por Emanuel Cancella
Aliás, os fundos de
pensão ligados a estatais são os únicos que honram seus compromissos pagando regiamente
a complementação de aposentadorias.
Em 2008, na maior quebra da economia
estadunidense, o rombo nos fundos de pensão foi de mais de um trilhão de
dólares (1). O rombo da Petros é de R$ 23 BI, ocasionado principalmente pela
desvalorização das ações no mundo. O barril de petróleo, que era vendido a mais
de cem dólares, caiu para menos de U$ 30, consequentemente as ações da
Petrobrás despencaram. A Justiça sabe que o rombo ocorreu simplesmente porque
essas ações eram a principal aplicação da Petros. Se as ações da Petrobrás
caíram imagine as outras!
Diga-se de passagem, os fundos de
pensão têm obrigação legal de aplicar grande parte de seus investimentos em
ações, principalmente nas de pequeno risco como Petrobrás, Vale, Banco do
Brasil etc. Muitos acionistas aplicaram nas ações da Petrobrás e perderam
muito, inclusive eu que me aposentei pelo INSS e apliquei metade do meu FGTS.
E não foram só as ações da Petrobrás
que despencaram, mas os principais papeis diluíram nas bolsas de valores do
mundo. E o chamado ‘Rombo’ só é consumado quando os negócios são realizados e o
mercado ainda espera a retomada desses papeis o que é inevitável. Ou seja,
daqui a pouco as ações voltam a subir e o prejuízo é recuperado!
Todos fundos de pensão, principalmente
os ligados ao petróleo, tiveram uma derrocada e com certeza o ‘rombo’ da Petros
é dos menores entre os similares!
O governo dos EUA para estancar a
quebradeira de sua economia, em 2008, injetou 16 trilhões de dólares de
dinheiro público para salvar empresas privadas como GM, City Bank e fundos de
pensão, entre outros. Assim o governo estadunidense segurou a onda para não
manchar a imagem de suas empresas e também para que não houvesse demissões de
trabalhadores. Além disso, aplicaram a lei de leniência, que pune o CNPJ dos
empresários, mas não pune o CPF dos trabalhadores com a perda de seus empregos.
No Brasil, o que na época em 2008 era
marolinha, agora virou tsunami, e o governo golpista faz o contrário dos
americanos, pois mancha a imagem de suas empresas e demite trabalhadores.
No Brasil, os fundos de pensão ligados
às estatais (Previ, Petros, Funcef, Postalis, etc) têm reservas financeiras
gigantescas e um potencial mercadológico de níveis de adesões de trabalhadores
aos seus planos em busca da complementação de aposentadorias. Aliás, os fundos
de pensão ligados a estatais são os únicos que honram seus compromissos e pagam
regiamente a complementação de aposentadorias.
Fundos como Gboex, Capemi,
Aposentec do Silvio Santos, entre outros, enganaram os contribuintes. Nesses casos
não houve diminuição de aposentadorias, eles não pagaram nada e nem devolveram o
dinheiros dos pensionistas e nada aconteceu com eles. E com certeza desmoralizando
os fundos de pensão das estatais os trabalhadores terão de recorrer a esse tipo
de picaretas!
Entendemos que, se houve crime por
parte dos gestores dos fundos de pensão das estatais, que eles tenham o amplo
direito de defesa se comprovado o
delito, que eles paguem e que sejam presos, de preferência sem tornozeleira.
Mas o fato de terem altos salários, vida nababesca nada disso é crime, caso
contrário todos os diretores de empresas privadas e estatais seriam criminosos.
Nenhum deles tem voto de pobreza!
Se nossa Justiça estivesse preocupada
com a corrupção agiria nos crimes consumados como Swssleaks, Zelotes, Fifa,
Panamá Papers, muito maiores em valores que os dos fundos de pensão, entretanto
nenhum gestor criminoso ligado a essas empresas foi preso ou teve seus bens confiscados
e suas vidas esculhambadas na mídia.
Ou alguém viu prisão de algum diretor
do Bradesco, Itaú, Santander, Mitsubishi, Globo, Gerdau, Folha de São Paulo,
Band, Editora Abril, responsável pala Veja, RBS, Jovem Pan, Grupo Massa do
apresentador Ratinho entre outros? Sabe por que não focam nesses criminosos
ligados a esses escândalos? Simplesmente porque eles são patrocinadores do
golpe, que tem como cabeça o presidente Michel Temer.
E sabe por que eles estão focando nos
fundos de pensão das estatais? Porque o acionista majoritário foi o governo do
PT, que colocou pessoas do partido para a gestão nesses fundos, o que é natural
na democracia e todos os governos fizeram o mesmo.
Diante do exposto, perseguem-se agora
os fundos de pensão porque isso irá beneficiar os bancos privados,
patrocinadores do golpe; ajudar na privatização das estatais, além de ser mais
uma caçada ao Partido dos Trabalhadores, ou seja, simplesmente a
continuação do que fizeram e fazem no mensalão e na Lava Jato!
Rio de Janeiro, 08 de setembro de
2016
Autor: Emanuel Cancella, - OAB/RJ
75 300
Emanuel Cancella que é da
coordenação do Sindipetro-RJ e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP)
(Esse artigo pode ser reproduzido
livremente)
OBS.: Artigo enviado para possível
publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros
órgãos de comunicação.
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