quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Mais uma vez Globo e PSDB tentam destruir Petrobrás

Sindipetro-RJ, Surgente editorial de 11/08/2016
Em 1994, o governo FHC, com apoio da Globo, tentou privatizar a Petrobrás. Alegava que “a Petrobrás era um paquiderme e os petroleiros marajás”. Foram 32 dias de greve, 100 demissões, inclusive a do coordenador da FUP, Antonio Carlos Spis, e multa de cem mil reais por dia de greve. Dr. Clotário, então chefe do RH da Petrobrás, não resistiu à baixaria aplicada pelo governo e pela  direção da empresa e morreu subitamente. 

Quatro acordos foram assinados. O primeiro ainda em novembro de 1994, em Juiz de Fora, com a presença do presidente Itamar, que, junto com o ministro Ciro Gomes, celebrou o acordo salarial. Na época, disse Itamar que, na condição de presidente, sua palavra era lei. Mas, com a troca de presidentes, não teve tempo de formalizar o acordado. 

Esqueceu Itamar que seu sucessor não era um sujeito digno de confiança. É de Fernando Henrique a célebre frase: “Esqueçam tudo o que escrevi”. Ora se FHC não soube honrar a própria obra, imaginem a palavra do seu antecessor! A princípio, a greve teve motivação salarial. Já com FHC, empenhado em destruir e privatizar a Petrobrás, tornou-se uma greve política, de defesa da companhia.
Durante a greve, outros acordos foram firmados e invalidados. O desrespeito à nossa categoria levou ao acirramento do embate.  

Hoje Pedro Parente, colocado na presidência da Petrobrás pelo mesmo grupo FHC-Serra, recorre às velhas falcatruas e mentiras. Diz que vai salvar a Petrobrás entregando o pré-sal e vendendo ativos como a BR. Outra balela é dizer que “em sua gestão não existem indicações políticas”, omitindo sua própria indicação.

Com uma greve dura, naquele momento derrotamos os entreguistas. FHC “quebrou” o monopólio, mas não conseguiu privatizar a Petrobrás. A nossa resistência trouxe de volta todos os demitidos. A multa aplicada arbitrariamente pela justiça para punir os sindicatos foi resgatada e o dinheiro foi usado para reformar a sede sindical da Avenida Passos, no Rio.

No entanto, ainda assim FHC não desistiu de seus propósitos entreguistas e transformou a Petrobrás em unidades de negócios para vendê-la fatiada. Chegou a vender 30% da Refap , mas as ações foram recompradas no governo Lula.
Braço do PSDB, se antes a Globo taxava os petroleiros de “marajás”; hoje tenta passar à opinião pública a imagem de que somos todos “corruptos”. Na greve de 95, também enfrentamos a guerra com a mídia entreguista. Fizemos um grande ato na porta da Globo, no Jardim Botânico, e ocupamos a Rede Manchete, no Flamengo, conseguindo direito de resposta.

Hoje, depois do  golpe político-judiciário-midiático,  estamos vivenciando um novo capítulo da mesma política neoliberal da era FHC, embora mais acirrada. Trouxeram o “ministro do apagão” , Pedro Parente, para presidir a Petrobrás. Logo quem!
Nos governos Lula-Dilma, o país superou o risco de apagão, graças aos investimentos nas termoelétricas da Petrobrás. O retorno da política privatista e entreguista, porém, deve trazer de volta o pesadelo dos racionamentos.

Em 62 anos de existência, a Petrobrás jamais deixou faltar combustível em todo o território nacional. Ultimamente, respondia por 13% do PIB e financiava, com seus impostos, mais de 80% das obras do PAC. A Petrobrás, mesmo sob ataques, é a empresa que mais cresce. A produção do pré-sal bate recordes e já produz mais de um milhão de barris/dia.  
Com o pré-sal, o Brasil tem  abastecimento garantido por, no mínimo, mais  50 anos. A cobiça sobre essa imensa riqueza está no cerne do golpe em curso no país.

Só uma nova greve nacional dos petroleiros, que está prevista para começar no próximo dia 16 de agosto, poderá reverter a destruição da Petrobrás e  a entrega do nosso petróleo aos gringos. Essa é a lição que a história recente nos ensinou. 


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