por Emanuel Cancella

E ainda, o caso estapafúrdio do aeroporto de
Claudio, denúncia que o MP mineiro arquivou por duas vezes
O Brasil finalmente está combatendo a
corrupção. Banqueiros, deputados, senadores e grandes empresários, todos indo
para a cadeia! O sentimento da sociedade é que, depois do procedimento legal,
caso o réu seja condenado, ele precisa ser preso, isso independente do partido a
que pertença. Este procedimento legal inclui o amplo direito de defesa, diante
de um tribunal recepcionado pela Constituição Federal e que o processo tenha
sido transitado em julgado.
Entretanto a sociedade não entende por que,
diante de tantas evidências, nenhum tucano foi para a cadeia! O Ministério
Público, PGR, STF e Polícia Federal precisam explicar essa vergonhosa discrepância
à sociedade.
Essa proteção aconteceu no mensalão, que no
do PT, várias pessoas foram presas, mas o mensalão do PSDB, anterior ao do PT,
está prescrevendo, e sem julgamento.
Essa proteção, quase divina, continua também no
Lava Jato, onde senadores como Antonio Anastasia e Aécio Neves, este duas vezes
citado, ficam incólumes. O falecido presidente do partido, Sérgio Guerra, Aloysio
Nunes, todos citados na lava Jato e nada! O governo de Fernando Henrique Cardoso,
na Petrobrás, citado várias vezes, e agora o escândalo da “Compra de votos para
reeleição de FHC” , delatado pelo deputado Pedro Correa do PP, e ninguém faz nada!.
Nem com a confissão de FHC, em seu livro, “Diários da Presidência”!
Na Lava Jato, o fato de o juiz Sérgio Moro
ter sido premiado, como personalidade do ano, pela Globo, inimiga mortal do PT,
e o fato de sua esposa a advogada, Rosangela Moro, prestar serviço ao PSDB do Paraná
é um dos motivos para a blindagem dos tucanos.
Simultaneamente a tudo isso, o Ministério Público
Federal passa um abaixo- assinado em todo o Brasil para transformar, em lei, 10
medidas de combate à corrupção. Para angariar assinatura, fazem palestra e
pedem ajuda às entidades e igrejas, sindicatos, clubes, etc. Mas esses
palestrantes deveriam explicar o porquê dessa blindagem aos tucanos, Ou, caso
falte algum artigo na lei que possa efetivar a prisão de tucanos, então que
coloquem-no como a 11ª medida do abaixo-assinado.
E ainda, o caso estapafúrdio do aeroporto de
Claudio, denúncia que o MP mineiro arquivou por duas vezes. O aeroporto foi construído
no governo de Aécio Neves, em terras da própria família do governador, com
dinheiro público. E muita gente liga o aeroporto de Claudio ao “aerococa”,
avião que caiu com 450 kg de cocaína na propriedade do senador Zezé Perella,
parceiro de Aécio. Como não há investigação, fica a dúvida!
Além disso no jornal GGN, 09/01/16, o delegado
Armando Rodrigues Coelho Neto, em carta de 7/01/2016, escreve: “A PF não está
lutando contra a corrupção e sim contra o PT”. E ainda: “(...) Usam a LAVA JATO como chantagem, mas a
democracia sobreviverá (...)”
Acrescente a isso, o fato de o juiz Sérgio Moro
ter vazado para a imprensa, principalmente a Globo, como sempre, que a operação
Lava Jato estava ameaçada por falta de recursos financeiros e por isso lançava
mão de dinheiro em poder da justiça, para pagar conserto de carro e conta de
luz. A própria chefia da PF disse que o dinheiro suficiente para essas e outras
despesas estava depositado na própria instituição. Moro, com isso, tentava
desgastar o governo e o PT!
Para nos ajudar a refletir, temos o ensinamento
do artigo de Mauro Santayana:
“O presidencialismo e a conspiração vermelha”, em recado direto para à Lava
Jato e sua "Força Tarefa": “O que não se pode
esquecer é que, se quiserem fazer política, devem candidatar-se e ir atrás de
votos e de um lugar no Parlamento, e não misturar alhos com bugalhos, ou querer
exercer atribuições que não têm, e que não podem ter, nesta República, pois que
não lhes foram conferidas por mandato popular.”
Ou a justiça o MPF, o PGR, o STF e a PF dão o
mesmo tratamento a todos os partidos políticos ou a sociedade vai estender a
todas essas instituições o que disse o delegado, Coelho Neto, sobre a PF: “A PF não está lutando
contra a corrupção e sim contra o PT.
Rio de Janeiro, 12 de janeiro de
2015
OAB/RJ
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Emanuel Cancella é coordenador do
Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da
Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).
OBS.: Artigo enviado para possível
publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros
órgãos de comunicação.
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