br/MLB-1163280532-livro-a-outra-face-de-sergio-moro-_JM?quantity=1.

OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

(Esse relato pode ser reproduzido livremente)

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