por Emanuel Cancella
A mídia, principalmente a Globo, o STF, o MPF
e o Congresso Nacional são os guardiões do golpe no Brasil. Cantado em prosas e
versos, pelo mundo, e negado no Brasil.
E a ministra Rosa Weber chegou ao cúmulo do
absurdo de interpelar a ex- presidenta Dilma para explicar a palavra “golpe”
(1).
A mídia tenta o tempo todo legitimar o presidente
golpista Michel Shell Temer. Isso em todos os dias do golpe, que começou no dia
13/05/16. Por coincidência, treze de maio foi o dia da libertação dos escravos
no Brasil e o golpe, caso deixemos, fará com que, não só negros mas brancos, retomemos
à escravidão, pois a aposentadoria já
está pior do que a lei dos sexagenários (Lei n.º 3.270
de 1885).
Na Venezuela, o golpe em 2002 durou apenas 47
horas (2). No Brasil já são mais de seis
meses. Na Venezuela, os golpistas fugiram para Miami, onde mora a ampla maioria
dos golpistas fugitivos de nações, principalmente os da América Latina, quando
agem a serviço do tio Sam.
Assim como na Venezuela, no Brasil, o pano de
fundo do golpe são os ianques querendo se apossar de nosso petróleo. Temos que
gravar o nome e a imagem de cada um dos golpistas, pois vamos cobrar de todos eles.
Pelo retrospecto, a Globo será a primeira a
abandonar o barco, já que fez isso na ditadura militar, com Fernando Collor de
Mello e com Eduardo Cunha. Agora não será diferente!
Não estou propondo nenhum tribunal popular,
mas essa gente tem que pagar pelo golpe na nossa democracia, pelos 12 milhões
de desempregados, pelos sem aposentadoria, pela deposição sem crime da presidenta
Dilma, por dona Marisa Letícia e por toda sua família e por todos os prejuízos a
esta nação.
Como também pela morte suspeitíssima do
ministro Teori Zavaski, na véspera de homologar as delações da Odebrecht. Quem
matou Teori não sei! Mas com certeza que o motivo foi no sentido de controlar
as delações, principalmente se seletivas ou sob segredo de justiça. Ao que parece Teori não aceitava ser
monitorado.
Vou contar, para reflexão dos golpistas, um
fato vivido por mim, que mostra um pouco da recente história politica no
Brasil. Aconteceu na Petrobrás, no governo Sarney, maio/1988. Eu mais sete
companheiros fomos demitidos no Rio na sede da Petrobrás, por organizar e
participar de uma greve nacional. Um dos demitidos foi Gil Marinho, que
trabalhava na área de materias (Sermat) e tinha ido para o sindicato a meu convite. Na época,
seu chefe, que não vou citar o nome, em respeito a seus familiares, disse
vangloriando-se, que ele pessoalmente tinha demitido o companheiro Gil. Meses
depois Gil foi reintegrado pela Petrobrás assim como todos os demitidos
inclusive, eu. Gil Marinho hoje, aposentado, mora na Ilha de Paquetá, no Rio.
O chefe e carrasco de Gil Marinho, no governo
de FHC foi promovido a diretor da Petrobrás, na área de petroquímica.
Na Privataria Tucana, uma das áreas afetadas
foi a de petroquímica. A Aepet, representante dos engenheiros e profissionais
da Petrobrás, pediu na época, como lhe faculta a lei, informações técnicas sobre
a área cogitada de privatização, ao então diretor que no passado, tinha
demitido o sindicalista.
O diretor, do alto da sua arrogância, disse
que não daria informação. A Aepet entrou na justiça e não me lembro de ter
conseguido as informações, mas conseguiu embargar os bens do diretor
autoritário. Esse diretor, nesse período, de forma fulminante, foi acometido de
um câncer terminal e veio a falecer. A família do diretor morto teve que pedir
a Aepet para liberar seus bens, pois estava enfrentando dificuldades.
Não tenho provas mas plena convicção de que os
golpistas vão pagar! Com juros e com correção monetária. Apesar de acompanhar
o pensamento do papa Francisco que diz que: “Quando você comemora a morte de
alguém, o primeiro que morreu foi você mesmo.”
Encerro com trecho da música de Beth Carvalho
que se encaixa como uma luva ao golpista Michel Shell Temer: “Você pagou com traição
a quem sempre lhe deu a mão! Chora (...)”.
2 - https://pt.wikipedia.org/wiki/Golpe_de_Estado_na_Venezuela_de_2002
Rio de Janeiro, 03 de fevereiro de 2017
Autor: Emanuel Cancella, - OAB/RJ 75 300
Emanuel Cancella que é da coordenação do Sindipetro-RJ e da Federação
Nacional dos Petroleiros (FNP) e autor do livro “A outra face de Sérgio
Moro”
(Esse artigo pode ser reproduzido livremente)
OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia,
Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.
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