por Emanuel Cancella
A aceitação do pedido de impeachment da presidente Dilma pelo
presidente da Câmara, Eduardo Cunha, nos leva a algumas reflexões. A primeira é
de que, para serem coerentes, nossas instituições depois de prender empresários
poderosos, banqueiro e senador têm que prender Eduardo Cunha. Aliás, a atitude
de Cunha é fundamentalmente por retaliação!
Os motivos de impedimento da presidente, as pedaladas, caem
por terra quando o Congresso Nacional aprova, em Comissão Mista, a meta fiscal
do governo por 314 a 99. E o PT vai recorrer ao STF que já rejeitou
anteriormente as regras para tramitação do pedido de impeachment de Dilma.
Cunha age monitorado pela oposição, principalmente de Aécio Neves,
do PSDB, candidato derrotado por Dilma no voto, envolvido em vários escândalos e
que já declarou apoio à decisão de Eduardo Cunha. Qual foi a promessa da
oposição a Cunha para que ele tomasse essa atitude?
Dilma falou à sociedade com muita tranqüilidade apelando para
os mecanismos democráticos para barrar esse golpe contra nossa Constituição Federal,
que respaldou a eleição e posse da presidente.
Os partidos democráticos, as centrais sindicais, os
movimentos sociais e o movimento estudantil todos estão aguardando uma resposta
a essa tentativa espúria de um deputado envolvido comprovadamente em vários crimes
e de uma oposição que quer chegar ao poder através de golpe, não tendo se
conformado até agora pela derrota nas urnas. Este é um teste importante de nossa
recente democracia! Com certeza, o Brasil é muito maior que Cunha e esses
golpistas!
Rio de Janeiro, 02 de dezembro de
2015
Emanuel Cancella é coordenador do
Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da
Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).
OBS.: Artigo enviado para possível
publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros
órgãos de comunicação.
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