sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Lava Jato vazou delação para o banqueiro preso


por Emanuel Cancella


Os negócios do Lava Jato se expandem, primeiro criaram a indústria da delação premiada;  e os vazamentos,  antes exclusivos da mídia, agora viraram negócio de banqueiro!        

A operação lava Jato, que investiga a corrupção na Petrobrás, dividiu opiniões. Pessoas de renome declararam apoio ao juiz chefe da operação, Sérgio Moro, entretanto dirigentes da Federação Nacional do Petroleiros e do Sindipetro-RJ, de pronto, denunciaram a operação e tornaram público o descrédito na Lava Jato, chegamos a fazer o enterro simbólico da operação na Cinelândia no Rio de Janeiro.
Isso com base em fatos: Primeiro essa operação não apura nada que atinja os tucanos, mesmo com provas irrefutáveis contra Aécio Neves, em Furnas, e a era FHC na Petrobrás. Segundo porque a esposa de Moro é advogada do PSDB e de petroleiras estrangeiras concorrentes da Petrobrás. E terceiro a absurda convocação da Lava Jato de procuradores americanos para ajudarem na investigação de corrupção na Petrobrás, justamente os americanos que são a maior ameaça ao nosso pré-sal.
Sabemos disso pela denúncia do Wikeleakes, quando interceptou telegrama trocado entre a executiva da petroleira americana Chevron e o então candidato derrotado em 2009 à presidência, o tucano José Serra.  Que agora tenta através da PLS 131/15 de sua autoria entregar o pré-sal as multinacionais em especial a Chevron.
Até porque os EUA só têm petróleo para três anos e participam de guerra no mundo todo atrás de ouro negro. Aliás, o governo de Fernando Henrique Cardoso tentou privatizar a Petrobrás e teve apoio da Globo que, em campanha na mídia, comparou a Petrobrás a um paquiderme e chamou os petroleiros de Marajás. E a Globo deu o título de personalidade do ano ao juiz Moro.
Muitos juristas criticaram ao que chamaram de “Indústria de Delações da Lava Jato”, instalada na Superintendência da Polícia Federal no Paraná. Além da multiplicação das delações a Lava Jato se especializou em vazamentos para mídia principalmente para a Globo, que parece um reality show. O descrédito por parte da sociedade a esses vazamentos é que a própria Operação corrigiu alguns erros como a da cunhada que na verdade era a esposa do tesoureiro do PT manuseando a própria conta; a do filho de Lula que teria recebido dinheiro do operador de propina do PMDB, Fernando Baiano, e depois se viu que não era verdade.
Agora se descobre que o banqueiro preso, André Esteves, teve acesso à delação premiada do diretor da Petrobrás, Nestor Ceveró.
Esse banqueiro preso ofereceu um mensalão de R$ 50 mil a Nestor Ceveró para que não o citasse na delação premiada. Alguém acredita que a operação Lava Jato vazou o relatório de Ceveró de graça? É, os negócios do Lava Jato estão se expandindo, criaram a indústria da delação premiada e agora, através dos vazamentos, que era exclusividade da mídia, virou negócio de banqueiro!        
Que fique bem claro que os petroleiros incentivam qualquer investigação que tente realmente acabar com a corrupção na empresa, mas não a Lava Jato. Aliás, durante a Operação os petroleiros melhoraram todos os indicadores da companhia, a Petrobrás ganhou pela terceira vez o “Oscar” da indústria do petróleo, e o pré-sal que eles diziam que estava adormecido no fundo do mar já produz um milhão de barris por dia o suficiente para abastecer junto todo o Mercosul. Essa operação, juntamente com os tucanos e a Globo, engana o povo dizendo que quer moralizar o Brasil, mas na verdade, só visa entregar a Petrobrás.

Fonte:  Janot: Acesso de Esteves à delação revela perigoso canal de vazamento http://www.valor.com.br/politica/4329670/janot-acesso-de-esteves-delacao-revela-perigoso-canal-de-vazamento
          

Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). 

OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.




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