por Emanuel Cancella

O Moro já tinha nos
brindado com a indústria das delações premiadas, agora apresenta um novo
produto, a “indústria dos vazamentos”. Antes era vazamento por semana, agora é
por dia, daqui a pouco será por hora.
A República brasileira vai
se transformando na República dos vazamentos, agora atingindo todo mundo. Parece-me
com aquela jogada de vazar o nome de todos para não se fazer nada a ninguém.
Antes, bastava o delator citar o nome de alguém, já era suficiente para a
pessoa ter seu nome escancarado na Globo e ser trancafiado. Agora tudo mudou! O Procurador Geral da República, Rodrigo Janot,
disse que, depois do recesso, iria analisar a denúncia envolvendo o senador
Aécio Neves. E , até agora, nada!
Se o PGR mandar arquivar
a denúncia contra Aécio, citado duas vezes só na Lava Jato, temos que organizar
um abaixo- assinado, não aquele das dez medidas de combate à corrupção proposto
pelo Ministério Publico, mas vamos fazer uma para fechar o MP, pois não presta
para nada.
O dono do vazamento
Brasil, o juiz Sérgio Moro ainda joga na
lama a Polícia Federal! A PF não precisava, e nem pediu verba, e ele usou o
nome da instituição, em mais um vazamento para a Globo para desgastar o governo,
alegando falsamente que a operação Lava Jato estava ameaçada por falta de
verba.
E o Eduardo Cunha está
no CTI, mas por conivência, parcimônia ou conluio de nossas autoridades, continua
a agir como “um macaco na cristaleira”. O que justifica sua permanência, como
presidente da Câmara e com tanto espaço na mídia, apesar de sua extensa ficha
corrida, mais que comprovada?
Fica aí a pergunta para
nossas autoridades, principalmente o MP, que é o fiscal da lei. Vazamento de
delação é instrumento jurídico? Se não é, quem vai fechar os vazamentos?
Colocaram um dispositivo
que diminuiu um pouco os vazamentos, que é a lei do “Direito de Resposta”. Inclusive
houve retratação da Globo e da Folha, e o ministro do STF, Dias Toffoli, suspendeu
esse direito. Lembremos que Dias Toffoli é o mesmo que foi citado nas gravações
do filho de Ceveró, junto com Gilmar Mendes, quando se falou que esses
ministros poderiam facilitar, através de habeas corpus, a fuga de Ceveró para o
Paraguai. Pare que não reste nenhuma dúvida essa foi a fórmula que Gilmar Mendes usou para
libertar o médico estuprador, Roger Abdelmassih.
Dias Toffoli, quando mandou suspender a lei do Direto de Resposta, com certeza
estimulou a indústria do vazamento seletivo.
No vazamento da Lava Jato,
dirigido pelo Moro, fora os tucanos, não escapa ninguém! Qualquer outro, o Papa
ou Jesus Cristo, podem virar manchete na mídia e principalmente na Globo!
Rio de Janeiro, 10 de janeiro de
2015
OAB/RJ
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Emanuel Cancella é coordenador do
Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da
Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).
OBS.: Artigo enviado para possível
publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros
órgãos de comunicação.
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