por Emanuel Cancella

Num país onde o direito de resposta não
existe, um juiz de primeira instância, como o chefe da Lava Jato, usa e abusa
do crime de vazamentos seletivos. Moro diz que investigar vazamentos é
como 'caça a fantasmas'. Se Moro não contasse com a cumplicidade do
judiciário, MPF e mídia ele já teria sido afastado há muito tempo da operação.
Isso porque esses vazamentos
reiterados, sem que se descubram autoria, é um pleno atestado de incompetência;
em qualquer outra atividade pública ou nessas circunstâncias, o responsável é sempre
o mandatário, pois mesmo que o chefe não tenha cometido o crime pessoalmente
ele tem a obrigação funcional de evitar que as irregularidades sejam repetidas.
Vazamento de delação ou de
processo sigiloso é crime e a Lava Jato tornou isso uma prática recorrente e
nada acontece.
No Brasil da Lava Jato e dos
vazamentos seletivos, foi extirpada, de nossa legislação, a presunção de
inocência, a máxima de que todos são inocentes até que se prove o contrário.
Pior é que parte da sociedade age
como se não tivesse nada a ver, não mexeram comigo, até ser atingido
pessoalmente. Nessas horas é importante lembrar do poema de Bertolt Brecht :
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário (...).
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário (...).
Muito suspeito nas ações do juiz Sérgio
Moro é que nunca existiu, na ordem jurídica do país, um magistrado de primeira
instância com esse poder!
Na verdade o juiz Moro ele não
tem essa prerrogativa, para absurdos, tais como:
_ grampear o telefonema do
ex-presidente Lula para a presidenta Dilma;
- Fazer acordos internacionais: “Moro
confessa que tem “acordo de cooperação” com EUA, mas que não iria falar
disso (1)”
_ Convocar promotores
estadunidenses para investigar a Petrobrás e mandar os corruptos da Petrobrás
aos tribunais americanos para testemunhar contra a Petrobrás e o Brasil.
Contra nosso país numa tese que vai resultar em multas astronômicas e que
o mundo do petróleo sabe que é falsa.
A tese dos tribunais
americanos é de que a queda das ações da Petrobrás foi por conta da corrupção.
Na geopolítica de petróleo é fato que a queda das ações de todas as empresas de
petróleo do mundo, incluindo a Petrobrás, foi o conluio entre os EUA e a Arábia
Saudita que aumentou a oferta de petróleo no mercado o que fez o preço
despencar de U$ 130 para U$ 30. E Moro explicitamente colabora com essa tese em
prejuízo da Petrobrás fortalecendo os tribunais americanos.
Fica claro que a missão de Moro e
da lava Jato não é somente o combate à corrupção. É muito mais, a missão é
enfraquecer a Petrobrás para entregá-la aos gringos.
Se Moro combatesse corrupção jamais
seria aliado do governo golpista de Michel Temer. Isso porque permite a entrega
criminosa do nosso petróleo e de ativos públicos que está acontecendo na
Petrobrás, agora no governo golpista e também quando Moro tenta encobrir o desvio
de conduta de Temer, que agora vem à baila .
Muito bem explicitado esse conluio
entre Temer e Moro está na publicação do site Tijolaço:
Foi essa situação,
chocante e escusa, da qual Sérgio Moro protegeu o Sr. Michel Temer ao vetar a
pergunta de número 34 da lista de questões feitas por Eduardo Cunha a ele, que
transcrevo, literalmente:
34-“Vossa Excelência
tem conhecimento se houve alguma reunião sua com fornecedores da área
internacional da Petrobrás com vistas à doação de campanha para as eleições de
2010, no seu escritório político na Avenida Antônio Batuíra, nº 470, em São
Paulo/SP, juntamente com João Augusto Henriques?”
Pois agora surge a
informação precisa desta reunião: foi neste endereço, no dia 15 de julho de
2010, às 11h30. Não é preciso muito esforço, está na lista telefônica que ali é
o escritório de Michel Elias Lulia Temer, telefone 3816-39XX”
As ações do juiz Moro não acabam com a
corrupção, mas destroem a Petrobrás e a economia nacional, talvez por
isso que ele seja tão premiado pelos principais interessados: pela Globo, que
sempre foi a favor dos ricos, poderosos e estrangeiros; como também em matérias
das principais revistas estadunidenses como a Forbes e Time. Claro, os
americanos estão enlouquecidos atrás do petróleo alheio, pois só tem estoque
para uns três anos e fazem guerra e derrubam governos, no mundo todo, por causa
disso.
Fica claro que esses prêmios de Moro
não foram por conta de defesa de interesses brasileiros.
Rio de Janeiro, 13 de abril de 2017.
Autor: Emanuel Cancella, OAB/RJ 75.300,
integra a coordenação do Sindipetro-RJ e da Federação Nacional dos Petroleiros
(FNP), sendo autor do livro “A Outra Face de Sérgio Moro”
OBS.: Artigo enviado para possível publicação
para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de
comunicação.
(Esse relato pode ser
reproduzido livremente)
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