terça-feira, 15 de setembro de 2015

A Mídia e Al Capone

por Emanuel Cancella

Eu cresci cantando a música de Raul Seixas e Paulo Coelho, “Al Capone: Ei! Al Capone Vê se te emenda Já sabem do teu furo, nego No imposto de renda Ei! Al Capone Vê se te orienta Assim desta maneira, nego Chicago não aguenta...”  
Al Capone escapou várias vezes de ser condenado por seus outros crimes. Ele só foi preso, em 1931, quando o agente Eddie O’Hare descobriu que o gângster não declarava seus impostos. Por esse crime, Al Capone foi condenado a 11 anos, na prisão federal de Atlanta. Nem pagando, Al Capone se livrou da prisão e dinheiro para ele não era problema.
 Agora, aqui no Brasil, a coisa é seria! Milhares de brasileiros caem na “malha fina” e, todo dia, procuram a Receita Federa para negociar, quando querem continuar como bons pagadores.
Agora, na “malha grossa”, a coisa é diferente, os fiscais da Receita são mai$ maleávei$. Se não vejamos, a Globo sonegou o Imposto de Renda da Copa do Mundo de 2002, cerca de R$ 180 milhões. E não é, como muitos, que cometem um erro material e, mesmo assim, caem na “malha fina” e são obrigados a prestar contas. Com a Globo foi bem diferente, pois a mesma foi fazer o negócio nas Ilhas Virgens, famoso paraíso fiscal, onde os bandidos de toda espécie vão fazer seus negócios espúrios.
Pensam alguns: Ah!.A Globo é primária e por isso tem os benefícios da lei! Coisa nenhuma! No escândalo conhecido como Swssileaks, a Globo, junto com a Band, Folha de São Paulo, RBS, Editora Abril, responsável pela revista Veja, e outras têm contas na Suíça para lavagem de dinheiro, num total de R$ 20 bi, quase o que a presidente Dilma precisa arrecadar no “Ajuste Fiscal”. Esses veículos de comunicação, que se dizem diariamente indignados com a corrupção no país, quando vão prestar contas com o leão da Receita Federal? É bom saber quando, pois, caso contrário, o cidadão comum tentará fazer o mesmo!
No auge do cinismo, a mídia ainda divulgou que o gerente da Petrobrás, Pedro Barrusco, tinha conta no HSBC da Suíça, mas pelo menos ele está respondendo pelos seus crimes, e devolvendo o dinheiro da corrupção. Diferente de Al Capone e do Pedro Barusco, a mídia não paga, não vai presa e, o mais grave, são concessionárias dos serviços público. Fica difícil acreditar que seja só negligência, incompetência ou sobrecarga de trabalho dos Fiscais da Receita Federal!
Como dizia (Stanislaw Ponte Preta), Ou restaure-se a moralidade ou nos locupletemos todos”.


Emanuel Cancella é coordenador do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). 

Rio de Janeiro, 15 de setembro de 2015 

OBS.: Artigo enviado para possível publicação para o Globo, JB, o Dia, Folha, Estadão, Veja, Época entre outros órgãos de comunicação.

              



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