quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Cadê os petroleiros que barraram a Privataria Tucana?

por Emanuel Cancella

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FHC, na década de 90 para implantar o neoliberalismo no Brasil, sabia que teria que enfrentar os petroleiros. FHC imitava a Dama de Ferro, Margaret Thatcher, que, para implantar as políticas neoliberais na Inglaterra, precisava enfrentar os trabalhadores mineiros, considerados a categoria mais forte entre os trabalhadores ingleses. Margaret derrotou-os  financiando uma greve, de mais de ano, contra os operários das minas.

No Brasil, os petroleiros, unidos numa única federação, depois de uma greve de 32 dias e com apoio da sociedade civil organizada, impuseram uma derrota fragorosa aos tucanos. Na época, a palavra de ordem era “Somos todos petroleiros”

Barramos parte das privatizações principalmente a da Petrobrás, não deixamos trocar o nome da Empresa para Petrobrax. FHC conseguiu quebrar o monopólio estatal do Petróleo. Derrotado na privatização, FHC ainda dividiu a companhia em Unidades de Negócios para vendê-la fatiada. Os tucanos venderam somente 30% da refinaria do su, Refapl; anos depois, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva a recomprou.   

Hoje a categoria petroleira está dividida em duas federações, FUP e FNP, e essa divisão persiste  mesmo diante do atual quadro de destruição criminosa da Petrobrás. Eu fui um dos que abandonou a FUP e participei da criação da FNP, mas por motivos pontuais. Entretanto sempre achei e acho que, em questões fundamentais, como a defesa da Petrobrás, deveríamos estar unidos.

Fica claro que o juiz Moro é o cabeça do desmonte da Petrobrás. E se isso não ficou transparente para a categoria petroleira é devido à omissão tanto da Federação Nacional dos Petroleiros- FNP, como da Federação Única dos Petroleiros – FUP, já que não tiveram ainda a coragem de apontar Moro como o grande articulador do desmonte da Petrobrás.

Os artigos que existem na página eletrônica do Sindipetro-RJ e da FNP contra Moro são somente de minha autoria. Nas duas entidades o espaço era livre, não somente a direção, como a base, tinha direito de expor suas ideias. Não acredito hoje, que no Sindipetro-RJ e no Sindipetro- AL/SE exista essa liberdade.

FUP e FNP se limitam a criticar a Lava Jato e nada falam de Moro.

Até entendo a preocupação, dada a truculência do Moro, que pessoalmente pediu ao MP para que eu, enquanto Coordenador da FNP, fosse intimado por criticá-lo. Mas o momento exige instinto de luta!

Aliada a essa omissão, há também a presença do PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado), compondo a FNP e presente em dois sindicatos poderosos da FNP, RJ e SE/AL, que  defende Moro e a Lava Jato.

O PSTU diz mais, já que afirma que não teve golpe no Brasil e concorda com Moro e Pedro Lalau Parente, de que tudo de ruim no país e na Petrobrás é culpa do PT, Lula e Dilma. Inclusive o PSTU é a favor da prisão de Lula, mesmo sem provas (1).      

Enquanto FNP e FUP não se unirem nesta luta contra o governo ilegítimo e apontarem o juiz Moro como um dos principais articuladores do golpe e do desmonte da Petrobrás, a categoria petroleira vai ficar inerte.


E a sociedade vai continuar perguntando: Cadê os petroleiros?
Fonte:

Rio de Janeiro, 09 de agosto de 2017. 

Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300, ex-presidente do Sindipetro-RJ, fundador e ex diretor do Comando Nacional dos Petroleiros, da FUP e fundador e coordenador da FNP , ex-diretor Sindical e Nacional do Dieese, sendo também autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro” que pode ser adquirido em: http://emanuelcancella.blogspot.com.br/2017/07/a-outra-face-de-sergio-moro-pontos-de.html.

OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

(Esse relato pode ser reproduzido livremente)

Meus endereços eletrônicos:
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